Hutrin confirma troca de bebês que aconteceu em 2017

Há quase dois anos, filhas ficaram trocadas durante 24 horas na maternidade do Hutrin, caso semelhante que foi descoberto semana passada, no mesmo hospital

Postado em: 30-07-2019 às 15h59
Por: Leandro de Castro Oliveira
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Há quase dois anos, filhas ficaram trocadas durante 24 horas na maternidade do Hutrin, caso semelhante que foi descoberto semana passada, no mesmo hospital

Ingryd Bastos

Outro caso envolvendo troca de bebês ocorreu na maternidade do Hospital de Urgências de Trindade (Hutrin) em 2017, da mesma forma aconteceu na última sexta-feira, 26. É a segunda vez que a unidade causa transtornos para as famílias de recém-nascidos. 

A troca que aconteceu há quase dois anos chama atenção pela semelhança com a ocorrência de semana passada. As famílias ficaram com as filhas trocadas por 24 horas e perceberam diferenças físicas, devido à coloração de pele das meninas. As mães das recém-nascidas protestaram sobre a desconfiança das crianças terem sido trocadas, então o hospital investigou o caso pelo sistema de monitoramento de vídeo e fez exames de DNA, que comprovaram a troca.

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Uma das mães, Adriana Silvestre, de 33 anos, contou que a equipe médica chegou a dizer que ela estava estranhando a criança devido à iluminação do quarto. Mesmo com dores do pós-parto e da cirurgia de laqueadura, Adriana afirma que assim que recebeu o bebê no quarto da maternidade, no dia 17 de agosto, percebeu que não se tratava da sua filha. “Me disseram que eu estranhei a diferença da bebê por causa da iluminação e do sistema de ar condicionado. Bati o pé que eles tinham trocado as meninas”, relembra.

No quarto ao lado estava a Caroline Cristina, de 28 anos, que recebeu a filha da Adriana, ambas passando pela mesma situação. O parto das mulheres aconteceu em horários próximos e as crianças foram colocadas em berços errados. Adriana conta que durante a madrugada ouvia o choro da filha que estava com Caroline, mas por conta da cirurgia não pode levantar da cama. Depois de muita insistência das mães, o hospital realizou a investigação e comprovou a troca.

Após 24 horas com as recém-nascidas trocadas, ambas foram devolvidas às mães ainda no hospital, por conta disso as famílias resolveram não denunciar o caso à polícia. “Quando peguei minha filha, só queria sair daquele pesadelo”, disse Adriana.

Naquele mesmo mês, agosto de 2017, o hospital se pronunciou confirmando a troca e explicando o caso às mães. Adriana conta que representantes da unidade médica disseram que os envolvidos no erro foram afastados e que os procedimentos seriam revistos para evitar novos enganos.

Aconteceu novamente

Na última sexta-feira, 26, foi descoberto uma nova troca de bebês, no mesmo hospital. Após 17 dias em que as crianças ficaram com as famílias erradas, foi comprovada a troca por exame de DNA feito pelos pais de um dos recém-nascidos. A partir disso as famílias resolveram morar juntas até sair o resultado dos novos exames de DNA para a solução final do caso, o material genético foi colhido nesta segunda-feira, 29.

Assim como em 2017, os pais do caso mais recente desconfiaram da troca devido às características físicas dos recém-nascidos. Um dos pais, Genésio Vieira de Sousa, suspeitou quando o bebê entregue a eles nasceu com olhos azuis e pele clara. O delegado André Fernandes, responsável por esse caso, afirmou que a troca aconteceu por um erro na hora de colocar a pulseira de identificação nos bebês.

O Hutrin confirma que o caso aconteceu em 2017, no entanto, fora da abrangência da gestão do Instituto CEM, a organização social que administra a unidade de saúde desde novembro de 2018.  A nota informou que em virtude do ocorrido naquele período os protocolos de segurança foram alterados para impor mais rigor e não dá mais detalhes.

 

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