Falta de higiene em centros de saúde afeta 2 bilhões de pessoas
Sete mil bebês morreram, em 2017, pela inadequação no parto
Por: Suzana Ferreira Meira
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Uma em cada quatro unidades de saúde no mundo, considerando sobretudo os
países em desenvolvimento, tem problemas graves de falta de serviços básicos de
água e higiene, impactando mais de 2 bilhões de pessoas.
Nesses locais não há instalações básicas para higiene das mãos e
separação correta e segura de eliminação de resíduos.
Os dados estão em um relatório divulgado hoje (3) pela Organização
Mundial de Saúde (OMS) e pelo Programa Conjunto de Monitoramento do Fundo
Internacional de Emergência para a Infância das Nações Unidas (Unicef) para
Abastecimento de Água, Saneamento e Higiene.
Segundo o estudo, sete mil recém-nascidos morreram em 2017. Mortes que
poderiam ter sido evitadas, se houvesse condições adequadas nos centros de
saúde. A OMS e o Unicef apelam para que as autoridades públicas tomem as
providências.
O documento informa que os cuidados básicos de higiene são fundamentais
para prevenir infecções, redução da disseminação da resistência antimicrobiana
e fornecimento de cuidados para o parto seguro.
Alerta
O secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), António
Guterres, advertiu sobre as ameaças contidas na ausência de cuidados nos
centros de saúde no mundo.
“Os serviços de água, saneamento e higiene nas unidades de saúde são os
requisitos mais básicos de prevenção e controle de infecções e de atendimento
de qualidade. São fundamentais para respeitar a dignidade e os direitos humanos
de todas as pessoas que procuram cuidados de saúde e dos próprios profissionais
de saúde”, ressaltou.
Estudo
A pesquisa constatou que um em cada cinco nascimentos ocorre em
situações inadequadas, pois 17 milhões de mulheres dão à luz em centros de
saúde sem as condições mínimas.
“Quando um bebê nasce em um estabelecimento de saúde sem água,
saneamento e higiene adequados, o risco de infecção e morte para a mãe e o bebê
é alto”, disse a diretora executiva do Unicef, Henrietta Fore.
“Todo parto deve ser apoiado por mãos seguras, lavadas com água e sabão,
usando equipamentos esterilizados, em um ambiente limpo”, disse ela.
O diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, advertiu sobre os
riscos existentes.
“Imagine dar à luz ou levar seu filho doente a um centro de saúde
sem água potável, banheiros ou instalações para lavar as mãos. Essa é a
realidade de milhões de pessoas todos os dias”, finalizou. (Agência Brasil)