Antiga Eseffego está abandonada

O espaço contava com uma estrutura robusta com várias quadras poliesportivas, ginásios e pista de atletismo

Postado em: 02-07-2019 às 06h00
Por: Sheyla Sousa
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O espaço contava com uma estrutura robusta com várias quadras poliesportivas, ginásios e pista de atletismo

Igor Caldas

Especial para O Hoje

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O Campus da Universidade Estadual de Goiás onde funcionava a Escola Superior de Educação Física e Fisioterapia (Eseffego) está sepultado. O local está completamente abandonado desde a transferência das atividades da Faculdade de Educação Física para o Centro de Excelência Esportiva, em outubro do último ano. O espaço contava com uma estrutura robusta com várias quadras poliesportivas, três ginásios, pista de atletismo, laboratórios e uma Clínica Escola de Fisioterapia. Não houve motivos claros para a transferência das atividades do local.

A comunidade universitária e dos moradores do setor Leste Universitário já previam o abandono do espaço na ocasião da transferência das atividades para o Centro Olímpico. Mais de 50 pessoas se reuniram na noite do dia 10 de agosto de 2018, em frente ao Campus da Escola Superior de Educação Física e Fisioterapia (Eseffego), da UEG, para pensar estratégias contra a transferência das atividades da instituição para o Centro de Excelência do Esporte, que também está com atividades prejudicadas.

Os manifestantes fizeram um enterro simbólico do Campus da Eseffego no dia da manifestação.  Foi carregado um caixão que levava as palavras luta, tradição, história, resistência, golpe e os anos de 1962 (ano da criação do Campus da Eseffego) e 2018 (transferência de atividades para Centro de Excelência).

Na época, o então Reitor Haroldo Reimer não apresentou motivos convincentes para a transferência das atividades do local e afirmou que o Campus não seria abandonado, mas também não apresentou nenhuma posição sobre o que seria feito com toda a estrutura que está relegada ao abandono atualmente.

Investigação 

Ele pediu afastamento do cargo da reitoria em março deste ano após uma investigação conduzida pela Controladoria Geral do Estado (CGE) que o envolvia em irregularidades. Segundo a investigação, ele estava envolvido na nomeação de familiares, sócios e amigos para atuação em cargos no Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego (Pronatec).

O professor da Eseffego, Wilmont Moura, afirma que a decisão de transferência das atividades foi feita de forma autocrática. Em 2016, tínhamos um plano de parceria para fazer os projetos de extensão e pesquisa lá para desenvolver um trabalho de ampliação da universidade.  Não era para transferir todas as atividades para o Centro de Excelência. Em 2018, o então reitor da universidade veio com essa informação impositiva que não foi discutida coletivamente. Nossa desconfiança era que isso estava atrelado a campanha do José Eliton”, afirma Wilmont.

Moura afirma que a Faculdade de Educação Física ficou na berlinda após a troca de governo porque perderam o antigo espaço e o governador Ronaldo Caiado passou parte da gestão do Centro de Excelência do Esporte para a Secretaria de Estado de Esporte e Lazer. A UEG acabou perdendo a gerência do Ginásio Rio Vermelho e do Parque Aquático que fazem parte do complexo esportivo. Apenas o prédio onde funcionam os laboratórios de pesquisa e salas de aula estão sob a gestão da Universidade, até que as atividades acadêmicas voltem ao antigo local.

Centro de Excelência do Esporte

Como foi averiguado pela reportagem do O Hoje sobre o Centro de Excelência do Esporte em Goiânia, o espaço está subutilizado. O Ginásio Rio Vermelho e o Parque Aquático, que fazem parte do complexo esportivo, não estão em funcionamento e necessitam de reformas. Além disso, o prédio do complexo esportivo que ficou sob a gestão da UEG está sendo utilizado para atividades da Secretaria de Estado de Esporte e Lazer. 

Alunos e professores em grave desde março 

Alunos e professores da Universidade Estadual de Goiás (UEG) do campus Eseffego, em Goiânia, entraram de greve no dia 18 de março. Os motivos para paralisação são cortes de verbas e insatisfação com a diretoria. A comunidade acadêmica também reclama sobre problemas na estrutura física do prédio antigo e pedem uma reforma para que possam voltar às atividades no local. A greve já dura quase quatro meses. O professor da Eseffego Wilmont Moura afirma que uma das principais pautas da paralisação é a saída do atual diretor da Eseffego, Marcus Jary Nascimento.

Wilmont afirma que a comunidade acadêmica está fazendo um movimento para retomar as atividades no antigo campus da Eseffego. “Estamos nos movimentando para o retorno. Os elementos fundamentais para o fim da paralisação é a destituição do atual diretor e uma reforma no prédio antigo. Marcus tem vários processos administrativos correndo contra ele na Universidade. Além disso, a estrutura do antigo campus está há mais de 50 anos sem uma reforma”. Cerca de 900 alunos estão matriculados na unidade.

O docente foi eleito na última votação para escolha do cargo de diretor da Escola Superior, mas era contra a mudança das atividades para o Centro de Excelência do Esporte e por isso foi vetado ao cargo. Marcus Jary Nascimento foi indicado pelo então governador para assumir o cargo de direção em seu lugar.   

A adequação do espaço do Centro de Excelência do Esporte para as atividades acadêmicas também foi questionada. De acordo com o professor, o lugar é inadequado para a formação profissional de fisioterapeutas e educadores físicos. “Não é lugar adequado para formação acadêmica. O processo de aprendizagem está totalmente prejudicado, mas queremos manter o uso do prédio para a pesquisa e extensão como uma ampliação da Universidade”, disse Wilmont.

 

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