Incidência de dengue cresce 20% nas cidades

Levantamento revela que a incidência de casos de dengue no país subiu 339,9%

Postado em: 06-05-2019 às 06h00
Por: Sheyla Sousa
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Levantamento revela que a incidência de casos de dengue no país subiu 339,9%

Isabela Martins*

De acordo com levantamento feito pelo Ministério da Saúde, 994 municípios brasileiros apresentam alto índice de infestação pelo mosquito Aedes aegypti e podem registrar surtos de dengue, zika e chikunguya. O número representa 20% das 5.124 cidades que realizam algum tipo de estudo que classifica o risco de aumento de doenças causadas pelo vetor. Entre as capitais que apresentam maior risco, está Goiânia.

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O Levantamento Rápido de Índices de Infestação pelo Aedes aegypti (LIRAa) de 2019 revela que a incidência de casos de dengue no país entre janeiro e março subiu 339,9% em relação ao mesmo período de 2018. Municípios como Abadiânia, Itarumã e Senador Canedo se encontram em estado de risco de apresentar surtos das doenças. Entre os que estão em estado de alerta também aparecem Caldas Novas, Catalão e Inhumas.

Segundo o levantamento, até o dia 13 de abril foram registrados 451.685 casos prováveis de dengue no Brasil contra 102.681 casos no ano passado. A incidência que considera a proporção de casos em relação ao número de habitantes tem taxa de 216,6 casos para cada 100 mil habitantes. O número de óbitos pela doença teve aumento de 186,3%, passando de 66 para 123 mortes.

Registros

De acordo com a Secretaria Estadual de Saúde (SES), até a semana 16 do boletim epidemiológico foram 24.027 casos confirmados. As três cidades mais populosas do Estado Goiânia, Aparecida de Goiânia e Anápolis, são as que concentram a maior incidência de ocorrência. De acordo com a Secretaria, é considerado o coeficiente de incidência, que tem como referência a quantidade de registros por 100 mil habitantes, se destacam entre eles os municípios de Ouvidor, São João do Paraúna e Três Ranchos. 

Segundo os dados, são 27 óbitos suspeitos de dengue no Estado, sendo nove deles registrados em Goiânia. Os outros municípios que aparecem na lista são Catalão, Campos Belos e Posse, com um caso em cada cidade. 

Para o Coordenador Geral dos Programas Nacionais de Controle e Prevenção das Doenças Transmitidas pelo Aedes, Rodrigo Said, o que preocupa é o retorno do sorotipo dois, que há tempos não era identificado no país e a mudança deixa a população mais suscetível. Mais de 85% dos casos avaliados eram desse sorotipo, enquanto que nos outros anos não passava de 5%. “Em dengue quando há uma mudança do sorotipo circulante, há aumento do número de casos. Nos últimos anos, os tipos um e quatro eram predominantes, no final do ano passado o sorotipo dois começou a prevalecer”, afirmou.   

Zika e Chikungunya

Com relação aos casos de chikunguya, a incidência é de 11,6 casos para cada 100 mil habitantes. Em 2018, foram 37.874 casos, uma redução de 36,3%. Nesse ano não foram confirmados óbitos em decorrência no país. Sobre a zika foram 3.085 casos, com a incidência de 1,5 caso para cada 100 mil habitantes. No mesmo período do ano passado foram identificados 3.001 prováveis casos da doença, sem óbitos contabilizados. 

O armazenamento de água no nível do solo, ou seja, o armazenamento doméstico, como em tonéis ou barris, foi o principal tipo de criadouro identificado no país, seguido de depósitos móveis, no caso os vasos e frascos com água, pratos e garrafas retornáveis. Por último estão os depósitos encontrados em lixo, como recipientes plásticos, garrafas pet, latas, sucatas e entulhos de construção. (Isabela Martins é estagiária do Jornal O Hoje sob orientação do editor de Cidades Rhudy Crysthian) 

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