Indústria goiana desenvolve habilidades com aprendizes e estagiários

De acordo com a Lei 10.097 de 2000, ou Lei do Aprendiz, toda empresa, de médio a grande porte, ou seja, organizações que possuem 50 ou mais funcionários, deve contratar para compor o seu quadro de colaboradores, de 5% a 15% de jovens aprendizes

Postado em: 03-05-2019 às 09h50
Por: Jefferson Pereira dos Santos
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De acordo com a Lei 10.097 de 2000, ou Lei do Aprendiz, toda empresa, de médio a grande porte, ou seja, organizações que possuem 50 ou mais funcionários, deve contratar para compor o seu quadro de colaboradores, de 5% a 15% de jovens aprendizes

Da Redação

O mercado de trabalho para os jovens está difícil, o desemprego dessa faixa etária chegou a 27,2% no fim de 2018, e o número de profissionais que desistiram de procurar uma vaga triplicou desde 2004, entre os jovens que têm até 24 anos. No fim de 2018, mais de 1,76 milhão de jovens estavam desempregados. Os números são da Pesquisa Nacional de Amostra de Domicílios Contínua (Pnad – Contínua) do IBGE.

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Para fugir destas estatísticas e conhecer mais o mercado, muitos jovens se candidatam a vagas de aprendizes e estagiários. De acordo com a Lei 10.097 de 2000, ou Lei do Aprendiz, toda empresa, de médio a grande porte, ou seja, organizações que possuem 50 ou mais funcionários, deve contratar para compor o seu quadro de colaboradores, de 5% a 15% de jovens na condição de aprendizes. Mas esta contratação pode ser mais que uma obrigação legal.

É bom deixar claro que a legislação que rege os aprendizes é diferente da dos estagiários. O Jovem Aprendiz é regido pela CLT (Consolidação das Leis do Trabalho). O contrato refere-se a trabalho especial, ajustado por escrito e por prazo determinado, em que o empregador se compromete a assegurar ao maior de 14 e menor de 24 anos. Já o estágio tem uma lei própria, não é CLT e, portanto não tem vínculo empregatício. “É uma atividade educacional”, explica Victor Leal, diretor financeiro e de RH da GSA.

Bons exemplos

Empresas e estudantes aproveitam oportunidade para desenvolver competências e reter talentos. Como é o caso da indústria de alimentos goiana, GSA que conta com um quadro de 30 aprendizes, que possuem entre 14 a 18 anos e estão matriculados em escola regular. “O interesse em contratar aprendizes é grande e existe porque a empresa acredita no potencial dos jovens. É muito importante para a GSA ter jovens qualificados e que queiram crescer junto com o grupo”, comenta Victor Leal.

Este é o caso de Danilo Bueno e Lorrayne Maria de Oliveira da Silva, ambos de 18 anos. Os dois trabalhavam como aprendizes no financeiro da indústria, mas devido a muito esforço e empenho conquistaram a vaga de emprego.

Deste início de outubro de 2018, Danilo já é auxiliar financeiro. “A contratação foi meu presente de aniversário. Faltava um mês para o meu contrato de aprendiz acabar e fui convidado para ser efetivado”, fala. O estudante do 3º ano do Ensino Médio explica que o trabalho na GSA o encaminhou e orientou em relação à vida profissional. “Estava sem norte do que estudar após a conclusão do Ensino Médio, agora estou pensando em cursar faculdade de administração ou ciências contábeis”. E ele ainda revela que para conquistar a tão sonhada vaga é sempre importante se mostrar curioso e interessado em aprender mais. “Quero crescer na empresa e evoluir. Sempre quero somar”, pontua.

Já Lorrayne foi contratada duas semanas após a finalização do contrato de aprendiz. “Foi maravilhoso ser chamada de volta. Representou que a minha dedicação e minha vontade de aprender foram vistas e reconhecidas”, revela. Hoje, Lorrayne é auxiliar de Departamento Pessoal e continua em aprendizado.

A jovem terminou o Ensino Médio no final de 2018, mas prevê entrar na universidade ainda no meio deste ano. “Estou esperando minha fase de experiência terminar para entrar na faculdade”. Ela ainda está na dúvida se cursa técnico em enfermagem ou administração de empresas.

Estágio

Além dos aprendizes, a GSA também desenvolve projetos com estagiários, hoje a indústria possui em seu quadro 21 estudantes ativos em diversas áreas, como Qualidade, PeD, Logística, TI e SESMT(Serviços Especializados em Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho). Destes contratos, dez são de estágios remunerados e o restante, 11, são de estágio obrigatório, que são de menor duração – em torno de dois a três meses  – e permitem ao universitário a oportunidade de cumprir sua carga horária prática exigida pela faculdade e, concomitante, ter um contato real com o ambiente corporativo e industrial.

O estudante de publicidade, Gustavo Nascimento, 22, se formou no fim do ano passado e, em janeiro o estagiário se tornou analista de marketing. Ele revela que o estágio foi uma grande escola. “Tudo que sei hoje da área, aprendi no estágio”, pontua.

Ainda na faculdade, após atuar um ano como estagiário de logística, Raphael Ítallo, de 24 anos, é hoje analista de compras. Para Raphael o período de prática foi muito importante, pois permitiu que ele instruir-se e também contribuísse com os colegas. “Foi uma troca de experiências e de aprendizado mútuo”, revela.

No mesmo caminho segue Daniella Stephany de Souza e Silva, 26. Ela entrou na GSA para fazer um estágio obrigatório de 200 horas do curso de engenharia de alimentos. E pouco depois de um mês, mesmo ainda sem se formar, foi convidada para assumir o cargo de analista de pesquisa de desenvolvimento júnior. “Eu nunca tinha feito estágio em uma empresa, a GSA me permitiu um primeiro contato com o mercado de trabalho da minha área de formação”, explica.

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