Goianos fumam cerca de 20 cigarros por dia, revela pesquisa

Segundo coordenadora de doenças não transmissíveis, consumo do tabaco começa desde cedo

Postado em: 10-05-2019 às 06h00
Por: Sheyla Sousa
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Segundo coordenadora de doenças não transmissíveis, consumo do tabaco começa desde cedo

Isabela Martins*

Dados da pesquisa de Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel) do Ministério da Saúde apontam que o número de fumantes nas capitais brasileiras caiu 36%, entre 2006 e 2017. Em Goiânia, o número de pessoas com 18 anos ou mais que fumavam a partir de 20 cigarros por dia era de 4,7% em 2010. Já em 2017, esse número havia caído para 2,2%. Mesmo com a queda o número ainda é considerado alto pelas autoridades de saúde. 

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“A maioria dos fumantes começa a fumar muito cedo, por volta dos nove anos. E nosso papel principal é atuar nas escolas, no dia a dia com alunos e professores”, afirma a coordenadora de Doenças e Agravos Não Transmissíveis da SES-GO, Selma Tavares. Segundo ela, o tabagismo vem aumentando principalmente entre as mulheres. “Os homens fumam muito ainda, mais do que as mulheres, mais isso vem mudando. As mulheres vêm aumentando cada vez mais o consumo de derivados do tabaco podendo equiparar ao sexo masculino, e a gente precisa adotar ideias de enfrentamento”. 

Em Goiás, entre 2008 e 2018, doenças ligadas ao tabaco causaram mais de 112 mil internações, um custo total de R$ 136,8 milhões para o Sistema Único de Saúde (SUS). Entre as enfermidades causadas estão o câncer, arterosclerose, acidente vascular cerebral (AVC) e síndromes correlatas, o que não costuma dar muita chance ao paciente para a pessoa deixar o tabagismo. Os números mais recentes são de 2015, e mostram que o tabagismo foi responsável por 156,2 mil mortes no país.

O representante comercial Cleone dos Santos fuma desde os 16 anos, e já sentiu os impactos do uso do cigarro na saúde. “Houve uma época em que eu estava fumando mais de uma carteira por dia e nessa época, senti problemas porque tossia muito devido ao uso”. Ele conta que já tentou parar, e que hoje em dia fuma três cigarros por dia. “Parei algumas vezes. Uma vez por oito meses, mas daí houve uma ocasião em que eu fumei o primeiro e depois outro e outro”.

Controle ao tabagismo

Por meio do Instituto Nacional do Câncer (Inca), o Ministério da Saúde criou em 1989 o Programa Nacional de Controle do Tabagismo (PNCT). Três anos depois, a Secretaria de Saúde de Goiás (SES-GO), por meio da Superintendência de Vigilância em Saúde (Suvisa) criou uma coordenação ligada ao programa para atuar principalmente na prevenção educativa.

Segundo a SES, a capacitação dos profissionais da atenção básica dos municípios é fundamental para ajudar o usuário a se livrar do cigarro. Já nas empresas, o trabalho tem o objetivo de tornar o ambiente 100% livre do tabaco e também informar sobre como buscar tratamentos gratuitos para quem tiver interesse. 

O tratamento está disponível em 141 municípios goianos, e inclui abordagens comportamentais, com o apoio de psicólogos, e também de medicamentos, como adesivos para pele, na terapia de nicotina, e antidrepessivo. “Nossa meta é oferecer esse serviço para todos os 246 municípios”, afirma à coordenadora. Ela lembra ainda que 3.685 pessoas buscaram por tratamentos nas unidades básicas de saúde dos municípios, de setembro a dezembro de 2017. Do total, 98 eram menores de 18 anos; 696 tinham 60 anos ou mais. Em 2016, o número de atendimentos em todo país chegou a 902 mil.  (*Isabela Martins é estagiária do Jornal O Hoje sob orientação do editor de Cidades Rhudy Crysthian) 

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