Ameaças a escolas preocupam autoridades

Só no mês passado foram registrados cinco casos de ameaças de atentados em escolas do Estado

Postado em: 19-04-2019 às 06h00
Por: Sheyla Sousa
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Só no mês passado foram registrados cinco casos de ameaças de atentados em escolas do Estado

Higor Santana*

Já foram registrados sete casos de ameaças de atentados em escolas no Estado, sendo cindo só em março. No inicio do ano mais de quatro mil alunos tiveram as aulas suspensas por conta de boatos de que algumas pessoas estariam planejando ataques às escolas, na região Sudoeste do Estado. Segundo dados da Polícia Civil, na maioria das vezes, os suspeitos de fazer as ameaças são adolescentes ou jovens com idades menores que 22 anos.

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De acordo com a polícia, na maioria dos casos, os suspeitos de cometer esse tipo de crime alegam ter sofrido bullying, ou que se espelharam em outros casos, como o da Escola Estadual Raul Brasil, ocorrido em março deste ano, em Suzano (SP). O atentado resultou na morte de oito pessoas dentre alunos e funcionários da escola, e mais a dos dois atiradores. 

Segundo especialistas, é comum que autores desse tipo de crime tenham uma ligação com a instituição que é atacada. Uma série de outros fatores, que incluem transtornos mentais, e que variam em cada caso, também é considerada ao analisar o que leva alguém a entrar, especificamente, em uma escola atirando. 

Outro motivo que pode levar atiradores a escolher escolas, é o chamado efeito “copy-cat” (copiador, em inglês). Vários assassinos citam casos anteriores de massacres em escolas, como o de Suzano ou o de Columbine, em 1999, nos Estados Unidos, como “inspiração” para agirem também nesses locais. Já que os casos de tiroteios em massa ganham repercussão nacional.

Segurança Escolar

Depois da tragédia de Suzano a Secretaria de Educação do Estado de Goiás decidiu implantar na rede pública um protocolo de Segurança Escolar. No documento, de autoria da PM, contém informações voltadas à precaução e ao combate de ataques e outros atos de violência. O texto aborda também a prática de bullying e o uso e tráfico de drogas. 

Mês violento

Só em março foram cinco registros desse tipo de crime. No dia 18, um menor de 17 anos foi detido com materiais que seriam utilizados no ataque à escola que estudava, em Pontalina. Capa, máscara, desenhos, arco e flechas, arma de fogo e munições foram apreendidos.

No dia 19 a Polícia Militar foi chamada no Colégio Estadual Drº Onerio Pereira Vieira em Quirinópolis, a 292 km de Goiânia, para investigar uma denúncia feita pela diretora da unidade de ensino. A funcionária alegou que um jovem que estuda a noite publicou nas redes sociais sobre o massacre na escola de Suzano (SP). Ela afirmou que ele deixou transparecer que desejava fazer o mesmo no colégio onde estudava. Preocupados, os alunos fizeram prints das postagens e o caso repercutiu dentro e fora da instituição.

No mesmo dia a PC apreendeu um adolescente, de 15 anos, após criar um grupo na internet e pedir para que outros alunos o ajudassem a conseguir armas de fogo. O armamento seria para fazer um suposto ataque no Colégio Estadual Moisés Santana, no município de Bom Jesus de Goiás.

O caso mais recente ocorreu no último dia 17 de abril. Um adolescente foi apreendido em Uruaçu, suspeito de planejar um ataque no Colégio Estadual Alfredo Nasser, onde estuda. O menor usaria três armas do pai, sendo duas espingardas e um revólver calibre 38. No planejamento do atentando, o menino pretendia usar “60 balas por arma” e “mirar na cabeça” de diretores, coordenadores, professores e da porteira. (Higor Santana é estagiário do Jornal O Hoje sob orientação do editor de cidades Rhudy Crysthian) 

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