Pulseiras de bebês trocados teriam se soltado durante o banho

A má qualidade das pulseiras contribuiu para a troca das crianças, segundo depoimentos à Polícia Civil.

Postado em: 30-07-2019 às 06h00
Por: Sheyla Sousa
Imagem Ilustrando a Notícia: Pulseiras de bebês trocados teriam se soltado durante o banho
A má qualidade das pulseiras contribuiu para a troca das crianças, segundo depoimentos à Polícia Civil.

Daniell Alves

A Polícia Civil suspeita que as pulseiras dos nenéns trocados no Hospital de Urgências de Trindade (Hutrin) se soltaram durante o primeiro banho dos recém-nascidos, dificultando a identificação. Eles nasceram no dia 9 de julho com poucos minutos de diferença e foram trocados. Um novo teste de DNA estava programado para acontecer ontem (29). 

Além disso, em depoimento à PC, os dois pais disseram que o Hospital não permitiu que eles estivessem presentes durante o parto com as esposas. Nos dois casos, as mulheres passaram mal e não conseguiram ver os bebês com calma. O primeiro contato, segundo o delegado da PC, André Fernandes, foi na hora de amamentar, momento em que a troca já teria ocorrido.

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De acordo com o delegado, existe uma lei que determina o direito de um familiar acompanhar a mulher na hora do parto. “Vamos apurar também esse quesito, já que ambas as famílias fizeram constar esse item nas declarações, então a Polícia Civil irá analisar”, afirmou Fernandes.

Também será investigada a qualidade das pulseiras de identificação utilizadas nos bebês. Há suspeita de que as pulseiras de ambos os nenéns trocados se soltaram após o banho, o que teria contribuído para o erro. “A questão também dessa pulseira. Foi relatado no depoimento que elas se soltaram, então também será objeto de análise da nossa perícia”, disse o delegado.

Em nota, o Hutrin destaca que, ao ser notificado da suspeita de troca dos bebês, instaurou uma comissão para apurar o caso e afastou os servidores que estavam em serviço no berçário no dia 9 de julho. O Hospital afirma que está realizando um levantamento de todos os nascimentos na data para eliminar todas as dúvidas, além da análise de imagens do circuito de tevê interno.

Um dos bebês já foi registrado

A expectativa do delegado é que tudo seja resolvido o mais rápido possível para que as famílias possam, legalmente, destrocar os bebês. Como um deles já foi registrado em cartório, é necessária uma ordem da Justiça para fazer a alteração também no documento. A previsão da PC é conseguir destrocar os nenéns até o fim desta semana.

André salienta que, agora que os pais dos dois bebês foram ouvidos, vão ser pedidas várias informações para o Hutrin. “Vamos solicitar informações sobre os servidores, os plantonistas, a identificação das gestantes e o recém-nascido. Tudo para definir as responsabilidades”, afirma.

Desconfiança dos pais

Um dos pais suspeitou de algum erro quando percebeu que o bebê dele e da esposa, que são morenos, nasceu branco dos olhos azuis. O casal, então, fez um exame de DNA que comprovou que nenhum deles eram pais da criança. Outros pais, que tiveram um filho nascido no mesmo dia, também manifestou desconfiança pela falta de semelhança da suposta criança.

Após o caso ser levado à Polícia Civil, os dois casais prestaram depoimentos e se encontraram na delegacia. No entanto, de acordo com o delegado, mesmo acreditando que os bebês estão trocados, é necessário que sejam feitos novos exames de DNA para comprovar a paternidade e maternidade de cada um. (Daniell Alves é estagiário do Jornal O Hoje sob orientação do editor de Cidades Rhudy Crysthian)

 

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