Meia Ponte terá plano de racionamento

O Comitê da Bacia do Rio Meia Ponte está em alerta desde o ano passado, quando a medição do rio caiu de 7 mil para 4 mil litros por segundo

Postado em: 18-07-2019 às 06h00
Por: Sheyla Sousa
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O Comitê da Bacia do Rio Meia Ponte está em alerta desde o ano passado, quando a medição do rio caiu de 7 mil para 4 mil litros por segundo

Daniell Alves*

A Companhia de Saneamento de Goiás (Saneago) deve apresentar um plano de racionamento do Rio Meia Ponte até o final deste mês. O documento tem como objetivo minimizar os impactos da redução da vazão do rio durante o período de estiagem neste ano, que não deve ser inferior a 4.300 mil litros por segundo. Segundo o órgão, o plano ainda está em fase de execução.

A determinação foi dada pelo Comitê da Bacia do Rio Meia Ponte, em alerta desde o ano passado, após a vazão do manancial cair de 7 mil litros para 4 mil por segundo. Atualmente, o nível do Meia Ponte está em 4.885 litros por segundo, de acordo com a medição da Saneago. A apresentação do projeto estava prevista para ocorrer quando o nível atingisse 3.300, mas a partir de agora, quando chegar a 4.300 litros por segundo, isso já deve ser feito.

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De acordo com a Saneago, o nível de medição do rio está acima do que a outorga permite e, razoavelmente, melhor do que o apresentado no ano passado neste mesmo período. De qualquer forma, a Companhia reconhece que época de estiagem – tempo seco – exige cautela.

Déficit acumulado

Conforme dados pluviométricos, apresentados pela Secretaria Estadual de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semad), houve déficit acumulado nos últimos cinco anos na quantidade e qualidade de chuvas. Isto prejudicou a dinâmica do ciclo hidrológico na bacia do Rio Meia Ponte, principalmente quanto ao componente de recarga.

A Saneago afirma, ainda, que realiza uma série de ações para garantir a regularidade no abastecimento durante o período de estiagem, a exemplo de campanhas educativas; combate e redução de perdas de água na distribuição; perfuração e interligação de poços tubulares; verificação dos usos a montante para garantir que a vazão seja disponível para captação; além de projetos e estudos para melhorias no sistema de abastecimento de água.

Escassez

No ano passado, um relatório feito pela Saneago, a pedido do Ministério Público (MP), destacou que 66 cidades goianas poderiam sofrer com o desabastecimento. Na época, a empresa afirmou que estava desenvolvendo medidas necessárias para evitar escassez nos municípios citados.

Ao ser questionada se houve alguma mudança com relação a isso, a Saneago informa que, destas 66 cidades, 20 não apresentam mais risco de desabastecimento no período de seca. A Companhia considerou o histórico de redução de vazão dos mananciais para elaborar essa lista. No entanto, assegura que a probabilidade de desabastecimento é remota, caso haja a participação dos órgãos ambientais – fiscalizadores e reguladores – com apoio do MP, para disciplinamento dos usos múltiplos das bacias, priorizando o abastecimento público previsto em lei.

Atualmente, o Rio Meia Ponte é responsável para o abastecimento de 52% da população da Região Metropolitana de Goiânia. De lá são captados 2,3 mil litros de água por segundo, contra 2 mil litros por segundo do Ribeirão João Leite.

(*Daniell Alves é estagiário do Jornal O Hoje sob orientação do editor de Cidades Rhudy Crysthian) 

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