Amputados ganham ensaio fotográfico

Fotógrafas voluntárias no Hugo realizam ensaio fotográfico com pacientes que perderam membros em acidentes

Postado em: 08-06-2019 às 06h00
Por: Sheyla Sousa
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Fotógrafas voluntárias no Hugo realizam ensaio fotográfico com pacientes que perderam membros em acidentes

Isabela Martins

O Hospital de Urgências de Goiânia (HUGO) realizou um projeto fotográfico para ajudar no resgate da autoestima de pacientes amputados. O ensaio foi realizado com pessoas vítimas de acidentes de trânsito e que passaram por cirurgias de amputação.  Eles receberam maquiagem profissional e um estúdio que foi improvisado dentro do hospital para fazer registros e mostrar que a vida continua. 

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A coordenadora do departamento psicossocial da unidade, Flávia Zenha, conta que os modelos foram selecionados pela equipe multiprofissional com o objetivo de dar um novo significado na vida dos pacientes. “É trabalhar e autoestima do paciente, que passou por algum trauma ou que ficou com algum tipo de sequela em definitivo e também reforçar a situação vivenciada, que eles não deixaram de ser pai, mãe, filho e que a vida continua”.

Os registros foram feitos pelas fotógrafas Rívia Soares e Aline Caetano. A ideia de fazer o projeto surgiu da Aline que queria realizar um trabalho social que pudesse fazer a diferença na vida de outras pessoas utilizando a fotografia, e foi com a ajuda de uma amiga que tiveram a iniciativa de fazer o projeto. “Ela me ligou falando que tinha a ideia de fazer uma exposição fotográfica dos amputados. A maioria das pessoas quando perde um membro fica com a autoestima baixa, se sente menos importante. Queria retratar isso. Como dar continuidade na vida após um trauma tão grande”. 

Além do estúdio improvisado montado no hospital, as fotos também serão feitas em ambientes que mostrem o cotidiano das pessoas. A fotógrafa conta que após realizar o ensaio recebeu elogios dos modelos pela iniciativa. “O bom foi a receptividade deles. Todas as pessoas toparam e sorriram durante as fotos. Um deles falou comigo, dizendo que estava feliz, pelo primeiro ensaio. E se ele está feliz eu estou mais ainda”, afirma Aline.

Emoção 

Para quem trabalha com fotografia há muitos anos, como é o caso da Aline, realizar esse projeto é uma experiência nova. “Eu lido com fotografia todos os dias, agora eles não. Eu saio revigorada, feliz, porque estou vendo o sorriso no rosto daquelas pessoas que estão precisando de uma autoestima e eu poder contribuir com aquilo”. 

A coordenadora Flávia frisa a importância do ensaio para a vida dos pacientes. “Muitos deixaram de exercer suas profissões, seus hobbies. O objetivo da equipe multiprofissional é trabalhar a ressignificação e autoestima dos pacientes, e reforçar, que apesar do trauma da sequela existe vida depois disso. Estamos cada vez mais tentando mostrar isso”.

Aline completa dizendo a sensação de poder realizar o projeto. “Para mim é uma gratidão enorme, justamente porque eu dou muito menos do que eu recebo, eu vou em um lugar que deixa a minha ingestão de ânimo muito maior do que se possa imaginar”. 

Esse foi o primeiro ensaio realizado, a ideia é de que a iniciativa continue. “A gente vai continuar e o próximo vai ser mais lindo ainda”, afirma a fotografa.  A previsão é que a exposição com as fotos seja realizada no aniversário de Goiânia ou no começo de dezembro, dentro do próprio hospital. (Isabela Martins é estagiária do Jornal O Hoje sob orientação do editor de Cidades Rhudy Crysthian) 

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