Dispara acidentes no Araguaia

Até agora, segundo Corpo de Bombeiros, já foram registradas 1.118 ocorrências e duas pessoas morreram

Postado em: 20-07-2019 às 06h00
Por: Sheyla Sousa
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Até agora, segundo Corpo de Bombeiros, já foram registradas 1.118 ocorrências e duas pessoas morreram

Higor Santana

De acordo com um levantamento parcial feito pelo Corpo de Bombeiros Militar de Goiás (CBM-GO), no Rio Araguaia, desde o início da Operação Férias 2019 no último dia 28 de junho até agora, 1.118 ocorrências e duas mortes já foram registradas pela instituição. Ainda de acordo com o CBM, no ano passado foram ao todo 955 atendimentos, e uma morte. Configurando um aumento de 14% no número de ocorrências.

Dentre as principais infrações, 100 foram de atendimentos de resgate pré-hospitalar, sendo  46 casos de emergências clínicas, 15 acidentes de trânsito, 10 quedas de altura, oito casos de agressão e duas pessoas perderam a vida vítimas de afogamento. Já em 2018, foram 168 casos de resgate pré-hospitalar 15 resgates de embarcação, 22 auxílios a embarcações e um resgate de cadáver.

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Segundo o CBM, esta é a quadragésima quinta edição da Operação, que vai até o dia 29 de julho e abrange as cidades que Aruanã, Aragarças, Bandeirantes, Britânia, Cocalinho, Chapada dos Veadeiros, Mozarlândia, Itaiu e Luis Alves. Neste ano, a utilização de um drone com capacidade de monitoramento das praias e até mesmo levar rescue tube, uma espécie de boia, até as vítima de afogamento, foram um dos reforços na equipe para garantir a segurança dos turistas.

Nas férias de julho, um dos principais destinos dos goianos é o rio Araguaia. O cenário encanta desde turistas que vão pela primeira vez até aqueles que reúnem a família há anos nas praias formadas pelos bancos de areia. Milhares de pessoas de várias cidades e até de outros estados aproveitam a temporada para descansar às margens do rio. 

Durante essa época, o nível do rio diminui e bancos de areia aparecem, onde os turistas montam os acampamentos. Os visitantes também aproveitam para fazer passeios de barcos, moto aquáticas e banhos no rio. Mas de acordo com o CBM, é preciso ter atenção e respeitar as orientações estabelecidas pelas equipes de resgate.

Atenção

De acordo com o levantamento, até agora foram 10 resgates de embarcação (barco à deriva, naufragando entre outros), 10 resgate de bens, seis auxílios a embarcações, dois acidentes com embarcações, uma busca por pessoa desaparecida e 15 casos de iminência de afogamento. A maioria, segundo os bombeiros, provocados pela desatenção e irresponsabilidade dos turistas.

O efetivo de resgate conta com 294 bombeiros militares distribuídos em duas quinzenas, e com um reforço operacional de 60 militares por fim de semana. Além disso, quem viajou para o rio, pode contar com o projeto Bombeiro Mirim – anjos do Araguaia. Um projeto de formação de crianças carentes com os princípios da hierarquia e disciplina, além de socialização e aprendizagem de disciplinas relacionadas às atividades de bombeiros, tais quais primeiros socorros, prevenção de acidentes domésticos, preservação do meio ambiente, noções de combate a incêndio e salvamento.

Cuidados

Para se divertir nas paradisíacas praias do Rio Araguaia com segurança, o Corpo de Bombeiros estabelece algumas dicas, para evitar acidentes e transtornos. Como por exemplo, não pilotar nenhuma embarcação nem nadar caso ingira bebida alcoólica, usar sempre o colete salva vidas, respeitar a área demarcada para banho e não jogar lixo no rio, patrimônio do povo goiano. Em caso de emergência, o CBM conta com várias equipes de apoio espalhadas pelas praias e cidades e também o telefone 193. 

No início do mês, uma mulher teve de ser levada para um hospital por conta do ataque de uma arraia no rio. De acordo com o major dos bombeiros, André Gonçalves, acidentes com arraias são comuns no Rio Araguaia, assim também como no afluente Rio Vermelho, em Aruanã. 

Alguns cuidados, segundo o major, podem ser tomados para evitar ser atingido pelo ferrão do animal. “É uma arraia muito comum no Rio Araguaia, ela gosta de ficar onde tem mais barro. Então, se tem barro é bom ter muito cuidados quando entrar na água. O ideal é entrar arrastando os pés que aí ela vai sair. Se pisar no dorso dela, a uma reação e ela atinge com o ferrão”, afirma.

Bombeiros resgatam canoa que virou com oito pessoas no Rio Araguaia 


No fim da tarde do último sábado (14), o Corpo de Bombeiros resgatou um grupo com oito pessoas após a canoa em que eles estavam afundar no Rio Araguaia, em Aruanã. De acordo com o major dos bombeiros, André Gonçalves, a principal suspeita é que a embarcação estava com mais peso que o suportado. 
Segundo o Major, no momento do acidente todos usavam coletes salva-vidas e foram retirados da água se ferimentos. No barco, conduzido por um índio da região, estavam seis adultos e uma criança e ninguém se feriu. “A canoa era para seis pessoas, então já estava acima da capacidade. E o acidente aconteceu por volta das 18h próximo ao Porto do Índio, então muitas embarcações passavam pelo local, provocando marolas. E devido ao excesso de peso e a marola, a água entrou e a canoa afundou”, disse o major.
Ainda de acordo com André, os bombeiros estavam com todas as equipes trabalhando no horário, sendo possível um resgate rápido. “A Marinha faz a fiscalização no rio e nosso trabalho é preventivo. Quando encontramos uma embarcação com excesso de peso, por exemplo, orientamos a não começar a viagem ou ir até a praia ou porto mais próximo para resolver a situação”, concluiu.

No dia 6 de julho, outra canoa, com nove pessoas, também afundou no Rio Araguaia por excesso de peso, em Britânia. Todos usavam coletes e foram resgatados sem ferimentos. 

 Turista morre após entrar no rio Araguaia e se afogar 

Na última quinta-feira (18), o Corpo de Bombeiros localizou o corpo de João José de Sousa, de 61 anos, que estava desaparecido desde a quarta-feira (17) após entrar no Rio Araguaia durante uma pescaria com amigos. O homem é morador de Brasília e fazia turismo em Araguacema, no Tocantins.

De acordo com a Polícia Militar, o grupo pescava em um pedral na região conhecida como Coalha Sangue. O local é perigoso e tem pontos com redemoinhos. João, então entrou na água e foi visto já afundando. Um amigo se aproximou dele usando uma canoa, nadou cerca de 50 metros, mas não conseguiu continuar com o peso da vítima, que estava desacordada. Ele precisou soltar o homem na água e foi para um local seguro. 

Com a confirmação da morte de João José de Sousa, o número de afogamentos nos rios do Tocantins em 2019 chegou a 31, cinco deles foram durante a temporada de praias. (Higor Santana é estagiário do Jornal O Hoje sob orientação do editor de cidades Rhudy Crysthian)

 

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