Cresce usuários de planos de saúde

De acordo com ANS, melhora da economia contribui diretamente para aquisição de planos empresariais

Postado em: 11-03-2019 às 06h00
Por: Sheyla Sousa
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De acordo com ANS, melhora da economia contribui diretamente para aquisição de planos empresariais

Higor Santana*

Segundo dados divulgados pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), em 2019 cresceu o número de beneficiários de planos de assistência médica em Goiás. O setor contabilizou 1.131.008 beneficiários em janeiro de 2019 contra 1.097.937, no mesmo período do ano passado. Em um ano, foi registrado um acréscimo de 33.071 beneficiários em todo o Estado, e de 226.742 no país. Os dados estão disponíveis na Sala de Situação no portal da agência reguladora.

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No Brasil, 17 estados registraram crescimento no último ano. Goiás se destaca, e está entre os cinco primeiros na lista com o maior ganho de beneficiários em planos de assistência médica nesse período, sendo São Paulo, Distrito Federal, Goiás, Mato Grosso e Paraná, nesta ordem. 

Odontológicos

O setor de beneficiários em planos exclusivamente odontológicos também cresceu em Goiás. Foram 625.099 neste ano, contra 601.201 em 2018, registrando um aumento de 23.898 novos planos. No Brasil, o aumento total foi 1.484,275 beneficiários, e de acordo com a ANS, os números podem sofrer modificações retroativas em função das revisões efetuadas mensalmente pelas operadoras.

Com a crise econômica e o desemprego enfrentados nos últimos anos, o número de beneficiários continuou em queda no ano passado. Como quase 70% dos clientes são de planos corporativos, ou seja, bancados pelas empresas, a alta do desemprego fez com que muitos trabalhadores perdessem o emprego e o benefício, passando a depender exclusivamente do Sistema Único de Saúde (SUS).

Segundo uma pesquisa feita pelo Ibope em 2015 a pedido do Instituto de Estudos de Saúde Suplementar (IESS), 74% dos brasileiros que não possuíam plano de saúde, gostariam de ter. Apesar dos planos só atenderem um quarto da população, a disponibilidade de médicos no setor privado é três vezes maior do que no SUS, que também sofre com a falta de especialistas e longas esperas para atendimento, marcação de consultas e de exames.

Crise

De acordo com a ANS, pouco mais de 47 milhões de brasileiros possuíam convênio médico até o mês de novembro de 2017, o menor índice desde 2011, considerando os dados do fim de cada ano. Em comparação com os números de novembro de 2016, a queda no fim de 2017 foi de 526 mil clientes. Entretanto, nove estados apresentaram aumento no número de usuários de convênios. Sendo Acre, Amazonas, Ceará, Goiás, Mato Grosso, Piauí, Rio Grande do Norte, Santa Catarina e Tocantins.

Ainda segundo a agência, a contratação de plano de saúde está diretamente relacionada à empregabilidade formal e ao poder de compra do cidadão. Em um cenário econômico adverso, é natural que haja redução no número de beneficiários.

SUS

Para a ANS, sem o financiamento necessário, o sistema público de saúde goiano enfrenta uma crise que se agrava. Unidades sucateadas, falta de medicamentos e equipamentos, sistema informático problemático, déficit de pessoal e trabalho em condições precárias, tem sido algumas das principais razões de indignação para servidores municipais sobre o Sistema Único de Saúde (SUS).

O órgão afirma que essas falhas, que fazem parte da rotina da maioria das unidades públicas de saúde da Capital e do interior, vêm expondo os médicos a condições precárias e até humilhantes de trabalho e comprometendo gravemente a qualidade da assistência prestada à população. 

Apesar do aumento da população, nas últimas décadas, a rede hospitalar pública goiana não ganhou em quantidade e perdeu em qualidade. 

Por conta de ter que esperar dias, meses ou anos para realizar algum tipo de exame o cirurgia, alguns pacientes acabam aderindo a planos de saúde particular, como divulgado nos dados da ANS. Esse crescimento, também pode ser embasado na melhora da economia e aumento do número de empregados com carteira assinada no país. (Higor Santana é estagiário do jornal O Hoje sob orientação do editor de Cidades Rhudy Crysthian) 

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