Marginal terá complexo viário

O Consórcio Planex Ingá foi vencedor da concorrência pública e terá a responsabilidade pela conclusão

Postado em: 05-08-2019 às 06h00
Por: Sheyla Sousa
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O Consórcio Planex Ingá foi vencedor da concorrência pública e terá a responsabilidade pela conclusão

Igor Caldas

Especial para O Hoje

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O processo da obra do prolongamento da Marginal Botafogo foi homologado no último dia 23 e será executado no prazo de sete meses. Os trabalhos serão custeados com recursos do tesouro municipal, no valor de R$ 13.060.342,90. O Consórcio Planex Ingá foi vencedor da concorrência pública e terá a responsabilidade pela conclusão da obra viária.

De acordo com o Flávio Máximo de Oliveira, coordenador executivo da Unidade Executora de Projetos do Programa Urbano Ambiental Macambira-Anicuns (UEP/PUAMA), responsável pelo prolongamento da via, a Marginal se alongará por cerca de 1,5km, da Jamel Cecílio até a Segunda Radial, no Setor Pedro Ludovico.

A execução de todo projeto ficará por conta do Consórcio, que inclui a reurbanização do Córrego Botafogo, compreendendo a implantação de pista lateral do curso d’água. Com a construção do sistema de drenagem e recomposição do leito, conclusão da ponte da Rua 1018, canalização do córrego sob a Avenida 2ª Radial, construção das pontes da Avenida 2ª Radial e alças de acesso à mesma, no trecho entre as Avenidas Jamel Cecílio e 2ª Radial.

Complexo viário 

As obras de prolongamento da via serão feitas ao mesmo tempo que a execução do complexo viário no cruzamento das Avenidas Jamel Cecílio e Marginal Botafogo. No entanto, além de ter a execução feita por outra empresa, o complexo viário será uma obra de grande porte, mas demorada. Será concluída em 15 meses de trabalho. Vai contar com um elevado, um viaduto em nível e uma trincheira.

A Loctec Engenharia Ltda foi a empresa que ganhou a concorrência pública para construção do complexo viário. A licitação foi de tipo menor preço e terá o custo total de R$ 26.144.357,24. A empresa vai ser responsável pela execução dos serviços de canal, pavimentação, obras de arte especiais e complementares do complexo viário. A Comissão de Licitação da Prefeitura de Goiânia julgou as propostas no último dia 26.

A Secretaria Municipal de Infraestrutura e Serviços Públicos de Goiânia tem expectativa de assinar a ordem de serviços para iniciar os trabalhos até o final deste mês. Isso só poderá ser feito após o vencimento dos prazos legais para recurso e a homologação do processo licitatório. O contrato ainda terá que ser analisado pela Procuradoria e da Controladoria Geral do Município.

O complexo viário da Avenida Jamel Cecílio e Marginal Botafogo é uma obra de grandes proporções. Ela vai interferir em três artérias de fluxo intenso de veículos: Avenida Jamel Cecílio, Marginal Botafogo e Alameda Leopoldo de Bulhões. As vias dão destino à saída Sul da Capital e aos bairros e condomínios com adensamento populacional, como o Parque Flamboyant, Alphaville, Portal do Sol, Alto da Glória e o Jardim Goiás, onde a obra será feita. “Goiânia é uma cidade que não para de crescer e precisamos acompanhar esse crescimento”, afirma o prefeito Iris Rezende ao destacar a importância estratégica da construção do complexo viário na Jamel Cecílio.

“Nós temos que pensar no futuro. Ou seja, construir vias que facilitem a mobilidade urbana, o que significa uso racional do tempo e melhor qualidade de vida para todos, desde os que utilizam ônibus até veículos individuais”. O prefeito aposta que os transtornos causados pelas obras resultem em uma solução para o trânsito. “Daqui a pouco tempo, comerciantes e moradores estarão tranquilos e festejando a ação da prefeitura”.

Homenagem a goianidade

O complexo viário será feito nos mesmos moldes do que ocorreu no cruzamento da Avenida 85 com a Avenida T-63.  A Avenida Jamel Cecílio vai passar pelo elevado por cima de toda a obra; no nível da Alameda Leopoldo de Bulhões será construída a rotatória e a Marginal Botafogo passará em trincheira por baixo de tudo. Em volta do viaduto será erguido um monumento, que representa simbolicamente uma mão tocando um violão, sendo o elevado o braço e a rotatória, a boca do instrumento.

O arquiteto que idealizou o monumento, Sandro Sodino, explica como a obra foi idealizada. “O monumento simboliza uma mão cifrando o braço de um violão em homenagem a música goiana. Não daria para fazer uma mão de fato por isso foi idealizado uma estrutura para ser feita no concreto ou em estrutura metálica”.

Ele ainda afirma que o projeto sofreu mudanças com adereços tecnológicos. “Essa maquete eletrônica foi feita para o monumento ser executado no concreto. A imagem que está representada, na verdade, vai ser uma estrutura metálica revestida de placas de led. Essa foi uma decisão posterior a execução das maquetes. Dessa forma, o viaduto poderá exibir imagens de artistas da música goiana”, afirma o arquiteto.

 

Obras precisam de planejamento, diz especialista 

De acordo com a professora Arquiteta Urbanista, Mestre e Doutora em Transportes, Erika Cristine Kneib, a construção de viadutos para resolver a fluidez no trânsito das grandes cidades é ineficiente. “A gente sabe que os viadutos são instrumentos ultrapassados para fluidez do trânsito. Fica o questionamento: Será que eles realmente foram pensados para melhorar a mobilidade ou são apenas obras executadas por questões políticas? Essa pergunta tem que ser respondida para sabermos se o dinheiro público está solucionando problemas da população”.

A especialista cita outros viadutos que foram construídos na Capital. “A gente tem exemplos de viadutos que são um marco na paisagem da cidade e muitas vezes até degradam o espaço onde eles são implantados, mas que não resolveram o problema. O viaduto é a maneira mais rápida de chegar ao próximo ponto de congestionamento”, afirma a especialista em trânsito.

Erika afirma que a fluidez no trânsito está diretamente associada ao excesso de carros e que a construção de novas vias estimula mais o uso do veículo individual pela população. Segundo ela, a solução seria a melhoria do transporte coletivo. “Isso é uma questão mundial, todas as cidades que melhoram a mobilidade urbana passam por altos investimentos em transporte coletivo”.

Ela ainda afirma que a obras viárias em Goiânia são importantes desde que elas estejam dentro de um planejamento maior. “Será que o dinheiro desses viadutos não seria melhor empregado no transporte coletivo para a população? Goiânia não merece um transporte melhor para diminuir os congestionamentos? Essas soluções precisam ser discutidas e necessitam de constar no planejamento. Obras pulverizadas não contribuem para mobilidade da cidade”.

A especialista ainda afirma que pouco do que foi planejado em relação a mobilidade urbana no Plano Diretor da cidade foi executado. “Temos o Plano Diretor de Goiânia, por exemplo, que prevê uma série de obras de melhorias para o transporte público. No mapa do Plano Diretor de 2007, de todos os corredores de ônibus, ciclovias e obras de mobilidade urbana planejados, cerca de 15% saiu do papel. Doze anos depois temos uma nova proposta, mas muito do que foi planejado ainda precisa ser implementado”, pontua.

 

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