Saúde vai recorrer para reverter interdição do HMI

Secretário de Saúde afirma que interdição foi ‘midiática, desproporcional e não razoável’

Postado em: 02-05-2019 às 06h00
Por: Sheyla Sousa
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Secretário de Saúde afirma que interdição foi ‘midiática, desproporcional e não razoável’

Igor Caldas*

Em coletiva de imprensa feita nesta quarta feira (1º), o secretário de Saúde do Estado de Goiás, Ismael Alexandrino falou sobre a situação atual do Hospital Materno Infantil (HMI). Ele afirma que a Procuradoria do Estado vai recorrer judicialmente para evitar “interdição midiática, desproporcional e não razoável” da unidade.

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Alexandrino recorda que, caso o HMI seja fechado, além do imenso prejuízo aos pacientes atendidos pela unidade, haverá também um impacto financeiro grande porque será rompido o contrato milionário com a Organização Social (OS) que gere a unidade. O problema é agravado com a questão dos celetistas, que sofrerão demissão em massa.

O secretário afirma que não está deixando de assumir problemas estruturais do HMI, mas essas falhas não justificam uma medida tão drástica. “Para onde vamos mandar as pessoas que estão internadas lá?”, questionou.

Alexandrino nega a informação de que faltam insumos na unidade. Segundo ele, não há falta de medicamentos na farmácia e os pacientes têm acesso a remédios e bom atendimento. “Tenho certeza que foram bem atendidos e tiveram seus remédios, mesmo com uma estrutura, que, reconheço, não é adequada, por ser um prédio muito antigo”, explicou.

Soluções

“Estamos atacando os problemas que foram citados, judicialmente entraremos com uma ação cautelar para que haja uma nulidade deste termo de interdição. A parte elétrica está sendo revisada, em relação aos containers entramos em contato com a área de manutenção para que sejam climatizados”, afirma Ismael. O secretário também afirma que a organização dos insumos nos postes de enfermagem terão melhorias.

A Secretaria de Saúde tem planos para construção de um novo hospital com estrutura duas vezes maior que a do Materno Infantil, nos próximos dois a três anos. “Estamos avaliando terrenos, em seguida projetos e a verba de aproximadamente R$ 150 milhões já foi pedida à bancada federal”, afirma Alexandrino.

HMI

Atualmente, o Materno Infantil tem 159 leitos, sendo 25 Unidades de Tratamento Intensivos (UTIs) – 10 neonatal, 10 pediátricas e 5 maternas – número considerado insuficiente pelo secretário. A unidade atendeu 3.993 pacientes no mês de março e 4 mil em abril. Depois da abertura de leitos no Hugol, a capacidade pediátrica do Materno dobrou, afirma o secretário. Ele diz que o pedido de interdição não levou em conta as ações do governo para ampliação do atendimento pediátrico.

Caso o HMI feche, Ismael afirma que terá que mandar a demanda de atendimentos pra o Hugol, mas o hospital não dá conta de atender à demanda. “A interdição também impactaria na vida dos pacientes que terão tratamentos interrompidos”, destaca o secretário. Ele reitera que considera a medida midiática, pelo fato de ter sido divulgada primeiramente na imprensa e só depois entregue a notificação para a SES-GO. (*Especial para O Hoje)  

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