Tragédia em Brumadinho completa um mês, com 134 desaparecidos

Buscas por vítimas devem se estender pelos próximos quatro meses

Postado em: 25-02-2019 às 09h00
Por: Suzana Ferreira Meira
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Buscas por vítimas devem se estender pelos próximos quatro meses

Passado um mês da tragédia causada pelo rompimento da
Barragem 1 da Vale em Brumadinho (MG), os trabalhos de buscas tentam localizar
134 desaparecidos. O número de mortos chega a 176.

De acordo com informações, a barragem, localizada a 57
quilômetros de Belo Horizonte, rompeu-se por volta das 12h20, de sexta-feira, 25
de janeiro. Sobreviventes relatam que um mar de lama tomou conta de estradas,
do rio, do povoado e, sobretudo, da área da Vale, empresa responsável pela
barragem. Como era hora do almoço, muitos funcionários ficaram retidos no
restaurante.

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O misto de perplexidade, tristeza e indignação se instalou
no país. As dificuldades causadas pela lama e riscos de contaminação aliados à
chuva intensa aumentaram ainda mais a tensão nas buscas por vítimas. Famílias
inteiras desapareceram. Nem todos foram localizados.

Ontem (24), ocorreram manifestações em Brumadinho e em Belo
Horizonte para homenagear os mortos.

Incertezas

Pela estimativa do Corpo de Bombeiros de Minas Gerais, os
trabalhos deverão se estender por três a quatro meses após o rompimento. Os
rejeitos atingiram o Rio Paraopeba, e o governo de Minas proibiu o consumo da
água, devido ao risco de contaminação. Não há estimativa de suspensão da
medida.

Governo

O presidente Jair Bolsonaro determinou uma ação rápida após
a tragédia. Ele sobrevoou a área que se transformou em um mar de lama e
orientou uma força-tarefa a atuar na busca por soluções. Pelo Twitter, ele
lamentou o rompimento da barragem.

“Nossa maior preocupação neste momento é atender eventuais
vítimas desta grave tragédia”, disse Bolsonaro na época.

No último dia 18, foi publicada resolução no Diário Oficial
da União por recomendação da Agência Nacional de Mineração (ANM). O Ministério
de Minas e Energia definiu uma série de medidas de precaução de acidentes nas
cerca de mil barragens existentes no país, começando neste ano e prosseguindo
até 2021. A medida prevê a extinção ou descaracterização das barragens chamadas
“a montante”, exatamente como a que se rompeu em Brumadinho, até 15
de agosto de 2021.

Outro lado

Há três dias, a Vale informou ao Ministério Público do
Trabalho (MPT) que vai manter o pagamento de dois terços dos salários de todos
os empregados próprios e terceirizados que morreram na tragédia. Segundo a
empresa, o pagamento será mantido por um ano ou até que seja fechado um acordo
definitivo de indenização.

A empresa também se comprometeu a só transferir empregados
após prévia consulta e concordância do trabalhador, além de consulta ao
sindicato. Para a transferência, será priorizado o local de origem do
empregado.

Anteriormente, a Vale se comprometeu a garantir emprego ou
salário para os empregados de Brumadinho, inclusive os terceirizados, até
31/12/2019. Também prometeu pagar as despesas com funeral e verbas rescisórias
das vítimas fatais, conforme certidão emitida pelo INSS.

A Vale informou que dará atendimento psicológico e fará
pagamentos de auxílio-creche e de auxílio-educação, além de danos morais para
cônjuges ou companheiras, filhos, pais e irmãos das vítimas. (Agência Brasil)

 

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