Queniano é escolhido o melhor professor do mundo

Sem equipamentos nem estrutura, o professor busca superar as limitações todos os dias

Postado em: 25-03-2019 às 09h45
Por: Suzana Ferreira Meira
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Sem equipamentos nem estrutura, o professor busca superar as limitações todos os dias


O queniano Peter Tabichi foi escolhido o melhor professor do mundo pelo
prêmio Global Education and Skills Forum, anunciado nos Emirados Árabes.

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Professor de ciências e padre franciscano, ele doa 80% de sua renda
mensal para ajudar os pobres. Leciona em uma área rural do Quênia, Escola
Secundária Keriko Mixed Day em Pwani Village, no Vale do Rift do Quênia.

Sem equipamentos nem estrutura, o professor busca superar as limitações todos
os dias. “Ver meus alunos crescerem em conhecimento, habilidades e confiança é
minha maior alegria em ensinar. Quando eles se tornam criativos e produtivos na
sociedade, eu fico muito satisfeito”, revela.

Tabichi iniciou um clube de formação de talentos e expandiu o Clube de
Ciências da escola, ajudando os alunos com projetos de pesquisa de tal
qualidade que 60% agora se qualificam para competições nacionais.

Vitória

O professor orientou os alunos por meio da Feira de Ciências e
Engenharia do Quênia, em 2018. Nela, eles apresentaram um dispositivo que
haviam inventado para permitir que pessoas cegas e surdas pudessem medir
objetos. Com o projeto, a escola ganhou o primeiro lugar a nível nacional na
categoria de colégios públicos.

A equipe de Ciências Matemáticas também se qualificou para participar da
Feira Internacional de Ciências e Engenharia Intel 2019, no Arizona, nos
Estados Unidos, para a qual eles estão atualmente se preparando.

Os alunos também ganharam um prêmio
da Royal Society of Chemistry depois de aproveitar a vida das plantas locais
para gerar eletricidade.

Tabichi e quatro professores lecionam para alunos de baixo rendimento, em aulas
individuais de matemática e ciências, nos fins de semana. O professor leciona
em uma escola com apenas um computador desktop com uma conexão intermitente.

Impactos

De acordo com dados oficiais, o número de matrículas dobrou para 400 em
três anos, e os casos de indisciplina caíram de 30 por semana para apenas três.
Em 2017, apenas 16 dos 59 alunos ingressaram na faculdade, enquanto em 2018, 26
alunos foram para a universidade e faculdade.

Na escola em que Tabichi leciona, 95% dos alunos são oriundos de
famílias pobres, quase um terço são órfãos ou têm apenas um dos pais e muitos
não têm comida em casa.

Há relatos frequentes de abuso de drogas, gravidez na adolescência,
abandono precoce da escola, casamentos jovens e suicídio. (Agência Brasil)

 

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