Privatização pode melhorar preço

Igor Caldas*

A intenção de privatização o Eixo Anhanguera pode abrir um horizonte de esperança para quem precisa se espremer no transporte coletivo. Junto com a carta de intenção de privatização do Eixão, o prefeito Iris Rezende promete um estudo amplo para a melhoria do transporte na Capital. Para o presidente da Companhia Metropolitana de Transporte Coletivo (CMTC), Kennedy Machado, uma das questões que serão saneadas até o final deste ano é quanto às desonerações. Segundo ele, essa questão pode ser responsável pela redução do valor da tarifa.

De acordo com Kennedy, as gratuidades e meia passagem que representam 23% do peso sobre a tarifa, deveriam ser custeadas por receitas “extratarifárias” que seriam taxas de estacionamento, calçadas ou publicidade em ônibus que seriam usadas para financiar o transporte público. Atualmente, todo custo da meia passagem de estudantes e gratuidade para idosos e deficientes são custeadas pelos outros usuários. O presidente da CMTC acredita que as receitas criadas poderão ser reinseridas para melhorias no transporte público.

“Com a criação das receitas poderemos fazer o custeio das gratuidades, da operação e manutenção dos terminais de integração, implantação e reforma de abrigos. Hoje simplesmente é o usuário do transporte que paga todo o bolo do sistema e nós entendemos que isso não é justo”, destaca.

A pauta vai ser apresentada na Câmara Deliberativa de Transportes Coletivos (CDTC). Benjamin ainda defende que a manutenção de plataformas e terminais seja custeada pelo poder público. Segundo ele, essa desoneração, aliada à criação das receitas extras seriam suficientes para a redução no preço da passagem de ônibus na Capital. O valor poderia chegar a R$ 3,10, de acordo com a expectativa do presidente da CMTC.

O prefeito Iris Rezende admitiu que o Estado “não conseguiu garantir o atendimento eficaz aos passageiros” e por isso se faz necessário “um estudo para privatização”, que segundo ele, “será iniciado com objetivo de garantir um maior número de ônibus novos e, consequentemente, mais rapidez e qualidade na prestação deste serviço”, destaca Iris.

A atualização da tarifa foi presidida pelo prefeito de Trindade Jânio Darrot e existe a promessa da realização de outros encontros com técnicos e os 11 membros da CDTC para elaborar propostas de melhorias do transporte. “O trabalho de agora em diante é fortalecer o órgão gestor e aliviar para o usuário e todos”, afirma Kennedy.

Devido ao feriado, o usuário do transporte público de Goiânia vai sentir o aumento da tarifa no bolso apenas na segunda-feira. Na sexta, por conta do feriado, grande parte dos goianienses ficarão em casa e o fluxo dos terminais rodoviários diminui bastante.

Terminais

A ideia de transferir a responsabilidade da manutenção dos terminais e plataformas para a municipalidade pode ser um fator positivo para a desoneração da passagem, mas se não for feito com o planejamento adequado pode representar uma piora na qualidade destes pontos. No ano passado, a CDTC deliberou que a manutenção e instalação de abrigos de ônibus fosse responsabilidade da prefeitura.

Em reportagem deste mês, O Hoje averiguou falta de manutenção nos abrigos de pontos de ônibus na extensão de toda Avenida Goiás na região central de Goiânia. Alguns pontos de ônibus estavam em situação tão crítica que as estruturas de ferro que sustentam o abrigo estavam expostas. Passageiros relataram medo de desabamento.

A Prefeitura emitiu uma nota para informar que a Secretaria Municipal de Infraestrutura e Serviços Públicos (Seinfra) iniciaria um diagnóstico de todos os abrigos existentes na Capital, e que após sua finalização iniciaria o projeto de requalificação dos que existem e criação de novos. Em relação aos pontos do Centro, a Seinfra informou que os abrigos da Avenida Goiás vão entrar no projeto do BRT ainda neste ano. (*Especial para O Hoje)