Sustentabilidade prevalece como diferencial na construção civil

Empreendimentos como o Órion Bussiness, em Goiânia, apostam em estratégias sustentáveis, entre elas, métodos de reutilização de água

Postado em: 05-06-2019 às 08h10
Por: Jefferson Pereira dos Santos
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Empreendimentos como o Órion Bussiness, em Goiânia, apostam em estratégias sustentáveis, entre elas, métodos de reutilização de água

A captação e reuso da água que goteja dos aparelhos da central de 
ar-condicionado é um dos métodos sustentáveis do complexo imobiliário
Órion Business. Foto: Reprodução

Leandro de Castro

A indústria da construção
civil vem investindo fortemente em tecnologia sustentável visando oferecer aos
clientes e às empreiteiras materiais com longa vida útil e que produzam menos
resíduos sólidos. Durante a obra, arquitetos e engenheiros também buscam adotar
boas práticas como, telhados verdes, inclusão de energias renováveis, isolantes
térmicos e sistemas de reutilização de água. Diferenciais importantes e que
contribuem para preservação dos recursos naturais, além de proporcionar maior
conforto aos consumidores, cada vez mais exigentes e comprometidos com um
futuro sustentável.

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Nesse contexto e frente ao
Dia Mundial do Meio Ambiente, celebrado hoje (5), a aplicação de novas formas
voltadas para a sustentabilidade na construção civil vem sendo intensificada.
Um desses métodos é a reutilização de água nos empreendimentos e o complexo
imobiliário Órion Business & Health Complex, no Setor Marista, em Goiânia,
é um desses exemplos. Inaugurado em 2017, o mixed use com 191 metros de altura,
hoje o edifício pronto mais alto do Brasil, possui dois sistemas de captação e
reaproveitamento de água.

Um deles é inédito em
Goiânia: a absorção e o reuso da água que goteja nos drenos dos aparelhos da
central de ar-condicionado, que é armazenada em um reservatório e tratada
dentro do edifício. Engenheiro civil e um dos sócios do Órion Complex, Frank
Guimarães, calcula que o volume de água captado diariamente da central de
ar-condicionado poderá chegar a 20 mil litros (20 m³), considerando o edifício
funcionando em sua plenitude.

Essa água será utilizada
para uso na limpeza do edifício e manutenção dos jardins. “Só a irrigação de
jardins no Órion consome cerca de 35 m³ por dia”, informa Frank, ao lembrar que
normalmente este gotejamento é desperdiçado. “Fazemos o reúso e deixamos de
consumir água tratada que serve a mais pessoas”, diz. Para efeito de
comparação, essa economia é suficiente para suprir a necessidade diária de 134
pessoas, tendo em vista o cálculo da Agência Nacional de Águas (ANA), para quem
cada pessoa consome no Brasil, em média, 150 litros de água por dia”, explica.

A chuva que cai sobre as
superfícies do Órion também é reaproveitada. Atualmente, 100% da água que é
utilizada na irrigação dos jardins do prédio, que consome 35 m³ do líquido por
dia, vem desse reaproveitamento e de um sistema de captação água da chuva. “O
Órion foi projetado para captar água da chuva através das lajes
impermeabilizadas, saliente Frank.

A economia com água no
Órion, considerando a captação do ar-condicionado e da chuva, pode atingir até
25% ou 30%, dependendo da estação do ano. “O projeto estrutural do
empreendimento foi todo concebido levando esse conceito de economia de recursos.
Toda essa água captada fica armazenada em dois tanques, com capacidade de
16.800 litros e 35.700 litros, respectivamente”, comenta o engenheiro.

Ele acrescenta ainda, em
relação à captação pluvial, que o lençol freático também pode ser beneficiado
com esse mecanismo. É que, quando os reservatórios estiverem cheios, com água
sobrando, o volume excedente será direcionado para os chamados tanques de
infiltração, que fazem com que a água chegue novamente ao lençol freático. De
acordo com Frank Guimarães, o sistema de captação de águas pluviais adotado no
Órion Complex favorece também o escoamento da água da chuva que escorre pelas
ruas ao redor do edifício, contribuindo para evitar alagamentos durante e após
tempestades.

 

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