Modelo de atendimento diminui fila em UPA

A estratégia da Prefeitura de Anápolis de desafogar a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) deu certo. A média, que era de 14 mil atendimentos por mês, passou para 12 mil desde 1º de abril, quando foi implantada a triagem médica junto com a de enfermagem e um acolhimento mais rápido aos casos considerados mais simples em uma das unidades de horário estendido com transporte do próprio município.

A média mensal de pacientes na UPA era de cerca de oito mil até o final de 2018, mas quase dobrou no primeiro trimestre deste ano. Vários fatores contribuíram para esse aumento. Um deles é a diminuição dos serviços realizados pela Santa Casa de Misericórdia, que pelo atraso de repasses e a não renovação do contrato com o Governo de Goiás, pode ter suas atividades interrompidas a partir desta semana, mesmo com o suporte financeiro da Prefeitura. 

Outro ponto é a grande quantidade de pacientes de outras cidades que procuram a UPA. Para se ter uma ideia, em 30 dias, são atendidas cerca 400 pessoas de outros municípios goianos e aproximadamente 300 de outros estados como Amazonas, Roraima, Amapá, Ceará, Tocantins, Mato Grosso, Rio Grande do Sul, além de Minas Gerais e do Distrito Federal.

Também contribuiu para o aumento do atendimento na UPA, a procura de pacientes de casos não graves – que são classificados nas cores azuis e verdes – conforme protocolo de classificação de risco na urgência e emergência. Casos como estes podem ser atendidos nas unidades básicas de saúde. 

Com o novo perfil de atendimento é possível classificar de modo mais rápido e preciso o quadro do paciente. Se ele se encaixar nos perfis azul e verde têm à sua disposição transporte para as unidades Abadia Lopes da Fonseca e Parque Iracema, que funcionam em horário estendido e possuem livre demanda. Caso seja amarelo, laranja ou vermelho será atendido na própria UPA. “Lembrando que esse transporte é uma opção do paciente visando a agilidade. A UPA é uma unidade de portas abertas”, destaca o secretário municipal de Saúde, Lucas Leite.

O transporte é opcional e parte da UPA – no período das 7h às 19h – de uma em uma hora se alternando entre as unidades de horário estendido. O retorno do paciente ao local de origem também é feito pelo veículo do município. Tem direito a acompanhantes os pacientes que estão dentro dos parâmetros previstos em lei como idosos, crianças, pessoas com deficiência, entre outros. Tanto na UPA quanto nas unidades têm servidores capacitados para acolhimento e encaminhamento. 

Saúde da Família

Além da agilidade o novo modelo também foi eficaz no trabalho educativo sobre o atendimento nas unidades da Estratégia de Saúde da Família (ESF) que são a porta de entrada de pacientes que apresentem sintomas menos graves. “Muitos pacientes nem sabiam que alguns casos podem ser atendidos nas unidades de saúde da família. Com esse trabalho realizado nas unidades de horário estendido estamos mostrando a estrutura que existe bem próxima à população”, afirma o secretário.

Nas unidades do Parque Iracema e Abadia Lopes, com o novo modelo de funcionamento, o atendimento aumentou cerca de 60%, uma quantidade maior que os pacientes encaminhados pela UPA, já que a própria população está procurando as unidades dos bairros em caso de sintomas mais leves.