Melhorias devem chegar, mas rotatórias vão permanecer

SMT afirma que plano de desafogamento do trânsito já existe e deve entrar em prática ainda neste ano.

Postado em: 07-10-2019 às 06h00
Por: Sheyla Sousa
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SMT afirma que plano de desafogamento do trânsito já existe e deve entrar em prática ainda neste ano.

Higor Santana

Os motoristas que passam diariamente pelo trecho urbano da BR-060 entre a Vila Canaã e o Setor Parque Oeste Industrial, estão reclamando do trânsito no local. Isso porque, de acordo com eles, em horários de pico o congestionamento que se forma no local torna quase que impossível o tráfego de veículos. Segundo a Secretaria Municipal de Trânsito Transporte e Mobilidade (SMT), um projeto para requalificação da região já está pronto e deve ser executado ainda este ano.

O trecho é uma das regiões mais movimentadas na Capital. É o que dá acesso à saída para Rio Verde e Guapó e, conforme os motoristas, nos dois horários de pico, entre às 7h e 8h30 e das 17h30 às 18h30, o tráfego trava por causa de duas rotatórias que causam congestionamento no local. A situação acaba piorando quando motoristas e motociclistas, ao invés de esperar, passam por cima de calçadas ou do canteiro central da via. 

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O motorista de aplicativo Welisson Silva afirma que passar por ali é perda de tempo. “Aqui é desse jeito. Principalmente de manhã e a tarde, nos horários de pico. Uma vez gastei quase meia hora da Consolação até aqui nessas lojas de peças de caminhão. O pior é que além de ficar essa muvuca de carro, ainda vem motociclista passar por cima da calçada, motorista buzinando. É uma bagunça”, afirma o rapaz.

De acordo com a SMT, o plano de melhorias do trânsito no trecho consta implantação de rede semafórica e faixas de pedestre. Mas, para o motociclista Marcos Augusto Ramos, o ideal seria a retirada das rotatórias. “Acho que não vai adiantar colocar semáforo, vai é piorar. O certo seria tirar essas rotatórias, abrir essas duas pistas laterais da avenida e deixar o trânsito fluir. Quem precisar voltar, vai até lá na frente no viaduto, faz o retorno e volta. Melhoraria 100% aqui”, acredita.

Mobilidade

Para o especialista em trânsito, Marcos Rothen, a solução para os congestionamentos na região passa pela garantia de um transporte público de qualidade, que poderia diminuir o fluxo de carros nas vias. “O transporte coletivo de qualidade já ajudaria muito, mas não podemos deixar a renovação da infraestrutura das vias de lado. Esses gargalos de trânsito precisam ser resolvidos para dar mais mobilidade no perímetro urbano. Tem que fazer os dois lados”, afirma o especialista.

Ainda segundo Marcos, no trecho da BR-060 que leva a saída para Rio Verde, a solução seria a instalação de um semáforo para controlar o fluxo de trânsito. “A rotatória que existe lá só atrapalha. Ela não é bem feita e não tem sinalização que ordene o movimento dos carros. Um semáforo funcionaria melhor para controlar o fluxo de trânsito e dar mais proteção ao pedestre”, explica.

Segundo Rothen, o investimento em mudanças nas estruturas viárias deve ser constante para que a fluidez possa acompanhar o crescimento urbano.  “As transformações podem parecer paliativas, mas não devem ser ignoradas. Não é por que o trânsito vai ficar ruim de novo no futuro que o investimento em mudanças não deve ser feito. Quem acaba sofrendo com isso é o cidadão”.

Marcos afirma que as rotatórias já se tornaram obsoletas em várias locais da Capital. “Goiânia não percebeu que atualmente a rotatória não resolve mais problemas de trânsito. São coisas que funcionaram no passado e agora não servem mais. O problema é que nenhuma mudança é feita pelo poder público e essas estruturas acabam atrapalhando o fluxo do trânsito, quando na verdade deveriam ajudar”, afirma.

O especialista desabafa. “Eu já passei por esse trecho há quase cinco anos e o problema persiste até hoje. Falta vontade do poder público de fazer investimentos nesses locais. Muitas vezes, o cidadão que está preso no trânsito não tem noção do tempo que aquele problema existe no local e não faz pressão para que as mudanças necessárias sejam feitas. O problema acaba sendo ignorado”, conclui.

Morte 

Em fevereiro, após ser atropelada por um caminhão, uma motociclista de 43 anos morreu próximo a uma das rotatórias da Avenida Pedro Ludovico Teixeira, no Setor Parque Oeste Industrial, em Goiânia. De acordo com os familiares, a mulher teria acabado de sair do trabalho e estava a caminho de casa. 

Segundo o Corpo de Bombeiros, o motorista do caminhão fugiu do local após o acidente e não prestou socorro a vítima. A ocorrência aconteceu por volta das 7h, os bombeiros foram acionados, mas quando chegaram, a vítima, que apresentava um ferimento na cabeça, já estava sem vida. 

Acidentes são frequentes 

Em fevereiro, uma colisão chamou a atenção de quem passava pela mesma Avenida Pedro Ludovico. Na ocasião, o condutor de um carro rodou na pista, e bateu violentamente em um poste, que quebrou, e só não caiu no carro devido à fiação. O impacto da batida foi tão forte, que o motor do carro voou e foi parar a 50 metros do local do acidente.

A polícia acredita que o condutor teria perdido o controle do veículo após fazer a rotatória em alta velocidade. O motorista contou que estava indo sozinho para o serviço quando perdeu o controle da direção. Por conta da colisão, parte da região ficou sem energia elétrica.

Um telefone público instalado na calçada também foi totalmente danificado. Apesar de o carro ter ficado bastante danificado, o condutor do veículo foi encaminhado consciente para o hospital. Segundo os socorristas, ele teve apenas escoriações nos braços. (Higor Santana é estagiário do Jornal O Hoje sob orientação do editor de cidades Rhudy Crysthian)

 

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