Lojas vendiam carros roubados

Bando desarticulado era constituído por dois núcleos, um deles chefiado por irmãos

Postado em: 28-05-2019 às 06h00
Por: Sheyla Sousa
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Bando desarticulado era constituído por dois núcleos, um deles chefiado por irmãos

Isabela Martins*

A Polícia Civil, por meio da Delegacia Estadual de Repreensão a Furtos e Roubos de Veículos Automotores (DERFRVA), apresentou o resultado da operação “Sétimo Selo” que desarticulou uma organização criminosa responsável pela receptação de veículos roubados, adulteração de sinais identificadores de veículos e financiamento para o tráfico de drogas. A investigação que teve início há um ano e meio apurou que a organização causou um prejuízo de cerca de R$ 50 milhões. 

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Durante as investigações foram cumpridos no total 18 mandatos de prisão, 25 de busca e apreensão, e o sequestro de 51 imóveis e valores bancários avaliados em mais de R$ 40 milhões, e apreendidos 30 carros de luxo. A polícia apurou que havia um sistema de lavagem de dinheiro, com a utilização de empresas e pessoas “laranjas”. Alguns veículos da organização eram passados a outros grupos ligados ao tráfico de drogas.

O bando era constituído por dois núcleos de chefia. O primeiro era liderado pelos irmãos “Bola”, Luiz César Martins de Souza e Luiz Eduardo Martins de Souza, donos das empresas conhecidas como Mega Imports, Mega Veículo e Mega Imports Auto. O grupo mantinha um aparato empresarial para legitimar várias ações criminosas. O segundo núcleo responsável pela empresa Maranata Veículos era chefiado pelos sócios Lindemberg Hudson de Souza e Ulemberg Nunes de Lima. Entre os 51 imóveis, estavam lojas e uma fazenda, e valores bancários avaliados em mais de R$ 40 milhões. 

A Policia informou que os indiciados responderão pelos crimes de receptação, organização criminosa, estelionato, lavagem de dinheiro e crimes contra a ordem tributária. O delegado responsável pelo caso Gustavo Rigo disse que o grupo vivia uma vida de luxo. “Viviam como empresários, em condomínios de luxo. Eles valiam desse aparato para dar legitimidade as suas ações. Nós estimamos que o prejuízo seja de mais de R$ 50 milhões”, explicou. 

Também foram apreendidos 10 câmbios de veículos, sendo que nove são de automóveis roubados, três motores de caminhões, dois deles adulterados e ainda, dois blocos de motores adulterados. Com essa ação a Polícia Civil desarticulou uma das maiores organizações criminosas da região da “Robauto”. A investigação contou com o apoio da Polícia Técnico-Científica.

O delegado informou que os dois grupos atuavam com o mesmo fim, que era receptar e adulterar veículos. Eles também tinham como atividade o tráfico de drogas e agiam de forma bastante organizada. “Tinham uma técnica muito apurada na adulteração de caminhonetes, geralmente veículos com sinistro adquirido em leilão. Era feita a troca de todos os sinais identificadores desses veículos. Dificilmente ele era detectado por uma vistoria”. 

Um dos carros veiculados ao grupo era uma caminhonete que foi apreendida com um arsenal de armas de grosso calibre em agosto do ano passado, no Distrito Federal. Com o bando havia materiais explosivos, fuzis e pistolas, carregadores e munição. A suspeita da polícia e de que a Hilux blindada, seria utilizada na tentativa de resgate de detentos do sistema prisional. 

Segundo a polícia um dos membros do grupo era o empresário Paulo Eurípedes Caetano, dono de uma loja de carros usados no Setor Parque Oeste Industrial. O homem e um cliente foram assassinados na porta da loja em fevereiro deste ano. O caso foi investigado como queima de arquivo. Dois homens foram presos.  (Isabela Martins é estagiária do Jornal O Hoje sob orientação do editor de Cidades Rhudy Crysthian) 

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