Rua do Lazer será reformada, afirma secretário

Comerciantes locais têm expectativa de que após a revitalização, o local atraia mais consumidores ao Centro da Capital

Postado em: 05-04-2019 às 06h00
Por: Sheyla Sousa
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Comerciantes locais têm expectativa de que após a revitalização, o local atraia mais consumidores ao Centro da Capital

Igor Caldas*

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A Rua 8 no Centro de Goiânia vai ser reformada. Segundo o Secretário Municipal de Planejamento e Habitação, Henrique Alves, o início das obras deverá acontecer até o fim da próxima semana. Conhecida popularmente como Rua do Lazer, ela foi a primeira rua pública da Capital a não permitir a circulação de veículos automotores. A reforma integra o projeto Reviva Goiânia, que pretende melhorar e revitalizar diversos pontos históricos da Capital, inclusive pontos na Região Central que necessita de melhorias para conservação do patrimônio histórico da cidade. A obra foi prometida para começar no início de fevereiro, mas houve adiamento da data prevista.

A parte estrutural da rua fez com que o projeto tivesse que ser revisto. Caixas de saída de telefonia e esgoto, assim como fiações elétricas são obstáculos para as mudanças previstas no projeto. Há cerca de 60 caixas que precisam ser transferidas de lugar ou ter as fiações retiradas apenas na extensão da Rua 8.  O secretário da Seplanh afirma que a pasta, juntamente com as empresas de energia, telefonia e esgoto já realizaram as vistorias necessárias para identificar as caixas que poderão ser removidas pela obra. O adiamento também ocorreu para dar um prazo mais longo aos comerciantes que ocupam os dois quiosques montados na Rua 8. Eles vão ter de sair do local enquanto as obras acontecem.

O Projeto de Revitalização da Rua do Lazer contempla o calçamento e paisagismo da via. Também serão feitas adequações de acessibilidade e segurança previstos em lei, como a instalação de pisos táteis. As luminárias e o mobiliário urbano antigo que compõe toda a rua também serão reformados. Os quiosques do local também serão revitalizados. Eles vão passar a ser montados em estruturas de alvenaria com banheiros públicos. A ideia é que os comerciantes que atuam hoje no local possam continuar a trabalhar nos novos quiosques após o fim das obras. Segundo Alves, os comerciantes terão as permissões de uso do local transferidas para os novos quiosques.

Segundo Mihran Merzian, empresário e proprietário de uma das lojas localizadas na Rua 8, a necessidade da reforma é antiga. “Em função da omissão que a Rua do Lazer teve nos últimos anos, o local está inseguro, escuro, sujo e abandonado. A população, os clientes, moradores e empresários necessitam de uma melhor parceria. Em outras capitais, as zonas centrais recebem melhor atenção”, afirma Merzian. 

O empresário sugere que a Prefeitura estimule a criação de eventos culturais, shows e feiras, sobretudo no período noturno, para trazer as pessoas de volta ao local. “A rua fica deserta à noite e favorece ocorrência de crimes e tráfico de drogas”, denuncia o empresário.

Gilene de Oliveira Araújo possui uma loja na Rua do Lazer e reclama que os clientes desapareceram do local. “A rua está em total desleixo e abandono. O cliente sumiu. Além da crise política e social que estamos enfrentando, tem a falta de estrutura para que o consumidor venha ao Centro da cidade. Aqui falta estacionamento, segurança, lugares para os clientes sentarem. Não tem nem banheiro público”, afirma Araújo. Ela também reclama que a prefeitura proíbe instalações de ombrelones, mesas e cadeiras para que os clientes possam tomar café, como acontece em ruas de pedestres em outras capitais.

Outro proprietário de uma loja na Rua 8, George Santiago, denuncia mais um problema que poderá ser resolvido pela reforma. “Temos muitos problemas com as águas pluviais. Aqui quando chove vira um rio, não tem escoamento de água e como não tem calçada, os pedestres não conseguem passar por aqui”.  Santiago reitera o problema do local com a segurança e afirma que a prefeitura deveria implantar um posto fixo da Polícia Militar ou da Guarda Civil Metropolitana, na rua.

Drenagem do solo 

O Secretário Henrique Alves, afirma que os problemas relacionados às águas pluviais estão contempladas no projeto, pois foram uma das principais reclamações dos comerciantes locais. “Avaliamos essa questão para reaver o paisagismo da rua e adequá-lo à drenagem da chuva. Também vão ser construídas caixas de recarga para ajudar a escoar a água”, afirma o secretário.

O projeto vai contemplar todas as duas quadras adjacentes à Rua do Lazer, o que corresponde ao perímetro das ruas 9, 3 e avenidas Goiás e Anhanguera.  Também está previsto a reforma no beco onde está localizado o Teatro Carlos Moreira. Ele será revitalizado com a temática das artes. O outro beco, que fica do lado oposto, terá o tema dedicado aos esportes e à cultura. Será construída uma quadra de esportes e um estacionamento. O custo da obra está orçado em R$ 275 mil. 

Outros locais da Capital também vão ser revitalizados 

O projeto ReViva Goiânia objetiva revitalizar a região conhecida como Núcleo Pioneiro da Capital. Este núcleo começa na Praça do Botafogo, no Setor Leste Vila Nova, passando pela região Central, entre a Praça Cívica e Avenida Paranaíba. Ele prossegue pelas avenidas Anhanguera e 24 de Outubro até chegar à altura da Praça Joaquim Lúcio, em Campinas. Uma das ações previstas pelo projeto é a despoluição visual das duas regiões.

O custo das obras da Rua 8, orçado em R$ 275 mil, mas o dinheiro não virá pelo Tesouro Municipal. Os recursos serão de um programa da Seplanh, que por meio de uma parceria, utiliza as diretrizes de compensação do Projeto Diferenciado de Urbanização (PDU), aprovado em lei municipal de 2007, que aprovou o atual Plano Diretor e regulamentado em lei específica do ano de 2009.

Segundo a lei, empreendimentos que se beneficiaram com a liberação para construir o PDU precisam arcar com contrapartidas para o poder público e, então, por definição da Seplanh, uma dessas contrapartidas seria referente à revitalização da Rua do Lazer. Os custos aos cofres públicos só serão sobre as horas trabalhadas pelos servidores que vão atuar no local, tanto da Seplanh quanto da Seinfra. Outros locais históricos da Capital também devem ser contemplados com revitalizações seguindo o mesmo modelo da Rua 8. Um deles vai ser a Praça do Cruzeiro.

A Praça do Trabalhador também será reformada, mas ela não será executada por meio do projeto ReViva Goiânia. A obra será feita pela Construtura Ventuno LTDA que venceu licitação da Secretaria Municipal de Infraestrutura (Seinfra) e será responsável pelas revitalização do local. O contrato foi orçado em R$ 6,9 milhões e prevê a criação de um espaço que funcionará como estacionamento e abrigará a Feira Hippie a partir das quintas-feiras.

No entanto, em busca de maior participação da população na reforma, o governo está realizando audiências públicas para abrir a discussão sobre como a revitalização será feita. A primeira audiência foi realizada no dia 18 do último mês. Representantes do Governo, Vereadores e feirantes estiveram presentes para debater. Feirantes se manifestaram para obter informações do local para onde serão remanejados.  Na ocasião, o vereador Paulo Magalhães afirmou aos feirantes que solicitaria uma reunião ao prefeito Iris Rezende, entre as partes para chegar a uma posição sobre a situação e remanejamento das feiras que acontecem na praça. 

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