Prefeitura de Goiânia retoma construção da ponte da Avenida dos Alpes

Orçada em pouco mais de R$ 6 milhões, a obra foi lançada ainda em 2010, mas foi paralisada por conta do envolvendo da construtora responsável em um esquema de corrupção

Postado em: 20-09-2019 às 06h00
Por: Sheyla Sousa
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Orçada em pouco mais de R$ 6 milhões, a obra foi lançada ainda em 2010, mas foi paralisada por conta do envolvendo da construtora responsável em um esquema de corrupção

Higor Santana

Foi autorizada ontem a retomada da construção da ponte da
Avenida dos Alpes sobre o Córrego Cascavel. A obra vai ligar a avenida
homônima, na Vila dos Alpes, à Av. C-107, no Jardim América, passando sobre o
trecho 3 da Marginal Cascavel. Orçada em pouco mais de R$ 6 milhões, a obra foi
lançada ainda em 2010, mas foi paralisada por conta do envolvendo da construtora
responsável em um esquema de corrupção.

A obra conta com um prazo de 210 dias para conclusão, a
partir do início dos serviços. Ao ser finalizada, a ponte deve beneficiar ao menos
outros cinco bairros da Região Sudoeste: Jardim Ana Lúcia, Vila Mauá, Vila
União, Vila Alvorada, Vila Bela e ainda os setores Bueno e Nova Suíça,
atingindo mais de 120 mil pessoas.

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A empresa Duna Engenharia foi a vencedora da concorrência
pública, do tipo menor preço, e vai fazer, além da ponte, terraplanagem,
pavimentação, drenagem, sinalização, calçada acessível e obras complementares.

Marginal Cascavel

Assim como vem acompanhando a equipe de reportagem do jornal
O Hoje, o projeto da obra na região nasceu em 1991, foi lançado na gestão Iris
Rezende no início do ano de 2010 e foi batizado de Marginal Cascavel. A
proposta inicial era a ligação entre a Avenida Rio Verde, em Aparecida de
Goiânia e a Leste-Oeste, na Capital. O trabalho tinha o objetivo de ser levado
adiante ao longo dos anos 1990, mas apenas as obras entre a Avenida Castelo
Branco e a Avenida T-2 foram concluídas.

A totalidade da obra seria a construção de duas pistas com
2,2 km de extensão, além da canalização do leito do Córrego Cascavel. A
responsável era a empresa Delta Engenharia e o contrato era de R$ 20 milhões
para canalização do córrego Cascavel e construção da Ponte da Vila Alpes.

Mas, a obra foi paralisada em de abril de 2012, quando o
ex-prefeito de Goiânia, Paulo Garcia, suspendeu os sete contratos da Delta
Engenharia com a administração municipal, devido ao envolvimento do empresário
Carlinhos Cachoeira em pagamento de propina para que contratos fossem
liberados. Desde então, a expectativa de que a obra fosse finalizada desapareceu.

No entanto, no início do ano, a esperança de que o fluxo de
trânsito na região Sudoeste de Goiânia melhore ressurgiu com o anúncio de que a
obra de prolongamento da Avenida dos Alpes com ponte sobre o córrego Cascavel
deveria ser reiniciado.

Relançamento

Em julho, conforme acompanhou a reportagem do jornal O Hoje,
a prefeitura confirmou o relançamento das obras de construção da ponte. No
documento, a pasta municipal divulgou que as obras teriam início ainda na
segunda quinzena de agosto. Assim, o secretário de administração da Capital,
Agenor Mariano, homologou a licitação que escolheu a empresa Duna Engenharia
para realizar o serviço.

Lei do atraso

Na última quinta-feira (19), o prefeito de Goiânia Iris
Rezende disse que a ponte da Avenida dos Alpes sobre o Córrego Cascavel é mais
uma obra que a administração vai concretizar antes do fim do mandato e que
resgata um desejo antigo da população, principalmente dos moradores da Região
Sudoeste. “Estamos iniciando essa obra, licitada e contratada para concluir
ainda no decorrer do próximo ano. Isso é fruto de esforço global de uma equipe
que ocupa função pública para realmente servir a cidade e a população”, afirmou
o prefeito Iris Resende.

