Pavimentação ficará 60% mais barata

Administração municipal adquire nova usina que deve tornar a Capital autosuficiênte na produção de massa asfáltica

Postado em: 06-09-2019 às 06h00
Por: Igor Caldas
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Administração municipal adquire nova usina que deve tornar a Capital autosuficiênte na produção de massa asfáltica

Igor Caldas

Depois da compra de uma nova usina de asfalto, Goiânia deve ter uma redução em até 60% de custos em pavimentação das vias da cidade. Com a nova aquisição, a Capital vai ser autosuficiente na demanda de produção da massa asfáltica para atender as novas frentes de serviço da prefeitura. A administração recebeu nesta semana uma nova usina de asfalto. Com o novo equipamento, Goiânia possui duas usinas de produção de asfalto.

O Secretário de Infraestrutura e Serviços Públicos, Dolzonan Mattos afirma que além de economia, a autosuficiência da administração em matéria prima para pavimentação asfaltica deve ser fundamental para o grande número de frentes de trabalho que estão sendo abertas na Capital, que nomeou como período nobre da construção civil em Goiânia.

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“Sem dúvida vai trazer economia, além de ter essa economia, trouxe também autosuficiência. Não vamos mais depender de fornecedores para executar as melhorias que necessitamos. A antiga usina, que estava desafinada, passamos a reformar também. Teremos dois equipamentos que vão atender perfeitamente nossas demandas. É uma garantia de não sofrer se alguma máquina der um pane. Vai ser fundamental, principalmente nesse período nobre da construção civil em Goiânia”, afirmou

O trabalho conjunto dos dois equipamentos vai possibilitar a produção de até 120 toneladas de massa asfáltica por hora. A usina antiga está sendo totalmente restaurada e tem capacidade de produzir 60 toneladas por hora. Após a restauração, elas vão acelerar a pavimentação dos bairros porque a administração não vai depender mais de fornecedores externos desse produto para suprir as frentes de serviços da Capital.

O prefeito de Goiânia, Íris Rezende, assumiu o compromisso de pavimentar todas as ruas populosas da Capital e garante que o trabalho vai ganhar celeridade com a nova aquisição. “Essa é uma importante conquista para a Prefeitura e para os goianienses. A usina própria veio para garantir que o nosso compromisso seja cumprido, dando dignidade às famílias de Goiânia que tanto esperam por esse benefício”, destacou.

Os equipamentos que compõem a nova usina viajaram em três carretas por mais de dois mil quilômetros. O maquinário completo viajou do Rio Grande do Sul até Goiânia. A usina, o tanque, duas esteiras e o silo foram instalados no Complexo Industrial Pedreira, localizado no Parque Atheneu, região Sul de Goiânia.

Pavimentação

Segundo o Secretário de Infraestrutura e Serviços Públicos,
Dolzonan Mattos, falta infraestrutura de
asfalto em 34 bairros da Capital
. Ele esteve na manhã desta quinta-feira
(5) na assinatura de ordem de serviço para pavimentação de três deles, os
setores Paulo Pacheco I, Paulo Pacheco II e setor Shangri-Lá.  No entanto, Dolzonan explica que o material
para pavimentação desses bairros não será oriundo da produção das usinas no
Complexo da Pedreira. As ordens de serviço desses bairros estão sendo feitas
por licitação.

Ele afirma que a nova usina vai começar a funcionar assim que
seja finalizado o processo licitatório para a aquisição de CM-30, um derivado
de petróleo usado na produção de CBUQ. “Estamos finalizando a licitação e logo
vamos ativar os motores da nova usina e começar a produzir para cumprir nosso
compromisso de deixar nossa cidade 100% asfaltada”, afirma.

Já as novas frentes de serviço do setor Parque Oeste Industrial,
Jardim Itaipú e Goiânia Viva estão sendo feitos pela execução administrativa e
vão receber o pavimento produzido pelo Complexo Industrial Pedreira. O
secretário garante que as obras destes bairros serão concluídas até dezembro
deste ano. 

Novo aparato traz modernidade e segurança

A estrutura do
equipamento é feita de aço e revestida de ferro fundido. O peso total do
aparato é de 43 toneladas e as dimensões de 22,25 m de comprimento, 3,20 m de
largura e 4,30 m de altura
. Ela é composta por um tanque bipartido, com capacidade para 40 mil
litros de cimento asfáltico de petróleo (CAP) de um lado e combustível no
outro.

O combustível é usado para aquecer os agregados pó de brita,
brita 1 e brita 0 que compõem o concreto betuminoso usinado a quente, conhecido
como CBUQ, um dos revestimentos asfálticos mais utilizados nas vias urbanas em
todo mundo. A nova usina permite reciclar material fresado para usá-lo para
asfaltar as ruas da cidade, sem nenhuma perda na qualidade da massa e da
pavimentação. Esse aspecto promete gerar economia aos cofres da administração
da Capital.


O sistema de operação duplo da nova usina consiste em
operação automática, com monitor colorido de 15 polegadas de cristal líquido
com matriz ativa e sistema touch-screen incorporado ao painel. A tecnologia
digital moderna possui indicações gráficas em todas as etapas do processo. Em
operação manual, o sistema é independente dos componentes eletrônicos e permite
produção sem o uso do monitor e do Controlador Lógico Programado, trazendo
maior segurança e confiabilidade do sistema. 

 Complexo Industrial Pedreira garante matéria prima

A história do Complexo Industrial Pedreira tem 45 anos. Sua
inauguração aconteceu em maio de 1974, na época da Ditadura Militar. Em 1980,
foi instalada a primeira usina de asfalto, que funcionou até janeiro de 2017,
quando foi desativada.

Após o processo para reaver a licença de funcionamento, o
complexo foi reativado, em 25 de julho de 2018. Com a medida, a gestão recebeu
reforço para produzir insumos que são utilizados em obras e serviços de
infraestrutura da Capital, entre eles de pavimentação asfáltica.

Com a autorização do Departamento Nacional de Produção
Mineral (DNPM) e do Exército Brasileiro, a Pedreira passou a transformar rochas
micaxisto em pedras marroadas, macadames, matacos, além de britas em diversos
tamanhos e pó de pedras. Dolzonan Mattos afirma que sem a reativação da
Pedreira, a instalação da nova usina seria impossível.

“A primeira providência que tivemos foi a retomada da Pedreira
no ano passado. Voltamos a fazer as explosões para produzir a matéria prima
para construção civil. Se nós não tivéssemos feito essa retomada, não teríamos
nem como instalar a usina. Portanto estamos fazendo a reforma da antiga e vamos
arcar com os custos de instalação dessa nova”, destacou.

Somente no primeiro dia
de funcionamento, o Comlexo Industrial Pedreira detonou 8.924 metros cúbicos de
rocha, gerando 24 mil toneladas de insumos e a produção diária do local foi de
200 metros cúbicos, incluindo a produção de pedras diversas e o fornecimento
para obras externas. 

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