Advogado e ex-assessor do TJ são presos suspeitos de integrar facção criminosa

Investigações apontam que ambos receberam R$ 200 mil pelo repasse de uma única informação

Postado em: 05-04-2019 às 13h30
Por: Redação
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Investigações apontam que ambos receberam R$ 200 mil pelo repasse de uma única informação

Eduardo Marques

A Polícia Civil prendeu o advogado Emerson Thadeu Vita Ferreira e o ex-assessor de um magistrado da 3ª Vara Criminal de Goiânia, Carlos Eduardo Moraes Nunes. Ambos são investigados por participação em ações criminosas ligadas à organização criminosa Comando Vermelho (CV), a partir da vida de luxo e ostentação que levavam, que segundo as investigações, não condiz com os cargos e salários recebidos. A dupla foi presa nesta quarta-feira (3), durante operação batizada de Antídoto.

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As investigações conduzidas pela Delegacia Estadual de Repressão às Ações Criminosas Organizadas (Draco) apontam que ambos vinham realizando viagens caras, além de possuir carros de luxo e um deles, inclusive, uma mansão em um condomínio de luxo na capital.

A Polícia Civil descobriu que os investigados organizaram esquemas ligados à venda de sentenças, sumiço de autos processais, falsificação de assinaturas de servidores do Tribunal de Justiça de Goiás (TJ-GO) e todo tipo de facilitação a réus ligados ao CV. O assessor foi exonerado do cargo do TJ-GO no início desta semana, de acordo com a corporação.

Já o ex-assessor tinha a função de negociar as decisões judiciais em troca de quantias em dinheiro que lhe permitiam uma vida abastada. O assessor preso é ligado diretamente ao advogado responsável pela intermediação dos casos.

As diligências investigativas ainda prosseguem no sentido de descobrir a participação de outras pessoas no caso. 

Durante o cumprimento dos mandados de busca e apreensão nas residências dos suspeitos, foram apreendidos vários dólares, euros, celulares e computadores.

Segundo informações da Polícia Civil, o repasse de uma informação privilegiada aos integrantes da facção criminosa rendeu aos suspeitos R$ 200 mil de uma só vez.

O Tribunal de Justiça de Goiás informa que, diante dos indícios da participação do ex-servidor nas ações criminosas objeto de investigação pela Polícia Civil (DRACO), ele foi imediatamente exonerado. Informa, ainda, que partiu do próprio Judiciário goiano o mandado de prisão contra Carlos Eduardo. 

As defesas dos suspeitos não foram identificadas. O espaço continua aberto para esclarecimento do caso. 

Matéria atualizada em 05/04/2019 às 15h29 para acréscimo da nota do TJ-GO. 

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