Comerciantes temem que obra da Rua 90 prejudique o fluxo de clientes

Higor Santana*

O
presidente do Sindlojas-GO, Eduardo Gomes, afirmou que não saiu convencido do
encontro com a Seinfra, sobre as obras na rua 90. Segundo ele, ainda existem
muitas dúvidas pendentes em relação à obra. “Esperamos que nas próximas
reuniões os empresários e moradores da região, juntamente do Sindilojas-GO,
possam ter respostas contundentes. Só assim seremos atendidos no pedido de
saber sobre cada etapa do projeto”, concluiu.

Alguns
comerciantes participaram da reunião com o secretário, e ainda pontuou alguns
questionamentos dos comerciantes da região. “O que nós ouvimos sobre o
planejamento da Seinfra, é impactante para todos os comerciantes. Disseram que
vão drenar o lençol freático. Isso é grave porque é uma zona de mina e que vai
impactar o Vaca Brava e o Areão, que tem a mesma cota. Então, servem a um mesmo
lençol freático que vai ser drenado. Além do impacto ambiental, isso pode vir a
causar trincas nas casas. Mas como foram feitas os estudos, pela própria
secretaria, vamos aguardar”, disse Mário Lucio, lojista na região.

Antes
do encontro, o lojista também tinha comentado sobre o temor da obra se arrastar
e causar prejuízo para o comércio, já que diminuiria o fluxo de veículos no
local. “Nós queremos algo que tenha princípio, meio e fim. E o exemplo do que a
gente vê na cidade não é assim. Vai começar una obra e terminar?”, questionou
Mário.

Da
mesma preocupação compactua a empresária Maria Altiva Rezende. “Nós estamos
muito preocupados sim. O que a gente está vendo com as obras do BRT.? Começam e
param sem ter um término, então isso nos preocupa muito”, afirmou.

Para
o presidente Sindilojas, Eduardo Gomes, é importante saber como vai ser feito
os desvios durante as obras. “Tem que ser de um jeito que os empresários não
sofram tanto”, disse.

“Nós
apresentamos para os comerciantes as alternativas. Vamos executar ali por
etapas. Primeiramente, vamos executar a parte interna da trincheira com
cravação de estacas. Enquanto isso, a Rua 90, em ambos os lados, estará livre.
Depois nós vamos de um lado da 90 e depois no outro”, informou o secretário o
titular da Seinfra, Dolzonan.

Sem
respostas

Os
comerciantes também reclamavam da demora da prefeitura para dar detalhes sobre
a obra. “Eu gosto de transmitir as informações consistentes. Como estávamos em
negociação com o Ministério Público, com a SMT, CMTC e também com as
operadoras, como OI, Seneago e Enel, tivemos que reunir todas as informações
para repassar e dar todos os dados embasados”, disse Dolzonan.

De
acordo com o vereador Andrey Azeredo (MDB), depois de propor a criação de um
grupo de trabalho para sanar os possíveis problemas gerados em decorrência da
construção da trincheira no setor Sul, a construção da trincheira deve sim
atrapalhar o comércio na região.

Andrey
reforçou uma preocupação da comunidade local: o destino da atividade comercial
no perímetro da obra. “Sabemos que toda grande obra gera transtorno, mas
não podemos deixar as pessoas desempregadas ou até mesmo famílias inteiras com
a renda menor”, considerou. Para ele, “este é um tipo de prejuízo que é muito
difícil de ser recuperado”.

O
vereador chegou a dizer que a possibilidade desse impacto vai na contramão do
que havia sido acordado com o prefeito Iris Rezende (MDB) anteriormente. Para
ele, trata-se do descumprimento do que foi firmado entre o Executivo,
comerciantes e lojistas durante uma reunião no Paço Municipal, em fevereiro.

Na
visão do parlamentar, os pontos mais afetados seriam os que estão localizados
entre a Praça do Cruzeiro e o Parque Areião. Pensando no possível impacto à
arrecadação desses trabalhadores, Azeredo se reuniu com a Secretaria Municipal
de Infraestrutura e Serviços Publicos (Seinfra), na última terça-feira, (26),
para debater o assunto.

A
reunião, que contou também com a presença de representantes da Secretaria
Municipal de Trânsito e Mobilidade (SMT) e do Sindicato do Comércio Varejista
no Estado de Goiás (Sindilojas-GO), estabeleceu o cronograma das obras que já
começam hoje. 

*Higor Santana é estagiário do jornal O Hoje sob orientação do
editor de cidades Rhudy Crysthian