Cmeis atendem 80 alunos surdos Capital

Crianças recebem atendimento específico com atenção especial prestada por professores intérpretes

Postado em: 29-04-2019 às 06h00
Por: Sheyla Sousa
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Crianças recebem atendimento específico com atenção especial prestada por professores intérpretes

Higor Santana*

A Secretaria Municipal de Educação e Esporte (SME) informou que em Goiânia atende cerca de 80 educandos com deficiência auditiva em 56 unidades da rede na Capital. Em seu quadro de servidores, a SME conta com, além de um professor para cada educando, mais oito professores de Língua Brasileira de Sinais (Libras), estrategicamente modulados em coordenadorias regionais de educação para propiciar, nas instituições com surdos matriculados, a formação e orientação específicas em contexto. O intuito, de acordo com a pasta, é que seja desenvolvida uma educação de qualidade para esses alunos.

Os educadores presentes nas instituições realizam a função de interpretar as aulas e auxiliam na inclusão do educando surdo em sala, junto aos colegas e a instituição como um todo. Por lei, é garantido ao surdo um tradutor intérprete de Libras nas escolas, sejam públicas ou privadas. Segundo a SME, uma de suas prioridades é promover a inclusão de educandos com necessidades especiais específicas. A rede conta com dois Centros Municipais de Apoio à Inclusão (Cma), o Cmai Brasil Di Ramos Caiado, no Bairro Rodoviário e o Cmai Maria Thomé Neto, no setor Nova Suíça.

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O professor intérprete de Libras, Leone de Morais Nogueira Xavier, trabalha na Escola Municipal Itamar Martins Ferreira e acompanha o educando Erick Lima da Silva que cursa o 9º ano. O professor ensina Libras para os colegas de sala, e segundo ele, os alunos amam as aulas, e o quanto isso facilita a comunicação entre eles. No dia a dia interpreta as aulas de português para Libras e, de forma sucinta, sempre se preocupa em ensinar um pouco da língua aos outros professores e os conscientiza sobre como lidar com os surdos.

Leone explica sua experiência com o aluno, que vai além da interpretação e como todos participam do processo de inclusão.“O acompanhamento com o aluno surdo tem surtido efeito em sua socialização e aprendizado. Anteriormente ele fazia sons que ele não sabia que estava emitindo (que atrapalhavam a turma) agora ele já tem ciência dos sons que emite. Se relaciona muito bem com todos os educandos, conversa sobre assuntos diversos com seus colegas em Língua de Sinais”, afirma.

Ainda segundo Leone, a Libras também tem auxiliado na participação de esportes, nas demais atividades e momentos importantes na unidade escolar. Como as demais aulas são traduzidas para Libras, o educando tem tido boa aquisição de conteúdos e seu conhecimento de mundo tem aumentado através de aulas com recursos visuais. “Seu entendimento e cooperação com as regras da sociedade aumentaram muito. Infelizmente o Erick ainda possui dificuldade com o português escrito, mas é um déficit que vem sendo trabalhado no atendimento individualizado sistematicamente no esforço de melhorar seu desempenho acadêmico”, explica o professor.

Euder Arrais, coordenador de Políticas de Educação Bilíngue de Surdos da Gerência de Inclusão, Diversidade e Cidadania, informa que a SME se empenha no desenvolvimento e qualificação dessa modalidade. “O Centro de Formação da SME oferece cursos de formação continuada para os professores de Libras, intérpretes e demais servidores. Há projetos inovadores sendo elaborados, com implementação de materiais didáticos midiáticos bilíngues e também para formação e divulgação para todos os profissionais da educação a respeito das especificidades linguísticas e culturais dos surdos”, disse. (Higor Santana é estagiário do Jornal O Hoje sob orientação do editor de cidades Rhudy Crysthian) 

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