Segunda-feira, 22 de julho de 2024

Escalonamento volta a ser discutido

Proposta da prefeitura quer mudar horário de empresas e escolas na Capital para desafogar trânsito

Postado em: 09-04-2019 às 06h00
Por: Sheyla Sousa
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Proposta da prefeitura quer mudar horário de empresas e escolas na Capital para desafogar trânsito

Isabela Martins*

O Prefeito Iris Rezende (MDB) pretende propor o escalonamento de horário de empresas públicas e privadas como forma de desafogar o trânsito da Capital. A idéia é que escolas, órgãos públicos, o comércio em geral tenham horário diferentes. A medida que depende da elaboração de um projeto de lei foi um dos temas da campanha do prefeito em 2016.

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Para o secretário de Planejamento e Habitação Henrique Alves a idéia já foi testada em outros locais e teve resultado positivo. “Já observamos isso em outras cidades, e isso é uma coisa comum onde essas atividades, que são geradoras de tráfico de veículos e têm um impacto muito grande no trânsito, possam ter horário diferenciado para que tenhamos um fluxo melhor no trânsito”, afirmou. Segundo ele, é preciso avaliar a implementação do escalonamento. 

De acordo com o secretário, o município já finalizou o Plano Diretor com a permissão de que o funcionamento fosse realizado enquanto proposta, e já se iniciou uma minuta com o Código de Postura do município onde os horários de funcionamento das atividades econômicas são tratados. “O município vai iniciar algumas audiências públicas e conversas com a sociedade organizada e com a população, principalmente com aquelas atividades que sofreriam os impactos, com os principais interessados nesse projeto, para avaliar a opinião das pessoas e coletar maiores idéias para que se possa implementar de forma eficiente esse projeto”.

Uma das primeiras propostas a ser debatida seria a mudança de horário de comércio que teria seu funcionamento começando uma hora mais tarde, o que faria que o local fechasse as portas um pouco mais tarde do habitual. “Escolas seria mais complicado em razão dos turnos que a unidade possui e da carga horária. As universidades poderiam ter o inicio das aulas ou mais cedo ou mais tarde e, com isso, a gente conseguiria flexibilizar e diminuir um pouco o tráfego nas ruas de Goiânia e na hora do rush”, afirmou Henrique Alves que disse que as audiências públicas terão uma proposta efetiva sobre o assunto.

Problemas

A proposta não é vista de forma positiva para quem vive o dia a dia do trânsito da Capital. Para o analista de compras Claudio dos Santos, a proposta de escalonamento não resolveria o problema do fluxo do trânsito de Goiânia. “Nas avenidas aqui de Goiânia esse modelo não adianta muito, pois são muito estreitas. Se fossem maiores com certeza ajudaria, pois iriam caber mais carros ao invés de ficarem um atrás do outro ficariam ao lado e muito mais carros poderão estacionar poderia até resolver o problema de estacionamento na Capital”, afirmou.

Para a estudante Karyce Mendes que utiliza o transporte público, toda a proposta é válida. “É necessário fazer um estudo para ver se daria certo mesmo em Goiânia. Porque existem outras formas de melhorar o trânsito, mudar horário de escolas e comércios vai mudar a rotina de várias pessoas e vai levar mais tempo para implantar a fiscalização”. 

Em 2017 o prefeito Iris Rezende afirmou que só levaria a cabo a proposta caso ela fosse consensual. “É preciso mudar a cultura. Temos de deixar livre o horário de comércio para acabar esse rush. Tudo começa no mesmo horário. É faculdade, comércio. Cada um sai no seu carro e fica muito difícil”, afirmou o prefeito. Ele ainda disse que é preciso repensar algumas medidas que influenciem diretamente os moradores da cidade, onde os horários sendo escalonados o trânsito muda e a circulação das pessoas faz com que não haja o horário do rush como existe atualmente. “A cidade precisa desse escalonamento e nós vamos debater com a sociedade esse tema”, afirmou na época.

Uma das defensoras da proposta é a promotora Leila Maria de Oliveira que acompanha o transporte coletivo da Região Metropolitana que diz que a medida pode ajudar a melhorar a prestação de serviço em Goiânia. (Isabela Martins é estagiária do Jornal O Hoje sob orientação do editor de Cidades Rhudy Crysthian) 

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