Gari veste uniforme da Comurg para defender TCC

Pesquisa com tema "Sou Mulher, Sou Gari" retrata o universo de 30 trabalhadoras da limpeza urbana em Goiânia e expõe um lado diferente daquele que é percebido pelas pessoas

Postado em: 28-08-2019 às 09h25
Por: Redação
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Pesquisa com tema "Sou Mulher, Sou Gari" retrata o universo de 30 trabalhadoras da limpeza urbana em Goiânia e expõe um lado diferente daquele que é percebido pelas pessoas

Da Redação

Defesa de um trabalho de conclusão de curso (TCC) feita por um servidor da Companhia de Urbanização de Goiânia (Comurg) propõe uma reflexão sobre trabalho e visibilidade funcional. O jardineiro Luciano Magalhães Diniz, de 44 anos, aprovado no curso de jornalismo, procurou retratar o universo de 30 trabalhadoras de limpeza urbana e as experiências vividas nas ruas, na tentativa de diminuir o preconceito existente.

Dados apontam que dos nove mil servidores da Comurg, três mil são mulheres que, além dos afazeres domésticos, saem para limpar as ruas de Goiânia. Essas  trabalhadoras percorrem em média três mil e 600 metros lineares por dia, com jornada de 44 horas semanais, empurrando um carrinho com capacidade para 150 litros e que pesa 22 quilos quando está vazio.

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A pesquisa busca retratar a alma feminina, saber o que ela representa para sua família e para a sociedade em geral. Também mostra como elas sobrevivem com o salário que ganham em suas funções. “Ao passar por uma gari, poucos sabem que elas são vaidosas e também estão cheias de sonhos e realizações pessoais com uma história de alegria e muitas conquistas”, afirma.

Luciano tem a expectativa de que sua pesquisa mostre para a sociedade não só a importância do trabalho das garis, mas também que possa levar à reflexão quanto aos hábitos de discriminação e preconceito. Ele acredita essa é considerada uma boa oportunidade, que se bem desempenhada, pode transformar a sociedade, além de oportunizar a humanização social, quebrar preconceitos e desmantelar o machismo.  “Meu trabalho mostra um lado pouco conhecido dessas profissionais, contado por elas mesmas. Também como elas encaram esse trabalho com muita naturalidade, suas vaidades por trás do uniforme e a independência financeira que conseguiram ao longo da caminhada”, diz. 

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