Câncer de pulmão é o que mais mata no Brasil e no mundo

De acordo com o Inca, 11,99 pessoas morrem no país todos os anos para cada grupo de 100 mil habitantes em decorrência da doença. Tabagismo é o principal fator de risco. Foto: Reprodução.

Postado em: 01-08-2019 às 10h28
Por: Redação
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De acordo com o Inca, 11,99 pessoas morrem no país todos os anos para cada grupo de 100 mil habitantes em decorrência da doença. Tabagismo é o principal fator de risco. Foto: Reprodução.

Jorge Borges

Com previsão de 600 mil novos casos de câncer para cada ano do biênio 2018-2019, de acordo com dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), a doença figura como uma das principais causas de morte no mundo. Dentre os inúmeros tipos de tumores, destaca-se o câncer de pulmão, um dos mais incidentes na população, sendo o segundo mais diagnosticado entre homens, e o quarto, entre as mulheres.

Segundo dados do Instituto Nacional de Câncer (INCA), o Brasil terá cerca de 30 mil novos casos de câncer de pulmão por ano em 2018 e 2019 e, para gerar conscientização sobre o tema, foi criado o Dia Mundial de Combate ao Câncer de Pulmão, comemorado hoje, 1º de agosto.

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De acordo com a oncologista Maria Cristina Figueroa, apesar do tabagismo ainda ser responsável por 85% dos diagnósticos, existem alguns subtipos pouco conhecidos desse tumor que são causados por mutações genéticas. “O câncer de pulmão é dividido em pequenas células (CPPC) e não pequenas células (CPNPC). Entre os CPNPC, existe um subtipo mais comum em não-fumantes, causado por mutações no receptor do fator de crescimento epidérmico (EGFR)”, explica a especialista. O diagnóstico desse subtipo de câncer de pulmão é feito por meio de testagens específicas. “A terapia-alvo é o tratamento mais indicado para o câncer de pulmão decorrente de mutação no EGFR”, acrescenta.

Sintomas

Segundo Maria Figueroa, os sintomas do câncer de pulmão vão desde falta de ar, tosse e escarro com sangue até sintomas relacionados a uma metástase, como dor óssea, dependendo de onde está localizada essa metástase. E, de fato, quando os sintomas aparecem e são decorrentes do tumor, é sinal sim de que a doença já está avançada.

Diagnóstico

Esse tipo de câncer acaba sendo diagnosticado quando dá sintoma, a não ser que se ache, acidentalmente, uma lesão durante exame de imagem realizado por outra razão, como infecção. Hoje se faz rastreamento em pessoas com alto risco do tumor que são fumantes que já atingiram 55 anos de idade e que fumaram por pelo menos 30 anos. Nesses casos, é possível detectar tumores mais precocemente, mas de acordo com a oncologista, a maioria já está em estádios 3 ou 4, considerados em fase avançada do ponto de vista médico e terapêutico.

Tratamento

Os tratamentos oncológicos para tumores pulmonares avançaram muito desde o advento da imunoterapia, mas antes, algumas descobertas já haviam transformado as terapêuticas nesse tipo de câncer. Já existiam drogas orais para tratar um subgrupo de câncer de pulmão com determinadas mutações ativadoras de certos genes, como quimioterapia, radioterapia e medicamentos via orais.

Mas a especialista afirma que o maior avanço terapêutico é a imunoterapia. A técnica é utilizada tanto em doença localmente avançada e inoperável, junto com radioterapia e quimioterapia, quanto em doença metastática. “Nesse caso, ocorreu uma verdadeira revolução porque quando associada à quimioterapia, ela é melhor que a quimioterapia. Hoje, praticamente todos os tipos de câncer de pulmão não pequenas células têm uma indicação em algum momento de imunoterapia”, salienta Maria Figueroa.

Mortalidade

A oncologista explica que os tumores pulmonares é o câncer que mais mata no Brasil e no mundo e, em relação ao número de mortes sobre diagnóstico, está entre os mais letais. De acordo com o Inca, 11,99 pessoas morrem no Brasil todos os anos para cada grupo de 100 mil habitantes em decorrência do problema. 

“Por exemplo, o câncer de pâncreas é mais letal. Cerca de 90% dos pacientes irão morrer disso. Para pulmão, é um pouco menos, mas ainda assim é um dos mais letais”, afirma. Já o câncer de pulmão não relacionado ao tabagismo tem uma taxa de mortalidade menor, declara a especialista.

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