Após crise, consumidores estão ainda mais exigentes

Pesquisa revela que anos de dificuldade na economia deixaram os brasileiros ainda mais criteriosos em relação ao que consomem

Postado em: 15-03-2019 às 11h40
Por: Jefferson Pereira dos Santos
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Pesquisa revela que anos de dificuldade na economia deixaram os brasileiros ainda mais criteriosos em relação ao que consomem

Já se foi o tempo em que um bom preço era suficiente para fisgar o cliente. As promoções e descontos vantajosos ainda levam muitos compradores às lojas, mas isso por si só não garante as vendas. E no Brasil, a maioria dos consumidores ficou ainda mais exigente após a recente crise econômica pela qual passou o país.

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Um estudo realizado no ano passado pelo Serviço de Proteção de Crédito (SPC) e a Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) evidência que os brasileiros buscam, mais do que nunca, valorizar seu dinheiro. Nesse sentido, o levantamento revela que 69% dos entrevistados com idade acima de 30 anos e pertencentes às classes A e B assumiram que ficaram mais criteriosos em suas compras, principalmente após a fase mais aguda da última crise econômica, entre 2014 e 2017.

Atendimento personalizado e comodidade são palavras de ordem de quem quer conquistar esse exigente cliente, e os mimos para isso vão desde simples brindes a carro na porta para buscar o consumidor e levá-lo até o produto. Como tem feito a MRV Engenharia, com sua campanha Feirão Porta a Porta. A construtora mineira prepara uma ação promocional para este sábado (16) em diversas cidades brasileiras, entre elas Goiânia, buscando os clientes em casa para apresentá-los a seus novos empreendimentos.

“A própria iniciativa de buscar os clientes no domicílio é um ato de geração de valor da marca, pela qual demonstramos que estamos preocupados também em colaborar com os clientes em suas economias, isentando-os, neste caso, dos custos que teriam para se deslocar até os nossos estandes de vendas”, diz o gestor comercial de vendas da MRV Engenharia em Goiás, Fernando Salomão, ao explicar que o foco das empresas hoje deve estar no que o cliente precisa, no que ele valoriza e no quanto ele está disposto a pagar.

Atendimento

Uma pesquisa apresentada no ano passado pela NeoAssist, plataforma especializada em estratégias para o relacionamento com o cliente, revela que 87% dos entrevistados já deixaram de comprar de uma marca ou em uma loja porque foram mal atendidos pelas empresas; 92% julgam o atendimento como importante ou muito importante quando vão escolher uma marca para comprar ou para se relacionar; e 72% dos entrevistados disseram que pagariam até 20% a mais para ter um atendimento melhor.

Os números acima comprovam aquela velha máxima do varejo: “atendimento é tudo”! E quando se trabalha no ramo da moda atender bem ou mal é, definitivamente, a diferença entre vender e não vender.

Atuando como gerente geral de uma loja de roupas há vários anos, Regina Alves Paes sabe bem como o nível de exigência dos clientes de hoje aumentou. “Nos dias de hoje, o consumidor moderno dá muito valor a experiência da venda, às vezes mais do que o produto em si. Por isso, nesse sentido, buscamos fazer do nosso atendimento o grande diferencial da marca. O cliente que ser sentido acolhido e único, mas ao mesmo tempo que objetividade e rapidez”, explica a gerente.

Ela explica que o atendimento prévio via WhatsApp tornou-se rotina para as vendedoras, com objetivo de poupar tempo dos clientes. “A gente envia imagens, elas selecionam as que gostam, nós separamos para que ela experimente ou mande buscar”, conta. Regina afirma que existem também os clientes mais antigos, que valorizam o contato da loja, gostam de receber novidades, de ir ao estabelecimento, conversar com o vendedor.

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