Policia investiga se há novos membros de facção na Capital

Daniel Alves 

Especial para O Hoje

A Polícia Civil de está investigando pichação em um muro na Rua 10, do Setor Sul, em Goiânia. Nas palavras, escritas em vermelho, a mensagem é de que a facção criminosa do Rio Janeiro, conhecida como Comando Vermelho (CV), possui chefes integrantes na Capital. A Polícia Militar também acompanha a investigação de criminosos na região. De acordo com a PC, as operações que envolvem facções criminosas são sigilosas, por isso, não serão divulgadas informações a respeito das investigações.

As frases em muro na Avenida Universitária sugerem que a facção domina o local e alerta para a proibição de roubos na região. A pichação foi feita no cruzamento da Rua 10 com a Rua 91 e insinua que aquela área é dominada pelo Comando Vermelho. E alerta ser proibido “roubar na quebrada”.

O Diretor Geral da Polícia Civil de Goiás, delegado Odair José Soares, diz que o caso será apurado com rigor, mesmo que seja um fato isolado, feito por algum pichador que não tenha envolvimento com outros crimes. “Ali não tem histórico de atividades pertinentes ao crime organizado, como execuções e tráfico de drogas, por exemplo. Os delitos já registrados são pequenos e raros, mas assim que tomamos conhecimento dessa pichação já acionamos o Serviço de Inteligência para que apurem quem de fato escreveu aquilo, e, sendo criminoso ou não, vamos identificar e fazer com que responda pelo ato”.

Comandante Geral da Polícia Militar, o coronel Renato Brum afirma não gostar de dar visibilidade a casos como estes. Segundo ele, as forças policiais de Goiás estão atentas para agir quando necessário. “Se for mesmo coisa de facção não tenha dúvida de que chegaremos aos envolvidos”.

O coronel ainda relembra que as ocorrências recentes envolvendo criminosos organizados na Capital já mostraram que a Polícia Militar está pronta para enfrentar qualquer tipo de bandido, independente do local ou grau de perigo.

Rondas Ostensivas

Já o tenente coronel Benito Franco, comandante das Rondas Ostensivas Metropolitanas (Rotam), não acredita que a pichação tenha sido feita por chefes da facção criminosa. “Ali pode tem um ou outro bandido novo que muitas vezes nem faccionado é, mas talvez esteja querendo aparecer”. Ele ressalta que o Batalhão da Rotam tem todos os principais líderes de facções no Estado identificados e catalogados. “Se aparecerem novos membros, nós também chegaremos neles”, diz.

Questionada sobre quais medidas são tomadas para impedir atos de pichações nos muros da Capital, a Polícia Civil não respondeu antes do fechamento desta reportagem.

Estado estratégico para facções

Goiás está localizado no centro do país e faz divisa com cinco estados e o Distrito Federal. Assim, trata-se de uma rota importante para o escoamento da droga que chega, principalmente, do Paraguai (maconha) e Bolívia (cocaína). Os entorpecentes chegam fáceis a grandes centros consumidores, como São Paulo e o DF, além de dar acesso aos mercados do exterior. 

Um relatório divulgado pelo Ministério da Segurança Pública estimou, no ano passado, que duas facções tinham cerca de 1,5 mil integrantes em Goiás. (Daniell Alves é estagiário do Jornal O Hoje sob orientação do editor de Cidades Rhudy Crysthian)