Ministério Público estima que pastor e mais três fizeram cerca de 400 vítimas com golpe

Além do pastor, o filho dele, um policial civil e um fiel da igreja foram denunciados no esquema. Estima-se que o lucro tenha sido em torno de R$ 500 mil

Postado em: 22-05-2019 às 08h20
Por: Jefferson Pereira dos Santos
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Além do pastor, o filho dele, um policial civil e um fiel da igreja foram denunciados no esquema. Estima-se que o lucro tenha sido em torno de R$ 500 mil


Da Redação

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O Ministério Público do Estado de Goiás (MP-GO) calcula que cerca de 400 pessoas foram enganadas em um esquema de pirâmide financeira investigado em Caiapônia, no sudoeste de Goiás. Segundo as investigações apuradas pelo MP, um pastor evangélico, presidente de uma igreja na cidade, e mais três pessoas, entre elas o filho do pastor e um policial civil, ofereciam lucros na negociação de barris de petróleo através de um investimento em uma falsa empresa. 

A promotora de Justiça Teresinha de Jesus Paula Sousa denunciou o pastor Gersil Caetano Rosa, o filho dele, Fábio Gomes Caetano, o escrivão da Polícia Civil Adolfo de Freitas Filho e a fiel da igreja Patrícia Castro Bessa. A suspeita é que o grupo conseguiu obter, com o esquema, cerca de R$ 500 mil. Pelo que foi apurado, o esquema teria arrecadado mais de R$ 500 mil, somando os “investimentos” feitos e o valor repassado como taxa de participação para cada atendimento a clientes R$ 120,00. As quantias investidas variavam, conforme as vítimas, de R$ 480,00 até R$ 22.940,00. 

Os quatro acusados foram denunciados por associação criminosa (artigo 288 do Código Penal), estelionato (artigo 71 do CP) e crime contra a economia popular (artigo 2º, inciso IX, da Lei nº 1.521/1951). A defesa do quatro envolvidos alega que eles são inocentes. A Igreja Assembleia de Deus informou, Gersil foi afastado da presidência da Assembleia de Deus em Caiapônia e transferido para outra igreja. O policial civil foi afastado da função.

O caso


O Ministério Público de Goiás ofereceu denúncia criminal no final de abril contra o pastor Gersil Caetano Rosa; seu filho, Fábio Gomes Caetano; o escrivão da Polícia Civil Adolfo de Freitas Filho e Patrícia Castro Bessa por aplicar golpes em diversas vítimas em Caiapônia, por meio de um esquema criminoso envolvendo uma espécie de pirâmide financeira. Na peça acusatória, a promotora Teresinha de Jesus Paula e Sousa relata que os acusados ofereciam promessa de lucro na negociação de barris de petróleo, por meio de investimento em uma empresa de fachada, denominada Fuel Age. 

Pelo que foi apurado, o esquema teria arrecadado mais de R$ 500 mil, somando os “investimentos” feitos e o valor repassado como taxa de participação para cada atendimento a clientes R$ 120,00. As quantias investidas variavam, conforme as vítimas, de R$ 480,00 até R$ 22.940,00. Foram identificadas, até agora, mais de 30 vítimas, entre moradores de Caiapônia, de Jataí, Iporá, Doverlândia e até Barra do Garças, em Mato Grosso. Algumas delas foram cooptadas entre fiéis da igreja onde Gersil era pastor.

A denúncia do MP aponta que o religioso e seu filho pesquisaram o esquema de pirâmide financeira antes de arquitetarem o golpe, para o qual contaram com a ajuda de Adolfo e de Patrícia, fiel da igreja. Os dois últimos tinham como tarefa cooptar “investidores” para a Fuel Age. Para dar credibilidade ao esquema, os denunciados, detalha a promotora, utilizaram até mesmo as instalações da igreja para a realização de reuniões. Além disso, os acusados também faziam visitas às casas ou ao trabalho das pessoas. E chegaram a fazer encontros na Câmara de Vereadores tanto de Caiapônia quanto de Doverlândia, bem como a divulgação do suposto “investimento” em mídias diversas.

O repasse dos valores a título de investimento eram feitos a Fábio, que recebia os “investidores” em sua casa, entregando a eles uma senha para que pudessem acompanhar o lucro das aplicações. O grupo realizava, em média, 35 atendimentos por dia. Os acusados asseguravam aos clientes que “as aplicações que estavam realizando eram seguras e não precisavam ter receio algum, pois os lucros seriam garantidos”.

De acordo com a peça acusatória, após algumas aplicações, inúmeras vítimas procuraram os indiciados e tentaram resgatar o dinheiro investido. Contudo, os acusados sempre diziam que o site da empresa estaria com defeito e que os lucros seriam repassados brevemente. Passados mais alguns dias, o relato mudou: passaram a informar os investidores que a empresa tinha “quebrado” e que as quantias aplicadas não seriam resgatadas. 

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