O decreto que pune empresas que atrasem a entrega de obras
também foi assunto para o prefeito. “Agora que estamos iniciando tantas obras,
eu não quero que aconteça comigo, com a nossa administração, o que aconteceu na
administração anterior: abria-se uma licitação e muitas vezes os concorrentes
mergulhavam no preço conscientemente, iniciavam a obra e paravam para pressionar
para reajustar”, explicou.

O prefeito foi claro ao falar sobre a intolerância com
atrasos intencionais. “Assinei o decreto porque vou botar na cadeia o
empresário que participar de uma licitação da Prefeitura de Goiânia querendo
levar a coisa de barriga, querendo tirar vantagem. Eu nunca aceitei isso quando
governador e quando prefeito, agora achei por bem deixar assinado e publicado
este decreto para que todos, ao participarem de uma licitação, o façam com
seriedade”, concluiu.

Trânsito

O secretário municipal de Trânsito, Fernando Santana, aproveitou
a situação e explicou que a obra terá diretamente impacto positivo no trânsito
da Capital a partir de sua conclusão. “Nós vamos ligar o Terminal das
Bandeiras, pelo corredor T-8 ao Centro de Goiânia. É um corredor que vai
aliviar um intenso fluxo de veículos na T-9. Vai contribuir muito para a
mobilidade para essa região”, explica.

O secretário de Infraestrutura e Serviços Públicos, Dolzonan da Cunha Mattos,
explicou que a obra já conta com as fundações construídas. Agora será feita a
terraplanagem e a execução da superestrutura. “É uma obra tranquila de se executar e em sete meses estaremos com ela
totalmente concluí
da porque é uma determinação do nosso prefeito que toda
obra iniciada deve ter terminalidade até o fim do seu governo”, enfatizou.

Goiânia segue com várias obras de mobilidade

Desde o início do ano, a prefeitura anunciou várias obras com
o objetivo de desafogar o trânsito de Goiânia. Uma delas é um viaduto no
cruzamento da Marginal Botafogo com a Avenida Jamel Cecílio, no Jardim Goiás,
local apontado por motoristas como crítico em horários de pico.

A obra que já está em execução consiste na construção de um
elevado na Jamel Cecílio com o objetivo de eliminar o cruzamento com a Marginal
Botafogo e a Alameda Leopoldo de Bulhões. As pistas da Marginal serão
rebaixadas e uma rotatória será construída para dar acesso à Leopoldo de
Bulhões.

Ainda conforme o projeto, o complexo viário será composto por
três níveis de passagem, assim como o do encontro das avenidas T-63 e 85, no
Setor Marista. Ao mesmo tempo, a Marginal será prolongada da Jamel Cecílio até
a Avenida 2ª Radial. O sentido contrário não está previsto, por enquanto,
porque dependeria de desapropriações. Durante as obras, o cruzamento será
fechado e os motoristas terão de passar por um desvio pela ponte da Rua 1.018.

Outra obra que também já teve aval de liberação é o viaduto
para facilitar o acesso entre o Leste Universitário e o Jardim Novo Mundo. A
Avenida Anhanguera absorve a maior parte do trânsito de quem se desloca, por
exemplo, do Setor Central para o bairro. Não é difícil para o motorista perder
tempo em congestionamentos durante os horários de maior movimento.

Orçado em R$ 9,2 milhões, o viaduto passará em
uma área entre a subestação da Enel e a Saneamento de Goiás (Saneago), no Setor
Leste Universitário. A Rua 117, atualmente sem saída e servindo de estacionamento,
vai ser aberta e uma estrutura será erguida até o Novo Mundo, passando por cima
da BR-153. (Higor Santana é estagiário do Jornal O Hoje sob orientação do
editor de cidades Rhudy Crysthian) 

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