Vapt Vupt acumula reclamações

Segundo relato de usuários, demora nos atendimentos pode passar de cinco horas

Postado em: 11-07-2019 às 06h00
Por: Sheyla Sousa
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Segundo relato de usuários, demora nos atendimentos pode passar de cinco horas

Higor Santana

Usuários estão reclamando na demora no atendimento nas unidades do Vapt Vupt, em Goiânia. De acordo com informações dos próprios usuários, por conta da enorme quantidade de atendimentos e o baixo número de servidores, em alguns casos, o tempo de espera pode passar de cinco horas. No início do ano, o Governo Estadual anunciou que o serviço passaria por um rigoroso processo de reestruturação, onde servidores seriam demitidos e agências fechadas, o que poderia estar causando a demora nos atendimentos.

O estudante Gustavo Gomes foi assaltado e precisou tirar a segunda via da carteira de identidade. Ele conta que precisou aguardar mais de duas horas para ser atendido. “Fui naquela agência do Araguaia Shopping e quase desisti de tirar a segunda via. Eu tive que esperar mais de duas horas para ser atendido, e ainda não ficou pronto. Daí tive que voltar outro dia, pegar a fila de novo e só depois peguei a identidade. Não tem condições a gente esperar esse tempo todo em lugar que foi feito para ser de atendimento rápido. Não tem condições mesmo”, explica o rapaz.

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De acordo com o superintendente de Gestão do Vapt Vupt, Dioji Ikeda, o governo vem trabalhando para solucionar os problemas no tempo de atendimento das unidades do Vapt Vupt. Segundo ele, já na próxima semana, os usuários passaram a contar com uma ferramenta que informa qual agência esta com menor número de atendimentos. “Estamos trabalhando no atendimento agendado. Antes de ir à unidade, o usuário entra no portal do Vapt Vupt e vê qual está mais acessível e com menos pessoas. Isso já vai solucionar e muito o problema das filas e demora no atendimento. Dentro de 90 dias, tudo estará pronto para os usuários”, explica Ikeda.

Falta de servidores

Inaugurado em 2000, o programa Vapt Vupt tem hoje 78 unidades ativas em todo o Estado. As unidades reúnem serviços como emissão de carteira de identidade, Carteira Nacional de Habilitação (CNH), Certificado de Reservista, serviços das prefeituras, entre outros. No entanto, segundo o relato de servidores várias unidades como do Araguaia Shopping, Mangalô, Portal Shopping, Passeio das Águas, Trindade e Maysa, estão sofrendo com a falta de servidores.

O estudante Gustavo confirma. “Fui em cinco agências e todas estavam lotadas. Fui na do Buena Vista tava cheio, daí resolvi ir na de Campinas, porque trabalho próximo, e estava pior. Daí um amigo disse pra ir na do Araguaia, que estava igual a de Campinas. Mas vi que não tinha jeito e acabei ficando por lá mesmo”, conclui o rapaz.

Pouco efetivo

O superintendente afirmou que pretende buscar novos servidores. “Temos unidades que recebem mais de 100 atendimentos por dia em um único serviço, por exemplo, e em outras são cinco. Esse é o problema. O objetivo é fazer uma distribuição correta e analisar onde a demanda é maior, para evitar que os atendimentos sejam demorados. Outra coisa é que estamos com um projeto de buscar servidores de outras áreas para atuar nas agências em que o número de atendimentos é maior”, afirma Ikeda.

 

Prefeituras custeiam aluguel do Vapt Vupt 

Em fevereiro, o governo Ronaldo Caiado (DEM) deu 30 dias para que prefeituras de 30 cidades goianas assumissem os custos dos aluguéis onde funcionam os Vapt Vupt. A justificativa era de que os imóveis alugados podiam ser substituídos por parcerias, para que isso reduzisse os gastos do Estado.

Mas a medida não agradou a todos. O vereador de Goiânia, Isaac Martins (PR), demonstrou preocupação com os rumos adotados pelo governo, em relação ao Vapt Vupt. Para ele, a medida fez com que o governador Ronaldo Caiado colocasse o problema na mão dos prefeitos. “Sei que é um momento de crise financeira, mas cabe ao poder executivo estadual encontrar maneiras econômicas de manter o serviço e não jogar o problema aos prefeitos. O Governo do Estado de Goiás precisa assumir suas responsabilidades”, criticou o vereador. (Higor Santana é estagiário do Jornal O Hoje sob orientação do editor de cidades Rhudy Crysthian)

 

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