Funcionários denunciam problemas no Samu

Entre os principais problemas está a desativação de unidades base, diretoria nega denúncias

Postado em: 27-02-2019 às 06h00
Por: Sheyla Sousa
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Entre os principais problemas está a desativação de unidades base, diretoria nega denúncias

Higor Santana*

Funcionários do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU) denunciam problemas nos serviços realizados pelo órgão, em Goiânia. De acordo com o Sindicato dos Condutores de Ambulância de Goiás, a quantidade de veículos disponíveis não é suficiente. A frota, segundo o Sindicato, é de 13 ambulâncias, mas o ideal seria de pelo menos 17 veículos. Segundo a diretoria da unidade, as denúncias não procedem.

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Mantido pela Prefeitura de Goiânia, por meio da Secretaria de Saúde (SMS), o Samu Goiânia atende ocorrências não só da Capital, mas também da Região Metropolitana.

O presidente do Sindicato, Márcio Linhares, explicou que houve também um remanejamento das unidades base, prejudicando a logística do serviço. “Antes eram 11 bases para atender toda a população, mas agora são apenas sete. Quando você desativa algum tipo de base, você tem que deslocar de um local mais distante, demorando no atendimento”, afirma. 

Segundo Márcio, em algumas unidades bases como no setor Campinas e Cândido de Moraes, os veículos ficam debaixo de tendas, e o calor provocado pelo sol, pode danificar insumos que ficam dentro das ambulâncias.

Divergência 

De acordo com o diretor do Samu, André Braga, para atender as ocorrências, o serviço conta atualmente com 13 Unidade de Suporte Básico (USBs), e quatro Unidades de Suporte Avançado (USAs), que funcionam como UTIs móveis. Todos os veículos estão em bases descentralizadas e em pontos estratégicos para otimizar o tempo das ocorrências. A maioria está nas unidades de urgência e emergência com funcionamento 24 horas por dia, como Cais e Upas.

Ainda segundo ele, as denúncias não procedem. “Hoje estamos com as 13 unidades de suporte básico, e quatro unidades de suporte avançado em funcionamento normal, como proposto pela Secretaria de Saúde do Estado e pelo Ministério da Saúde. Toda a distribuição das bases foi feita com base na geolocalização e a na distância entre os postos de atendimento. Ou seja, não há áreas físicas sem a devida cobertura”, afirma.

O diretor disse ainda, que recentemente o órgão passou por uma vistoria do Ministério da Saúde, que atestou que tudo está dentro da normalidade. E concluiu que o Samu conta hoje com 77 médicos, e os contratos dos servidores temporários que estão vencendo serão renovados ou substituídos.

Veículos novos

Em dezembro do ano passado foram entregues cinco novas ambulâncias para o serviço do órgão em Goiânia. Os veículos, zero quilômetro, foram repassados pelo Ministério da Saúde, o último repasse feito pelo Ministério havia ocorrido em 2015. 

Segundo a SMS, a frota está completa e de acordo com o Ministério da Saúde, a quantidade de ambulâncias, é suficiente para atender a população de Goiânia. Com os modelos novos, o objetivo era de maior economia, com manutenção.

Crime

Em junho de 2016, o Ministério Público de Goiás, por meio do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organização (Gaeco), passou a investigar a existência de possíveis fraudes no Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) de Goiânia.

Segundo as investigações, pacientes eram transferidos para Unidades de Terapia Intensiva (UTIs) particulares, e em alguns casos, a suspeita era de que tivessem o estado de saúde agravados para provocar o encaminhamento a hospitais da rede privada, gerando lucro para médicos e donos dos leitos. Na operação, batizada de “SOS Samu”, 21 pessoas foram presas, incluindo um membro da diretoria do Samu e donos de UTIs. (Higor Santana é estagiário do jornal O Hoje sob orientação do editor de Cidades Rhudy Crysthian) 

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