Drones dominam os céus

Acessório deixou de ser brinquedo e se tornou ferramenta de trabalho indispensável em diversas atividades

Postado em: 08-05-2019 às 06h00
Por: Sheyla Sousa
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Acessório deixou de ser brinquedo e se tornou ferramenta de trabalho indispensável em diversas atividades

Higor Santana*

Muito mais que um simples hobby ou uma câmera voadora, as aeronaves remotamente pilotadas, mais conhecidas como drones, estão conquistando cada vez mais espaço. A facilidade de manuseio e as diversas possibilidades de atuação fazem com que essa tecnologia se torne uma excelente ferramenta para as atividades no meio profissional. Hoje, o drone passou de um simples brinquedo, para se tornar uma ferramenta que, inclusive, salva vidas.

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É como aconteceu na Universidade de Maryland, em Baltimore, nos Estados Unidos. Especialistas em medicina, engenharia e aviação se reuniram para criar um sistema de entrega de órgão utilizando um drone. De acordo com o centro médico da universidade, o método foi testado pela primeira vez durante a entrega de um rim para uma paciente que aguardava pelo transplante há oito anos. O drone não fez apenas a entrega, como também monitorou e manteve os critérios de viabilidade do órgão, como a temperatura do rim.

Um estudo divulgado pela Associação Internacional de Sistemas de Veículos Não Tripulados (AISVNT) revelou que o impacto total que os drones vão causar na economia dos Estados Unidos até 2025, será de 13,2 bilhões de dólares. Além disso, a expectativa é de que sejam criados 34 mil novos empregos nas indústrias e 70 mil novos postos de trabalhos.

No Brasil, ainda não há um estudo detalhado como este, mas a expectativa é de que o mercado brasileiro também cresça, como passou a ser após a regulamentação da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), em 2017, sobre a utilização dos drones.

O repórter fotográfico Cristiano Borges utiliza o drone em filmagens e fotos. E para ele, as utilizações podem ser diversas. “Já iniciamos um trabalho de publicidade com o drone. Em um evento agropecuário, utilizamos com um banner para promover alguma marca. Nos estádios de futebol também, não só para filmar, mas também colocando faixas, também como forma de publicidade. Várias empresas de segurança já estão utilizando o drone no monitoramento, pois você consegue definir uma área em que ele fique monitorando. Além da utilização na agricultura, na pulverização das plantações. São várias formas de se utilizar”, explica.

Utilizações

Na agricultura, os drones também vêm ganhando espaço. Na prática, a precisão com drones no campo se baseia na captura de imagens aéreas de alta precisão, cobrindo centenas de hectares em um único voo, gerando um mapa com uma resolução e precisão muito superior do que as imagens que os satélites fornecem e com menor custo.

Outra área que se adaptou a essa tecnologia foi a de segurança. Os métodos tradicionais de vigilância são tipicamente limitados pela natureza da câmara, que é normalmente utilizada manualmente ou fixada em alguma estrutura. Os drones possibilitam a vigilância aprimorada de uma área aumento a eficácia da tomada de decisões em momentos críticos.

As empresas de engenharia e construções também estão se favorecendo pelo uso do drone, devido às inúmeras qualidades e benefícios oferecidos por esse equipamento. Os drones reduzem o tempo em campo para horas ao invés de dias ou meses, além de serem equipamentos mais simples do que os equipamentos tradicionais.

Analisar uma obra, acompanhar a sua evolução, ter informações cartográficas e uma série de informações que apenas os drones podem oferecer. Com o equipamento é possível gerar modelos topográficos detalhados e de alta resolução, imagens panorâmicas, modelagem 3D e reconstrução para fins diversos. “O drone é mais fácil de utilizar do que um helicóptero, por exemplo. É mais barato e mais prático. Você consegue utilizar e colocar ele em lugares que o helicóptero ou o cinegrafista não conseguiria. Além de ser mais estável. Por ser um aparelho leve, ele consegue se estabilizar melhor, contribuindo ainda com imagens mais limpas e menos tremidas”, explica o repórter fotográfico Cristiano.

Regulamentação 

Em 2017, a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) aprovou o regulamento para o uso de aeronaves remotamente pilotadas, os drones. Dentre as regras, está a exigência de habilitação para os pilotos de equipamentos com mais de 25 kg. Outra regra é a proibição de pilotar drones sobre pessoas, a não ser que elas tenham dado autorização para isso. Sem essa autorização, é respeitar uma distância de 30 metros de pessoas, com exceção dos órgãos de segurança pública.

A licença e a habilitação do piloto também devem ser exigidas quando drones com menos de 25 kg forem voar acima de 400 pés – cerca de 121 metros. Além disso, para qualquer tipo de drone haverá a exigência de que o piloto tenha mais de 18 anos. Segundo a ANAC, a expectativa é que a norma permita uma grande expansão do mercado de aeronaves remotamente pilotadas em usos como pulverização de lavoura e segurança privada e pública. (Higor Santana é estagiário do Jornal O Hoje sob orientação do editor de cidades Rhudy Crysthian)

 

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