Segunda-feira, 01 de julho de 2024

Chuvas expõe fragilidade das obras

Buracos e asfalto solto evidencia qualidade das obras de pavimentação realizadas em de Aparecida de Goiânia

Postado em: 11-04-2019 às 06h00
Por: Sheyla Sousa
Imagem Ilustrando a Notícia: Chuvas expõe fragilidade das obras
Buracos e asfalto solto evidencia qualidade das obras de pavimentação realizadas em de Aparecida de Goiânia

Igor Caldas*

As ruas de Aparecida de Goiânia estão esburacadas. Os problemas têm causado danos aos veículos da população e trazendo riscos de acidentes nas principais vias da cidade. A reportagem averiguou muitos buracos no asfalto por pelo menos três quilômetros rodados no bairro Papillon Park. No setor Veiga Jardim, a chuva causou enchentes e alagamento de ruas que impediu motocicletas e veículos de circularem com segurança. 

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O carro da reportagem chegou sob chuva forte em Aparecida de Goiânia e já dava para ver os estragos durante o trajeto. As ruas estavam alagadas e muitas pessoas esperavam alguma melhora do tempo sob o abrigo de um posto de gasolina no Setor Veiga Jardim. O bairro é próximo à ponte que sob o Rio Santo Antônio. 

Fernando Neri, de 30 anos, preferiu se abrigar com sua motocicleta modelo Biz enquanto a chuva não melhorava. O vento estava tão forte que molhava os abrigados mesmo sob o telhado do posto de gasolina. Questionado sob como está a situação do asfalto na cidade, Neri simplesmente apontou para as carenagens danificadas de sua motocicleta. “A moto já está toda arrebentada por causa dos choques com os buracos na pista. Está difícil andar por aqui desse jeito. Sinceramente, gostaria muito de estar falando sobre alguma melhoria da cidade, mas por enquanto o que a gente vê aqui é só buraco”. 

Neri afirma que todos os dias anda pela Rua Dolomita, no Setor Conde dos Arcos, e que ela está cheia de buracos. “Mês passado quebrou a carenagem frontal da minha moto, e a carenagem traseira também rachou no mês passado por causa de buraco. A pista está toda esburacada. Agora fica sem pagar IPVA para você ver se eles não apreendem o veículo. A gente paga imposto todo mês para ficar no perrengue”, lamenta Neri.

Depois de mais de 40 minutos a espera de uma estiagem, Fernando cansou de esperar, subiu o zíper da capa de chuva e montou na moto para enfrentar a enxurrada da Av. Escultor Veiga Vale. Nem cinco minutos se passaram quando ele voltou novamente para se abrigar no posto de gasolina. “Está impossível passar na ponte. Tudo alagado. Tem vários carros parados lá que não conseguem fazer a travessia”, conta Neri.  “O pior de tudo é que a chuva tapa a visibilidade do buraco no asfalto e quando você menos espera vai de encontro a eles. Enquanto fica só no prejuízo material, de boa, mas e quando causa um acidente grave? A saúde vai para o saco, não dá para se arriscar”, denuncia Neri.

Motoqueiros 

Após leve diminuição da chuva, a reportagem averiguou o estado da ponte sob o Rio Santo Antônio na Avenida Escultor Veiga Vale. A ponte continuava alagada, mas já estava com trânsito de veículos. Após o término da estrutura sob o rio, os carros e motos tinham que desviar de um grande buraco no asfalto. “A prefeitura estava tapando esse buraco aqui ontem, parece que a prefeitura só faz obra quando ta chovendo, nunca vi uma coisa dessas. É só a água vir que carrega o asfalto que eles tampam os buracos”, afirma José Monteiro Nascimento, proprietário de uma oficina de motocicletas na mesma avenida, ao lado da ponte. O asfalto assentado nas vias de Aparecida de Goiânia já ganhou o apelido de “sonrisal”, por que desmancha na água assim como o efervescente.

Segundo Nascimento, a ponte não tem escoamento necessário para as chuvas. “É só chover que alaga tudo. Hoje deu sorte que não quebrou nenhum carro, mas ontem quebraram dois”, afirma o mecânico. Os buracos nas pistas de Aparecida de Goiânia fizeram o movimento da oficina aumentar. “Só ontem eu peguei duas motos quebradas por causa de buraco. Em um dos acidentes, a roda dela chegou a quebrar. Na semana passada eu peguei mais uma que quebrou, também por que passou em cima de um buraco”, relata.

O vizinho de loja de Nascimento, Mário Goretti, afirma que a ponte necessita de uma lombada, radar ou até mesmo da instalação de um semáforo que diminua a velocidade dos carros. “Você precisa ver como os carros passam aqui rapaz. É no pau. Muitos acabam ficando quebrados por que não enxergam os buracos da pista quando chove”. Goretti afirma que os carros estavam circulando na pista, mas que minutos antes da chegada da reportagem estava tudo parado, com a água passando dos faróis dos carros. Ele gravou um vídeo para denunciar a situação. Ele estranha que no mês de abril ainda esteja chovendo dessa forma na cidade. “Já estamos em abril. Essa chuvarada já devia ter parado ne?”.

A situação do asfalto das vias do setor Papillon Park está preocupante. A reportagem flagrou uma placa de asfalto descolada pela chuva, na Avenida Pedro Luís Ribeiro, próximo a Fundação Bradesco. Na mesma via, acima da fundação, a ponte sob o Rio Santo Antônio também estava danificada pela forte chuva. Na passagem de pedestres a água causou uma verdadeira cratera, fazendo com que os pedestres tenham que usar a via exclusiva de automóveis para atravessar a ponte. O risco de acidente é alto. A chuva de ontem em Aparecida de Goiânia durou pelo menos duas horas.

A reportagem entrou em contato com a Secretaria de Infraestrutura e Obras de Aparecida de Goiânia para questionar o estado das vias da cidade. Ela se limitou a informar, por nota, que encaminhará uma equipe aos setores Papillon Park e Veiga Jardim para averiguar a situação das ruas da região e realizar os reparos necessários. Mas, segundo moradores, os problemas com a chuva são recorrentes na cidade.  (*Especial para O Hoje)  

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