Polícia aperta o cerco contra jogos de azar

Última operação foi realizada em Valparaiso e apreendeu 14 máquinas

Postado em: 14-03-2019 às 06h00
Por: Sheyla Sousa
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Última operação foi realizada em Valparaiso e apreendeu 14 máquinas

Isabela Martins*

De acordo com a Secretaria de Segurança Pública (SSP), em 2017 foram feitas 194 ações para apreensão de máquinas de jogos de azar.  No ano passado foram 164 e nos dois primeiros meses desse ano ocorreram 51 ações nesse sentido. A última operação ocorreu em Valparaiso onde o Grupo de Investigação de Homicídios (GIH) e desencadeou uma nova fase da operação de combate a exploração ilegal de jogos de azar. Foram apreendidas 14 máquinas do tipo caça-níquel e vídeo bingo em uma casa do Núcleo Habitacional (HI).

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Na operação duas mulheres são suspeitas de trabalhar como gerentes do estabelecimento e por aliciar os apostadores. Elas foram levadas a delegacia junto com um empresário de Brasília que frequentava o lugar para fazer apostas. Apenas nesse começo de ano foram feitas cinco operações para combater os jogos de azar na região do entorno de Brasília. Ao todo a Polícia Civil retirou 95 máquinas caça níqueis de circulação nos municípios de Cidade Ocidental, Novo Gama e Valparaiso.

No ano passado a Delegacia de Polícia do município fechou uma casa de jogos de azar e autuou o proprietário do estabelecimento. O procedimento integrou uma ação da unidade da Polícia Civil em locais da mancha criminal com o objetivo de levantar informações para subsidiar investigações em andamento e localizar foragidos da Justiça e averiguar denúncia de prática de jogos ilegais.

Servidores condenados 

Em janeiro o juiz federal Rafael Ângelo Slomp condenou 17 servidores públicos por envolvimento com jogos caça níqueis e organização criminosa. Segundo as investigações o grupo seria comandado por Carlinhos Cachoeira. Entre os condenados estão policiais, ex-policiais e servidores públicos. Segundo o documento todos tiveram perda de cargo decretada. 

Entre os condenados estão ex-delegados, policiais federais e rodoviários e policiais militares. Os condenados respondem por crimes de formação de quadrilha, violação de sigilo funcional, corrupção e peculato.  Os crimes que eles respondem são os de repreensão a atividade ligada aos jogos ilegais e contrabando, por serem agentes públicos federais, militares e ligados a Polícia Civil, sendo denunciados como integrantes da quadrilha. 

Na condenação o juiz cita que os envolvidos agiram para conseguir ganhos ilícitos, mancharam as imagens das corporações e que alguns fizeram parte da organização criminosa por anos. Todos foram denunciados após a operação Monte Carlo, que investigou quadrilha que explorava jogos de azar em Goiás e Distrito Federal.

Os negócios do grupo eram mantidos com apoio dos policiais militares, civis e federais, que tinham a função de ignorar a atuação ilícita da máfia da jogatina, vazar informações sigilosas de interesse da organização criminosa, fazer segurança das casas de jogos, cobrar dívidas, transportar valores e eliminar concorrentes. 

Monte Carlo

A Operação Monte Carlo foi deflagrada em 2012 e prendeu entre outras pessoas Carlinhos Cachoeira apontado pelas investigações como chefe da organização criminosa. Ele cumpre pena em regime semiaberto por fraudes na Lotérica Carioca e utiliza tornozeleira eletrônica. A operação investigou crimes de contrabando, lavagem de dinheiro, corrupção ativa e passiva desde 1999.

Na operação foi constatada a existência de uma espécie de franquia do crime, na qual seriam dadas autorizações para exploração dos pontos de jogos a donos de galpões clandestinos. Durante as investigações as operações a Polícia Federal apurou que servidores públicos recebiam propina mensal ou semanal para trabalhar em prol da organização, fechando locais que não tivessem autorização dos chefes da quadrilha. (Isabela Martins é estagiária do Jornal O Hoje sob orientação do editor de Cidades Rhudy Crysthian) 

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