Grupo desviou mais de R$ 7 milhões da Corumbá III

De acordo com a Polícia Civil, a investigação aponta que o grupo atuou entre 2013 e 2014. Quatro suspeitos estão presos temporariamente

Postado em: 04-07-2019 às 06h00
Por: Sheyla Sousa
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De acordo com a Polícia Civil, a investigação aponta que o grupo atuou entre 2013 e 2014. Quatro suspeitos estão presos temporariamente

Daniell Alves

Um esquema criminoso, deflagrado ontem (3) pela Polícia Civil do Distrito Federal, desviou mais de R$ 7 milhões do Consórcio Empreendedor Corumbá III, que administra a Usina Hidrelétrica de Corumbá III, em Luziânia, no Entorno do Distrito Federal. Ao todo, quatro pessoas foram presas no Guará (DF), em Campinas (SP), Aparecida de Goiânia (GO) e Luziânia (GO).

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Também foram cumpridos seis mandados de busca e apreensão. Entre os detidos, está o ex-presidente do consórcio que administra o empreendimento. O suspeito foi preso em uma casa em Campinas (SP), mas não teve a identidade revelada. De acordo com a Polícia Civil, há indícios de que o grupo atua no esquema criminoso desde 2013, agora conhecido como operação Espelho d’água.

Os suspeitos superfaturavam contratos de manutenção, como revegetação, retirada de material e recuperação de projetos erosivos do local, segundo a polícia. Em vez de o dinheiro ser destinado para as empresas contratadas, a quantia ia para outras, chamadas de “espelhos” – criadas com nomes semelhantes às que atuam no empreendimento, explicou o delegado Wisllei Salomão, da Coordenação de Repressão aos Crimes contra o Consumidor, a Ordem Tributária e a Fraudes (CORF).

A investigação aponta que os valores eram transferidos para contas de laranjas ou mesmo de familiares dos envolvidos. “Essas empresas não tinham sede em locais comerciais, eram residências e, conforme o Ministério do Trabalho, não tinham servidores. Por isso são empresas fictícias”, afirma o delegado.

Ainda de acordo com o delegado, o gestor de contrato desviava parte do dinheiro para as empresas e depois fazia um aditivo para pagar a empresa original.

Após isso, a fraude passou a ser feita com organizações fictícias ou até mesmo inexistentes. “Alguma delas contratavam empresas terceirizadas e faziam parte do serviço. Em um contrato de R$ 200 mil, por exemplo, a empresa terceirizada fazia o serviço por R$ 60 mil”, explicou Wisllei.

A Polícia Civil investiga o caso desde 2015, momento em que a atual gestão do consórcio suspeitou das possíveis fraudes e registrou a denúncia na polícia. São investigados crimes de estelionato, falsidade ideológica, falsificação de documento, associação criminosa e lavagem de dinheiro. Conforme explicou o delegado, as prisões são temporárias e irão facilitar a continuidade das investigações.

Agora, a polícia vai analisar os itens apreendidos durante a investigação – celulares, computadores e documentos dos envolvidos.

Consórcio Corumbá III

Em nota ao Jornal O Hoje, o Consórcio Empreendedor Corumbá III informa que já foram tomadas todas as providências cabíveis, como a demissão dos envolvidos, sindicância interna e denúncia junto à polícia. Segundo a empresa, as autoridades seguem investigando possíveis condutas criminosas envolvendo os ex-funcionários do Consórcio.

O Consórcio Empreendedor Corumbá III funciona desde janeiro de 2010. A estatal do DF detém 37,5% de participação no consórcio. O índice equivale a 15% do total das ações do empreendimento.

A Usina Hidrelétrica Corumbá III foi inaugurada em abril de 2009 no rio Corumbá, em Luziânia (GO), Entorno do DF. Ela é capaz de gerar 93,6 MW de energia, sendo boa parte transmitida para a capital do país. (Daniell Alves é estagiário do Jornal O Hoje sob orientação do editor de Cidades Rhudy Crysthian)  

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