Atrasos ameaçam atendimentos no HDT

Servidores cobram salários atrasados e OS diz que aguarda repasse do governo estadual

Postado em: 12-07-2019 às 06h00
Por: Sheyla Sousa
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Servidores cobram salários atrasados e OS diz que aguarda repasse do governo estadual

Higor Santana

Após receber denúncias dos próprios funcionários, a direção do Hospital de Doenças Tropicais (HDT), informou que deve fazer o pagamento dos seus servidores somente quando receber o repasse do Governo Estadual. Na última quarta-feira (10), um grupo de funcionários do hospital realizou um protesto na porta da instituição por melhores condições de trabalho, além da regularização dos salários dos cerca de 400 funcionários. O Instituto Sócrates Guanaes (ISG), responsável pela gestão do hospital, informou que aguarda o repasses.

De acordo com relato dos servidores, o atraso de salário é recorrente. Segundo eles, o pagamento de maio foi feito em julho, e a segunda parcela do 13º salário, em abril. “Também tem funcionário sem depósito do FGTS desde janeiro. Tem gente que sai de férias e não recebe”, disse um dos servidores. 

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Segundo o ISG, a gestão da unidade tem procurado priorizar ao máximo o pagamento aos colaboradores, que tiveram seus salários efetivados no dia 28 de junho quando houve o repasse referente ao mês. 

A diretoria informou ainda que as férias referentes ao mês de julho também foram pagas. Já o pagamento do salário dos colaboradores em julho será realizado assim que o ISG receber o devido repasse do mês. Entretanto, a Secretaria de Estado de Saúde (SES-GO) disse que os repasses referentes a 2019 estão regulares e em dia. A pasta disse que trabalha para realizar os pagamentos dentro do mês trabalhado e, neste ano, já repassou cerca de R$ 31 milhões para o HDT.

Riscos

De acordo com os servidores, por ser um hospital que atende pacientes com doenças transmissíveis, os funcionários cobram equipamentos de segurança, com máscaras adequadas para o atendimento. “Um dos pontos é colocar o pagamento em salário de dia. Reajustar os salários e dar melhores condições de trabalho, porque está faltando insumos para os pacientes e até para a segurança dos profissionais”, afirmou o presidente do Sindicato de Enfermagem do Estado de Goiás, Elcione Gonçalves.

Com base nas negociações com a SES, o ISG informou a reportagem do Jornal O Hoje que segue com seu compromisso de salvar vidas, atuando para acabar com os transtornos ocasionados pela escassez de recursos, tão logo haja a normalidade dos repasses previstos para o contrato de gestão. A diretoria do HDT esclareceu ainda que desde que assumiu o Contrato de Gestão em 2012, tem promovido uma modernização e qualificação das unidades, com prioridade para uma assistência humanizada. 

Conforme explicou o Instituto, com o apoio da SES, o HDT saiu de um estado de interdição ética pelo Conselho Regional de Medicina para a Acreditação ONA 2, a única concedida a um hospital de infectologia no Brasil.

Por problemas nos repasses, OS rescindiu contratos  

Em outubro do ano passado, o Instituto Gerir, Organização Social responsável pela administração dos hospitais de urgências de Goiânia (Hugo) e de Trindade (Hutrin), pediu à Secretaria Estadual de Saúde (SES), a rescisão dos contratos de gestão das unidades. Segundo a organização social, a medida foi tomada devido aos “atrasos recorrentes de pagamento e déficits constantes, que resultam em falta de recursos materiais e humanos para que a OS continuasse prestando o trabalho nas unidades.

Segundo relatos de pacientes e servidores, nas duas unidades havia falta de medicamentos e equipes reduzidas de trabalho. Dados do Portal da Transparência apontaram que a dívida do Estado com a OS, em relação à gestão do Hutrin era de R$ 1,8 milhão, na época. Quanto à administração do Hugo, faltavam pagar R$ 33 milhões.

Na então situação, a Secretaria de Saúde informou que o processo de rescisão seria iniciado, de forma célere. A pasta esclareceu ainda que o atendimento nos dois hospitais da rede estadual continuaria normalmente, sem nenhum prejuízo aos pacientes. (Higor Santana é estagiário do Jornal O Hoje sob orientação do editor de cidades Rhudy Crysthian)

 

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