Estado reduziu 666 leitos pediátricos nos últimos nove anos

De acordo com a SES, perda de vagas para crianças pode estar relacionada a cadastro desatualizado

Postado em: 05-08-2019 às 06h00
Por: Sheyla Sousa
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De acordo com a SES, perda de vagas para crianças pode estar relacionada a cadastro desatualizado

Daniell Alves*

Goiás está entre os principais estados com maior número de fechamento de leitos pediátricos entre 2010 e 2019, aponta a Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP). No entanto, a Secretaria de Saúde do Estado (SES-GO) afirma que Goiás obteve crescimento de 29% na quantidade de leitos pediátricos no Estado neste período. De acordo com o órgão, atualmente são 138 UTIs, sendo 102 por meio do Sistema Único de Saúde (SUS). Ainda de acordo com a Secretaria, em 2010 eram 134 leitos. 

A SES informa, ainda, que tem solicitado aos municípios para que realizem a correção do Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde (CNES) junto ao Ministério da Saúde, uma vez que é responsabilidade do gestor municipal. “Para os leitos que não estão sendo disponibilizados para o SUS, a SES tem empreendido ações para operacionalizar o efetivo funcionamento dos mesmos”, afirma por meio de nota.

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O levantamento bienal da SBP é divulgado em alusão ao Dia do Pediatra. Neste ano o estudo aponta que, em nove anos, o país desativou 15,9 mil leitos destinados à assistência infantil, modelo de acomodação hospitalar que permanecer no hospital por período integral.

Entre os 24 Estados que perderam leitos pediátricos no Sistema Único de Saúde (SUS), Goiás aparece como 8º colocado, com maior número de desativações. Em 2010 eram 1885, contra 1.219 registrados neste ano, redução de 666. 

Leitos na Capital

Em Goiânia a variação negativa foi de 241 leitos. Em nota ao Jornal O Hoje, a Secretaria Municipal de Saúde (SMS) destaca que Goiânia possui 41 leitos de UTIs pediátricas, além dos 109 leitos clínicos pediátricos ofertados pelos hospitais credenciados.  Com relação ao município, a SMS afirma que serão entregues, em outubro, 32 leitos pediátricos na inauguração da Maternidade Oeste.

O município foi o que mais perdeu leitos entre as capitais do Centro-Oeste. Para se ter uma ideia, a segunda colocada foi Brasília, que perdeu 109 leitos — uma diferença de 132 em relação a Goiânia.

Em Goiás ocorreu algo semelhante. Enquanto o Estado lidera, segundo a SBP, com menos 666 leitos no SUS, o estado de Mato Grosso, perdeu 207. Ou seja, menos da metade.

Recursos insuficientes

De acordo com a presidente da SBP, Luciana Rodrigues Silva, a nível nacional, as informações coincidem com o panorama de limitações e precária infraestrutura que se apresenta aos profissionais que atuam na área. “A queda na qualidade do atendimento tem relação direta com recursos materiais insuficientes. Essa progressiva redução no número de leitos implica obviamente em mais riscos para os pacientes, assim como demonstra o sucateamento que se alastra pela maioria dos serviços de saúde do País”, afirma.

Expansão de leitos 

Por meio de nota, o Ministério da Saúde (MS) informou que, de 2010 a maio de 2019 foi registrado aumento de quase três vezes no número dos leitos complementares no SUS, incluindo os de Unidade de Terapia Intensiva (UTI), passando de 10.787 para 30.855, dos quais 2.525 leitos de UTI Pediátrico. Os leitos de UTI são os de maior complexidade, que exigem estrutura e esforço de profissionais, além de serem destinados a pacientes em casos graves. 

(*Daniell Alves é estagiário do Jornal O Hoje sob orientação do editor de Cidades Rhudy Crysthian)   

 

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