Por bom comportamento, Cachoeira retira tornozeleira

Contraventor agora está em regime semiaberto e deve respeitar algumas regras

Postado em: 06-04-2019 às 06h00
Por: Sheyla Sousa
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Contraventor agora está em regime semiaberto e deve respeitar algumas regras

Isabela Martins*

Após decisão judicial a Diretoria Geral de Administração Penitenciária (DGAP), o contraventor Carlos Augusto de Almeida Ramos, o Carlinhos Cachoeira, retirou a tornozeleira eletrônica. A Justiça determinou também que ele cumpra obrigações como não mudar de endereço sem aviso prévio e não sair de casa entre 20 horas e horas todos os dias. 

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Com a decisão, Cachoeira agora está em regime aberto, sem monitoramento eletrônico, por ter “ostentado comportamento satisfatório”.  Segundo a DGAP, a tornozeleira foi removida após determinação da juíza Telma Aparecida Alves Marques. A decisão permite ainda que Cachoeira transite por algumas cidades como, Aparecida de Goiânia, Abadia de Goiás, Bonfinópolis, Senador Canedo e Trindade. 

O preso é obrigado a cumprir algumas medidas cautelares, entre elas atender com rapidez e boa vontade todas as intimações judiciais e das autoridades, sempre portar documentos de identificação pessoal, não frequentar bares, casas noturnas e estabelecimentos semelhantes, não portar arma. Caso as condições sejam descumpridas, o apenado terá a revogação do benefício e a regressão cautelar do regime. 

Cachoeira já teve o monitoramento cancelado em agosto de 2018, quando a defesa dele argumentou que o cliente precisa fazer viagens a trabalho, já que era funcionário de uma empresa de distribuição de materiais hospitalares e farmacêuticos. Cerca de dois meses depois, outra decisão da Justiça determinou que ele voltasse a colocar o equipamento, com o qual estava desde outubro de 2018.

Semiaberto

Três dias após ir ao regime semiaberto em 2018, Cachoeira começou a trabalhar em uma empresa farmacêutica em Aparecida de Goiânia. Ele foi contratado por uma empresa de distribuição de material hospitalar e farmacêutica situada no Pólo Industrial, com um salário de R$ 6,5 mil. Ele poderia ficar no local de trabalho até as 21hs. 

Condenado a seis anos e oito meses, em regime fechado, por fraudes na lotérica carioca, obteve junto ao Superior Tribunal de Justiça (STJ) diminuição de pena para quatro anos e progressão para o semiaberto. Por isso, passou a usar tornozeleira eletrônica. Cachoeira passava o expediente na empresa e dormia na casa que morava com a família no Residencial Alphaville Cruzeiro do Sul, residencial de luxo em Goiânia.

Fraudes na loteria 

Em 2012, Carlinhos Cachoeira e Waldomiro Diniz, ex-assessor do Palácio do Planalto, foram condenados a oito anos e doze meses de prisão pela 29ª Vara Criminal do Rio de Janeiro, por corrupção e fraude em uma licitação da Loteria do Rio de Janeiro (Loterj). Segundo denúncia do Ministério Público do Rio, o ex-assessor pediu R$ 1,7 milhão ao empresário como própria. O dinheiro também teria sido usado para abastecer campanha eleitoral de políticos. Ainda de acordo com o MP, Cachoeira obteve a alteração de um edital de licitação para se favorecer.

Cachoeira já havia sido condenado por crimes como contrabando de caça-níqueis, peculato, corrupção, violação de sigilo e formação de quadrilha. A primeira prisão ocorreu em fevereiro de 2012 na Operação Monte Carlo. Segundo a Polícia Federal, ele comandava um esquema de jogos de azar em Goiás e no Distrito Federal, com envolvimento de políticos. 

Nove meses depois deixou o presídio da Papuda em Brasília beneficiado por um alvará de soltura expedido pela 5ª Vara Criminal do Tribunal de Justiça do Distrito Federal. Na época, ele foi condenado na operação Saint-Michel, um desdobramento da operação Monte Carlo que apurou o envolvimento de agentes públicos e empresários em uma quadrilha que explorava jogo ilegal e tráfico de influência também em Brasília. (Isabela Martins é estagiária do Jornal O Hoje sob orientação do editor de Cidades Rhudy Crysthian)  

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