Ibuprofeno aumenta em 31% o risco de parada cardíaca

Pesquisa demonstra os problemas de anti-inflamatórios que podem ser comprados sem receita. Foto: Pixabay

Postado em: 19-08-2019 às 09h00
Por: Aline Carleto
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Pesquisa demonstra os problemas de anti-inflamatórios que podem ser comprados sem receita. Foto: Pixabay

Aline Bouhid

Estudo publicado esta semana na revista European Heart Journal concluiu que o ibuprofeno aumenta em 31% o risco de parada cardíaca. A mesma pesquisa indicou que outros fármacos do mesmo tipo, anti-inflamatórios não esteroidais (AINE), apresentam risco ainda maior. Segundo os autores do trabalho, encabeçado pelo Hospital Universitário Gentofte, de Copenhague, o naproxeno é o AINE mais seguro, e seria possível tomar até 500 miligramas por dia. O diclofenaco é o mais perigoso e, dizem os pesquisadores, seu consumo deveria ser evitado, já que há outros fármacos com efeitos similares mais seguros.

Para os autores da pesquisa, o uso disseminado desses medicamentos (já que podem ser adquiridos sem receita) passa a mensagem de que eles são muito seguros. Os responsáveis pelo estudo recomendaram ainda que se deixe de usar o diclofenaco. Para realizar este trabalho, os cientistas avaliaram todas as paradas cardíacas registradas na Dinamarca entre 2001 e 2010. Além disso, coletaram toda informação sobre prescrições desses medicamentos desde 1995. No tempo estudado, 28.947 tiveram parada cardíaca fora do hospital no país. Deles, 3.376 tinham tomado AINEs 30 dias antes de dar entrada. O ibuprofeno e o diclofenaco foram os dois medicamentos mais utilizados, cobrindo respectivamente 51% e 22% do uso total. Em relação ao incremento do risco de parada cardíaca, o ibuprofeno foi responsável por 31% e o diclofenaco, 50%.

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Entre as explicações possíveis, os autores afirmam que os efeitos podem se dever à agregação de plaquetas que provoca coágulos, faz com que as artérias se estreitem, aumenta a retenção de líquidos e aumenta a pressão sanguínea. “Não acredito que esses remédios devam ser vendidos em supermercados ou postos de gasolina, onde não há orientação profissional sobre como usá-los. Os AINE só deveriam estar disponíveis em farmácias, em quantidades limitadas e doses baixas”, propõe Gislason.

* Com informações do El País

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