UEG terá redução de cursos

Universidade passa por reestruturação

Postado em: 15-05-2019 às 06h00
Por: Sheyla Sousa
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Universidade passa por reestruturação

Isabela Martins*

A Universidade Estadual de Goiás (UEG) completa esse ano duas décadas e deve passar pelo que pode ser sua maior reestruturação da instituição. Atualmente 10 cursos em funcionamento já foram descontinuados, ou seja, não abrem mais vagas, após nota no Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes (Enade), ou decisão do próprio câmpus. Além disso, outros cursos e câmpus podem entrar em processo de extinção. A UEG vive uma crise que envolve denúncias de irregularidades que levaram ao afastamento do reitor, Haroldo Reimer.

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Em reunião administrativa realizada em 31 de janeiro deste ano, que tratou da estrutura acadêmica e administrativa da instituição, foi criada uma comissão para formatar uma proposta de reestruturação institucional. Na oportunidade foram levantados diversos critérios a serem aplicados para um redimensionamento na oferta de cursos e também na quantidade de câmpus da instituição.

A reunião do Conselho Universitário está marcada para a última semana de maio e deve discutir e votar seu projeto de reestruturação. Desde o começo do ano, a comissão formada por professores e servidores discute um projeto de mudanças internas que prevê a descontinuidade de cursos, ou seja, não abrir mais vagas até sua extinção, e a redução da estrutura administrativa e até física da instituição.

Critérios 

Um dos critérios da reestruturação previsto em portaria está o de limitação de quantidade de cursos oferecidos. Só poderão ser oferecidos sete cursos do mesmo tipo em todo o Estado, um por regional. Hoje, nove cursos oferecidos pela UFG, estão acima deste limite, à maior parte são licenciaturas, pedagogia lidera com 17. Conforme portaria, 10 podem ser descontinuados e deixar de existir. Outro critério para a reestruturação é a diminuição de câmpus. Aqueles que possuírem menos de três cursos podem ser transformados em pólos dependentes de câmpus maiores. A ideia é diminuir o corpo administrativo da instituição, dos 41 câmpus da UEG, 16 possuem um ou dois cursos. 

Segundo relatório publicado no site que apresenta a relação de critérios aplicados em cada curso e câmpus, a comissão deve analisar a oferta e permanência de cursos nos seguintes locais: Campos Belos, Crixás, Edéia, Goianésia, Itapuranga, Jataí, Jussara, Minaçu, Mineiros, Niquelândia, Pirenópolis, Sancrerlândia, São Miguel do Araguaia, Senador Canedo e Silvania. 

Por meio de nota, a UEG informou que está discutindo internamente a reestruturação de ofertas de cursos no Estado. E que a instituição entende ser de suma importância, ou até questão de sobrevivência a necessidade de se debater e discutir uma nova estrutura, sobretudo frente ao contexto nacional e estadual de limitações orçamentárias e financeiras. Será apresentado essa semana no Conselho Universitário um estudo sobre os impactos financeiros e orçamentais da proposta, que rediscute a oferta e permanência 15 câmpus e 57 cursos.

Ainda de acordo com a nota, as mudanças propostas só serão aplicadas ao fim de todos os trâmites legais, e só terão validade a partir do processo seletivo posterior a sua oficialização, não dando motivo para receio quanto ao andamento das atividades acadêmicas. Os câmpus e cursos a terem sua oferta e permanência rediscutida continuarão a operar até o último discente concluir sua graduação.  Além disso, servidores técnico-administrativos e professores efetivos dos câmpus serão relocados. 

2015

Em 2015, a universidade passou por um processo de reestruturação onde foram criados três cursos e extintos quatro. A decisão ocorreu a partir de um relatório feito pelo Grupo de Trabalho (GT) de Política de Oferta e Demanda de Vagas da UEG. Segundo o relatório, a universidade deveria modificar a estrutura acadêmica, passando a adotar o sistema multicamp, o que proporcionaria maior integração entre os cursos. 

Foram suspensos os cursos de Ciências Econômicas em Mineiros, Informática em Sanclerlândia, História em Jussara, e Superior de Tecnologia em Agronegócio, em Campos Belos. Os cursos criados foram os de Hotelaria em Pirenopolis, Superior de Tecnologia em Design de Moda, em Jaraguá e Educação Física, em Itumbiara. (Isabela Martins é estagiária do Jornal O Hoje sob orientação do editor de Cidades Rhudy Crysthian)    

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