Apenas 4% dos alunos da Capital estão em tempo integral

São mais de quatro mil alunos em 23 unidades de ensino da rede municipal espalhadas pela Capital

Postado em: 08-07-2019 às 06h00
Por: Sheyla Sousa
Imagem Ilustrando a Notícia: Apenas 4% dos alunos da Capital estão em tempo integral
São mais de quatro mil alunos em 23 unidades de ensino da rede municipal espalhadas pela Capital

Higor Santana

De acordo com dados da Secretaria Municipal de Educação e Esporte (SME), dos 106 mil alunos da rede municipal de ensino, apenas 4.293 estão matriculados em escolas de tempo integral em Goiânia. Ainda segundo a pasta, o número de vagas nessas instituições representa 4,2% do total de vagas de toda a rede municipal da Capital. De acordo com um levantamento feito pela própria SME, no último ano foram 2.495 novas vagas em escolas da rede municipal. Destas, apenas 250 em instituições de tempo integral.

As escolas de tempo Integral são instituições de turno único e contínuo, nas quais as crianças passam grande parte de seu dia com rotinas educativas e pedagógicas. Em Goiânia, são 23 unidades, que recebem os mais de quatro mil alunos desde a educação infantil, ciclos I, II e ainda, uma unidade que atende o ciclo III. Além dessas, atualmente toda a rede municipal conta com mais 174 escolas de turno normal, 146 Centros Municipais de Educação Infantil (Cmei), 41 unidades conveniadas e dois Centros de Apoio a Inclusão (Cmai).

Continua após a publicidade

Proposta Político Pedagógica

De acordo com a Proposta Político Pedagógica da SME, a educação em tempo integral tem como objetivo ampliar e potencializar a formação integral preconizada na concepção pedagógica da Rede. Assim, se apresenta como meio de ampliar não somente o tempo, mas também as possibilidades educacionais para aprender mais e melhor. A necessidade de escolas que atendam em tempo integral foi notada através de estudos de rede realizados periodicamente pela SME.

Ainda de acordo com a Secretaria, as escolas de tempo integral oferecem um atendimento de 9 horas diárias, das 7h às 16h15, sendo sete horas de atividades pedagógicas ao longo do dia e duas horas com atividades específicas. Cada instituição pode organizar seus horários de acordo com as necessidades locais. São servidas três refeições diárias, sendo café da manhã, almoço e lanche da tarde. As crianças também têm horário para almoço e higiene pessoal, além de um momento de descanso e tranquilidade, preferencialmente disponibilizando organização para dormir.

Educação de qualidade

A diretora da Escola de Tempo Integral Maria Nosídia Palmeiras das Neves, Suelaine de Lima, conta que a unidade é uma conquista para os profissionais, alunos e famílias porque oferece mais oportunidades para todos. “Eu acredito numa educação integral onde a gente educa o ser humano como um todo, não só com os conhecimentos científicos, mas na formação de verdadeiros cidadãos para esse mundo que tanto necessita de pessoas com mais responsabilidade, cidadania e consciência”, declara.

Ainda segundo Suelaine, todos ganham com o ensino integral. Os educadores, por estarem o tempo todo numa mesma instituição para trabalhar, com planejamento diário garantido junto a equipe, o que faz toda diferença. Para a comunidade, famílias e responsáveis, o principal fator é ter mais tranquilidade por saber que as crianças estão em lugar seguro, pois muitas vezes precisam trabalhar e não têm onde nem com quem deixá-las.

De acordo com a SME, para os educandos, esse tipo de atendimento é primordial, pois evita a exposição a ambientes de vulnerabilidade, como as ruas, para conviver em um espaço de aprendizagem onde vão se socializar com mais tempo para isso. Ainda, têm a oportunidade de contato com outros componentes, além dos curriculares obrigatórios, como música, dança e esporte, fazendo toda a diferença na vida das crianças.

O secretário de Educação e Esporte, Marcelo Costa, ressalta a importância da educação em tempo integral. “O caminho para a Educação de qualidade passa pelo tempo integral, onde as crianças têm mais tempo para ficar na escola e realizar atividades diversificadas, unindo núcleo comum com o diversificado. O aluno também aprende, de forma lúdica, as ferramentas necessárias para o exercício pleno da cidadania”, afirma. (Higor Santana é estagiário do Jornal O Hoje sob orientação do editor de cidades Rhudy Crysthian)

 Educação investiu R$ 2,5 milhões em manutenção predial  

Um dos precedentes para a melhoria da qualidade do ensino na rede municipal de Goiânia é o bom estado de conservação física das escolas e centros municipais de Educação Infantil (Cmei). Diante disso, pelo terceiro ano consecutivo, a Prefeitura de Goiânia, por meio da Secretaria Municipal de Educação e Esporte (SME), desenvolve o Programa Escola Viva, no qual as instituições recebem repasse de verbas para a manutenção predial das unidades.

No primeiro semestre de 2019, o projeto já viabilizou cerca de R$ 2,5 milhões para reparos de pintura, revisão elétrica e hidráulica, troca de telhado e demais adequações em 72 escolas e 69 centros municipais de Educação Infantil (Cmei) da Capital, totalizando 141 unidades educacionais. Até o final do ano, todas as 304 instituições de ensino (exceto convênios parciais) receberão verbas oriundas do Escola Viva, num montante estimado em 5,6 milhões de reais de investimento.

 

Veja Também