Imóveis da Celg GT serão leiloados

Higor Santana

A Celg Geração e Transmissão (Celg GT) vai leiloar 25 imóveis, localizados nas áreas urbanas e rurais de 23 municípios do interior de Goiás, com a expectativa de arrecadar, no mínimo, R$ 9,6 milhões. A empresa de economia mista pretende que, com a operação, os recursos advindos da alienação desses imóveis sejam utilizados para aquisição de novos bens vinculados aos serviços de energia elétrica, com a finalidade de preservar os interesses da concessão, bem como o patrimônio público, conforme sugere a Resolução Normativa da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel).

Ainda segundo a Celg GT, a empresa planeja concentrar tudo que for arrecadado na ampliação na geração e transmissão de energia elétrica, atendendo além da recomendação da agência reguladora do setor, a firme determinação do governador Ronaldo Caiado de dirigir esforços para a rentabilização da companhia. 

Constam da listagem imóveis com lances mínimos variando entre R$ 43 mil até R$ 2,8 milhões e podem participar pessoas físicas e jurídicas, de forma presencial ou online. Todos os interessados necessitam fazer um cadastro antecipado pelo site da Leilomaster, onde também se encontra o edital do certame e o detalhamento de cada bem, como localização, metragem, se há edificações, e fotos de cada área.

A realização de mais este leilão integra o Planejamento Estratégico da Celg GT, e é composto de imóveis inservíveis para a atividade fim da empresa, como antigas agências desativadas, terrenos de estocagem de postes e sucatas e áreas destinadas à construção de agências que acabaram não se concretizando. 

Para o presidente da companhia, Lener Silva Jayme, “a Celg GT ao se desfazer desses imóveis inservíveis para sua atividade fim rentabiliza suas finanças para poder investir ainda mais lá na ponta, na geração e transmissão de energia, para fazer jus ao crescimento econômico da empresa”. Para o executivo, o objetivo não é socorrer as contas da empresa, hoje considerada “saudável e lucrativa” pelo acionista.

Ainda segundo Jayme, a Celg GT é uma empresa saudável do setor energético do Brasil. “Somos uma empresa superavitária que fechou 2018 com lucro líquido de R$ 58,54 milhões, e que fechou o primeiro semestre de 2019 com resultado líquido de R$ 24,948 milhões, 5% superior ao alcançado no mesmo período do ano passado”, explica. 

Todos os imóveis entram no leilão com os impostos em dia e sem qualquer embaraço cartorial. O leilão será no dia 3 de outubro, em sessão pública às 15 horas, na Leilomaster, que fica na BR-153, Trevo Sul, entrada para o Parque das Laranjeiras, em Goiânia, sob o comando do leiloeiro licitado, Eduardo Vinícius Fleury Lobo.

Governo pode privatizar Celg GT 

Em agosto, o governador Ronaldo Caiado discutiu a bancada goiana no Congresso Nacional, a possibilidade de usar a Celg GT, para atuar na distribuição de energia no Estado. Para Caiado, a Celg GT, que é uma geradora de energia, se encarregaria de investir também na rede de distribuição com recursos do Banco Nacional de Desenvolvimento Sustentável (BNDES). A empresa que cuida da geração teria acesso à rede da Enel e passaria a ter a responsabilidade de fazer as ampliações necessárias. Para isso, o BNDES daria uma linha de crédito de até R$ 2 bilhões.

Com esse investimento na rede, 480 megawatts seriam recuperados, dentro de uma ação emergencial. Em contrapartida, a Enel deverá aumentar a parte da tarifa que hoje é transferida para a Celg GT, de forma proporcional ao investimento realizado. “Haveria um reequilíbrio na repartição dessa tarifa. Assim a Celg GT recuperaria o investimento, sendo ressarcida ao longo do tempo”, explicou o secretário de Desenvolvimento Econômico e Inovação, Adriano da Rocha Lima.

Em junho, Ronaldo Caiado, afirmou que pretendia privatizar a Celg GT ainda este ano e fazer uma oferta inicial de ações (IPO, na sigla em inglês) da empresa de saneamento Saneago em 2020. “A Celg GT está sendo remodelada para que, tão logo tenhamos as condições, possamos privatizá-la”, disse o governador. 

(Higor Santana é estagiário do Jornal O Hoje sob orientação do editor de cidades Rhudy Crysthian)