Hospitais públicos de Goiânia recebem projeto de inteligência artificial

Implantado em três hospitais da rede pública de Saúde de Goiânia, o projeto deve garantir o atendimento no menor tempo possível - Foto: Divulgação

Postado em: 01-10-2019 às 06h30
Por: Leandro de Castro Oliveira
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Implantado em três hospitais da rede pública de Saúde de Goiânia, o projeto deve garantir o atendimento no menor tempo possível - Foto: Divulgação

Daniell Alves

Tecnologia de ponta chega à rede pública de saúde de Goiânia. Três hospitais da Capital receberam um projeto de inteligência artificial para realização de exames de tomografia de crânio e coluna cervical. A iniciativa é da Fundação Instituto de Pesquisa e Estudo de Diagnóstico por Imagem (FIDI). A tecnologia é usada para identificar lesões em tomografias, auxiliando e sinalizando, via sistema, que o paciente deve ter atendimento e laudos priorizados.

Os hospitais beneficiados com a novidade são: Hospital Geral de Goiânia (HGG), Hospital Estadual de Urgências de Goiânia Dr. Valdemiro Cruz (Hugo) e o Hospital Estadual de Urgências Governador Otávio Lage de Siqueira (Hugol). Para o secretário da saúde de Goiás, Ismael Alexandrino, a iniciativa é vista com bons olhos. Segundo ele, a saúde pública precisa passar pela implantação de tecnologias, ampliando a escala e diminuindo os custos.

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Este é o primeiro projeto de inteligência artificial para a rede pública implantado no país. Trata-se de uma parceria entre a FIDI – responsável por gerir sistemas de diagnósticos em 85 unidades de saúde – e a AIDOC, startup que foca na aplicação de inteligência artificial à radiologia.

A expectativa é garantir o atendimento qualificado no menor tempo possível em casos de traumatismos, acidente vascular cerebral e outras situações que determinem dano cerebral, a fim de reduzir sequelas e até mesmo salvar vidas. Desde a implantação do projeto, no início deste ano, 92% dos casos em que havia sangramentos foram devidamente detectados e priorizados pelo algoritmo.

Sistema de alta tecnologia

O processo funciona da seguinte forma: ao realizar um exame, as imagens seguem para o servidor da FIDI, que identifica se é uma tomografia de crânio, oculta os dados do paciente e envia para o servidor da AIDOC na nuvem. As imagens são devolvidas para o servidor da FIDI com as marcações das lesões, se houver. O exame é reidentificado com os dados do paciente e segue para a central de laudos da FIDI.

Na central de laudos, o sistema prioriza automaticamente o exame que apresenta quadro grave, permitindo ao médico radiologista analisar e laudar mais rapidamente para acelerar o atendimento ao paciente. “É importante salientar que as imagens que seguem para o servidor da AIDOC continuam simultaneamente disponíveis na central de laudos da FIDI, ou seja, o uso da ferramenta não inviabiliza o trabalho já realizado normalmente”, explica Igor dos Santos, Médico Radiologista e Chefe de Inovação da FIDI.

No ano de 2017, a ferramenta recebeu o CE Mark, certificação da União Europeia que atesta a aplicabilidade e segurança de dispositivos médicos. O software também recebeu autorização da Food and Drug Administration (FDA), órgão governamental dos Estados Unidos que faz a regulação dos equipamentos médicos.

A organização afirma que o objetivo não é substituir o trabalho humano no processo de análise e elaboração de laudos, e sim promover mais agilidade ao profissional. Os exames são analisados e laudados pelo médico radiologista. “Todo desenvolvimento tecnológico é usado em benefício do paciente. Com a ferramenta, agilizamos o atendimento de pessoas com quadro mais grave e que nem sempre é visível antes da análise do exame”, afirma Igor.

FIDI é referência no atendimento

Referência na América Latina, a Fundação foi criada com o objetivo de prestar assistência à população e contribuir no aprimoramento de médicos radiologistas por meio de programas de educação continuada, bolsas de estudo e cursos de especialização.

Com 2,5 mil colaboradores, a Fundação realiza cerca de cinco milhões de exames por ano entre ressonância magnética, tomografia computadorizada, ultrassonografia, mamografia, raios X e densitometria óssea. Desde 2006, a FIDI deixou de ser Instituto e passou a ser denominada Fundação. Em 2009 ganhou status de Organização Social, expandido sua atuação e hoje está presente em 85 unidades de saúde nos estados de São Paulo e Goiás. 

(Daniell Alves é estagiário do Jornal O Hoje sob orientação do editor de Cidades Rhudy Crysthian)   

 

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