Segunda-feira, 22 de julho de 2024

Atraídos pela vida bucólica, natureza ganha adeptos da população

Em busca de melhor qualidade de vida, famílias buscam adotar mudanças

Postado em: 01-06-2019 às 06h00
Por: Sheyla Sousa
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Em busca de melhor qualidade de vida, famílias buscam adotar mudanças

Igor Caldas

Especial para O Hoje

O ritmo acelerado da vida urbana já não faz parte da vida de Cláudio Castro. O hábito de acordar quando o sol se levanta para cuidar dos afazeres do campo em sua propriedade se tornou rotina há mais de três anos. Cláudio mora com mais duas famílias que sobrevivem por meio da comercialização dos alimentos orgânicos produzidos em 36 mil metros quadrados da EcoVila Mãe Terra, no município de Hidrolândia, Região Metropolitana de Goiânia.

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O produtor quis se afastar da vida da cidade, mas ressalta que sua propriedade proporciona uma sensação de isolamento com a proximidade da natureza. A chácara fica há apenas 10 km do Centro de Aparecida de Goiânia. “Minha realização é estar vivendo perto do mato. Não troco essa vida mais próxima à vivência rural por nada. Embora seja apenas uma sensação de isolamento do mundo urbano porque aqui também estamos na cidade, não é o campo de fato”, afirma Claudio.

Há dezesseis anos, Cláudio se mudou para a chácara e criou seis filhos no local. Ele afirma que o principal motivo de ter se mudado para um lugar próximo à natureza foi o bem estar que isso proporcionaria para suas crianças. A constatação veio depois que ele passou a perceber que a criação de uma família grande em apartamentos não era satisfatória.  “Eu sou pai de seis filhos e percebi que criá-los em lugares fechado seria muito incômodo. Sabia que eles teriam uma vida melhor se fôssemos para o mato”.

Atualmente, os filhos de Cláudio já se tornaram adultos. Um filho e filha se casaram e mudaram com suas famílias para a eco vila, eles também ajudam na produção de alimentos. Antes de se tornar produtor orgânico, Cláudio trabalhou por 30 anos na rede de educação. Seus filhos estão trilhando o mesmo caminho. “Eu gosto muito da sala de aula e consegui passar isso para a minha família. Todos os meus filhos são professores, mas o contato com a terra e a vida mais natural é muito mais gratificante do que viver na sala de aula lidando com outros problemas”, explica.

Os outros quatro filhos dele moram na cidade, onde necessitam cumprir obrigações. Mas o produtor afirma que eles ainda são muito próximos do local. A família sempre se reúne na chácara para confraternizar. Apesar de morar há 16 anos na propriedade, Cláudio começou a se empenhar em um modo de vida sustentável após iniciar a produção de alimentos orgânicos. Isso aconteceu há aproximadamente três anos. 

Bioconstrução é opção para ficar livre do entulho 

Junto com o genro, que é engenheiro civil, Cláudio Castro está construindo uma nova casa na EcoVila Mãe Terra.  O edifício de dois andares possui 280 metros quadrados e nenhum tijolo foi utilizado para elevar as paredes. Todo material usado na construção é retirado da chácara.  Ele faz uso da técnica milenar da bioconstrução para ampliar as casas da propriedade.

A areia e barro utilizados para fabricação do adobe fabricado para construir as paredes vêm dos cupinzeiros e formigueiros do local. O bambu é utilizado nas estruturas de fundamento da casa, no piso e nas paredes que serão cobertas pelo adobe. “Toda casa está sendo construída com o mínimo de impacto na natureza. Não tem cimento, aço, ferragem e não colabora com a degradação da natureza”, explica Cláudio.

Ele afirma que pode haver a retomada do método da bioconstrução para construir edifícios de forma limpa e barata. Cláudio explica que se a mesma casa fosse construída de forma convencional, feita com materiais de alvenaria, o preço seria dois terços mais caro. “Uma casa dessa aqui custaria cerca de R$ 280 mil se fosse feita com alvenaria. A nossa expectativa é de gastar 100 mil reais, incluindo mão de obra e materiais”.

 

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