ONU lança site para ajudar refugiados a encontrar emprego no Brasil

A plataforma é voltada para as empresas e possui orientações sobre o processo de contratação de refugiados

Postado em: 03-04-2019 às 11h00
Por: Suzana Ferreira Meira
Imagem Ilustrando a Notícia: ONU lança site para ajudar refugiados a encontrar emprego no Brasil
A plataforma é voltada para as empresas e possui orientações sobre o processo de contratação de refugiados

O Pacto Global e a Agência da
Organização das Nações Unidas para Refugiados (Acnur) lançaram hoje (3) o site com
o objetivo de facilitar a contratação de refugiados que vivem no Brasil. O
lançamento ocorreu nesta manhã (3) na capital paulista.

A plataforma é voltada para as empresas, que
podem buscar, no site, orientação
sobre o processo de contratação de refugiados. Caio Pereira, secretário
executivo do Pacto Global, esclarece que o documento de pedido de refúgio é
suficiente para o registro de contratação pelas empresas.

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“Na
plataforma, tem o passo a passo, os documentos. O que a gente vê, muitas vezes,
é que o principal desafio é a falta de conhecimento para contratar. Muitas
vezes, o  setor de Recursos Humanos tem suas travas. Legalmente, a gente
sabe que é muito fácil contratar”.

Ele
defendeu que as empresas têm a responsabilidade de atuar ativamente na sociedade
para a evolução das causas sociais. “As empresas precisam refletir a
diversidade da população”.

Mulheres

Segundo
Adriana Carvalho, gerente de Princípios de Empoderamento da Organização das
Nações Unidas (ONU)  mulheres, estudos apontam que as empresas com mais
diversidade são mais lucrativas e vivem por mais tempo. “Tem muitas razões
sócio-econômicas para a gente querer uma sociedade mais inclusiva”.

Os
casos de mulheres refugiadas, na opinião de Adriana, costumam ser mais
complexos que dos homens, muitas delas chegam com seus filhos.

O
programa voltado a esse público feminino, Empoderando Refugiadas, beneficiou
130 mulheres da Colômbia, Síria, de Moçambique, da República Democrática do
Congo e Venezuela. Na última edição, que começou em julho incluiu 50
participantes venezuelanas, sírias, angolanas e congolesas.

Dados

Paulo
Sérgio Almeida, oficial da Acnur, avalia que o mundo registra, atualmente, o
maior número de refugiados desde a Segunda Guerra Mundial. “Por ter tido uma
opinião política, por causa de sua fé, por causa de sua raça. Deixam uma vida
para trás e chegam em outro lugar novo para recomeçar.”

No
Brasil, a acolhida de venezuelanos foi o maior desafio enfrentado, pela
necessidade de interiorização. “Num país continental como o Brasil, eles chegam
na pontinha, no Norte. Há uma retenção, as pessoas ficam lá sem oportunidades.
Elas querem contribuir, mas não conseguem se deslocar pelo alto custo”.

De
acordo com o Comitê Nacional para Refugiados do Ministério da Justiça, até o
final de 2018 o Brasil reconheceu 10.522 refugiados vindos de 105 países, como
Síria, República Democrática do Congo, Colômbia, Palestina e  o Paquistão.
Desse total, pouco mais de 5 mil tem registro ativo no país, sendo que 52%
moram em São Paulo, 17% no Rio de Janeiro e 8% no Paraná. A população síria
representa 35% dos refugiados com registro ativo no Brasil. (Agência Brasil)

 

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