Doenças respiratórias exigem tratamento precoce

A recomendação dos especialistas é de que os pacientes procurem o SUS para o diagnóstico e início de tratamento

Postado em: 26-10-2019 às 06h00
Por: Sheyla Sousa
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A recomendação dos especialistas é de que os pacientes procurem o SUS para o diagnóstico e início de tratamento

Daniell Alves

Devido ao clima seco, as pessoas ficam mais suscetíveis às doenças respiratórias. Neste segmento, o Ministério da Saúde (MS) define a asma e a rinite alérgica como as doenças pulmonares crônicas mais comuns no Brasil. As principais características são dificuldade de respirar, aperto no peito, respiração curta e rápida. Especialistas recomendam o tratamento precoce das doenças, que pode controlar todos os sintomas e até cessá-los.

A Secretaria Municipal de Saúde de Goiânia (SMS) explica que cerca de 80 a 90% dos asmáticos apresentam rinite alérgica, mas quem tem rinite alérgica não é necessariamente asmática. A rinite descontrolada pode provocar os sintomas asmáticos. É importante reforçar que a asma não tem cura, mas é possível controlar a doença.

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A estudante Yeska Lima, de 19 anos, descobriu que tinha asma há dois anos após ter contato com o cigarro. Ela estava em uma festa com ambiente fechado e a aglomeração de pessoas aliado à fumaça fez com que a asma atacasse de repente. Além disso, ela experimentou o cigarro, que surtiu o efeito negativo na mesma hora. “Nossa, foi horrível. Eu não conseguia respirar, eu tentava e não conseguia, meu coração acelerou”, lembra.

Os efeitos só passaram depois que ela foi para um lugar aberto e arejado. Ela, então, procurou ajuda de um profissional, já que outras pessoas de sua família também possuem asma. No entanto, a dela é considerada mais leve e só se aparece os sintomas em determinados momentos, mas que podem ser controlados.

De acordo com o MS, os sintomas da asma são tosse, chiado e aperto no peito, falta de ar, produção de catarro e cansaço ao realizar esforço físico. Já a rinite alérgica se manifesta através de espirros, coceira no nariz, coriza clara e obstrução nasal.

Após sentir esses sintomas, Yeska nunca mais tentou fumar novamente. “Eu até evito pessoas fumando perto de mim” diz. Passados dois anos desde a primeira crise, ela afirma que a doença só se manifesta em momentos de muita ansiedade. Para amenizar, ela usa a bombinha de asma que ameniza os sintomas da doença. O fluxo da bombinha faz com que o remédio chegue até o pulmão.

Mortes

Conforme dados divulgados pelo Global Contra a Asma (GINA), a cada dia, só no Brasil, três pessoas morrem em decorrência da asma. Considerada um problema de saúde pública, a doença é a 4ª maior causa de hospitalização no país. Há cerca de 300 mil internações por ano, com um custo anual de cerca de R$ 537 milhões para os cofres públicos, conforme o DATASUS – banco de dados do Sistema Único de Saúde.

“Sete milhões de brasileiros sofre com asma, que chega a ser uma das doenças que mais mata, depois das cerebrovasculares e cardíacas”, alerta Lorena Diniz, imunologista do Hospital Estadual Materno-Infantil Dr. Jurandir do Nascimento (HMI), de Goiás. Por isso, o diagnóstico e o tratamento médico adequados da doença são fundamentais. “Com o tratamento, os sintomas podem ser controlados e até mesmo desaparecerem, ao longo do tempo”, afirma a médica.

O tratamento deve ser indicado pelo médico, que poderá definir medicamentos para prevenir ou controlar a doença, como os corticoides ou broncodilatadores. “O Sistema Único de Saúde (SUS) oferece tratamento ao paciente, que deve procurar uma unidade básica de saúde, onde o profissional poderá orientar o tratamento e a prevenção de crises”, explica.

Tempo seco agrava as doenças

Os problemas respiratórios se agravam com a diminuição da umidade, mais partículas ficam em suspensão no ar e são inaladas pelas pessoas. Entre os elementos que acometem principalmente o grupo mais sensível – crianças, idosos e também gestantes e doentes crônicos – estão ácaros, o enxofre que sai do escapamento de veículos, partículas de poeira, restos de materiais queimados e outros.

“Consequentemente, o muco que ajuda a proteger o organismo de infecções fica espesso devido a desidratação das células e a limpeza das vias respiratórias é prejudicada”, explica a pediatra e diretora técnica do HMI, Sara Gardênia.

Na lista de principais doenças desse período estão a rinite alérgica, asma, alergia respiratória, viroses, faringite e sinusite. Para minimizar ou prevenir o desgaste, medidas simples como hidratação frequente apresentam resultados positivos.

“A ingestão de líquidos (água, sucos de frutas naturais e água de coco) e também a lubrificação das narinas com soro fisiológico são bastante significativas”, afirma a médica. Aliado a isso, manter toalha molhada, umidificador ou uma bacia com água no quarto no período noturno aumenta a umidade e garante qualidade ao sono. A profissional orienta que, em casos mais graves ou quando os sintomas persistirem por mais de uma semana, é importante procurar auxílio médico.

Vacinação também previne

A jovem Letícia Gonçalves, de 19 anos, mãe de dois filhos, diz seguir todas essas recomendações feitas pela médica Sara. Ela está sempre em contato com a água, evitar lugares muito fechados e ingere produtos saudáveis o que impede doenças. “Eu deixo a casa ventilar bem durante todo o dia e à noite coloco uma bacia de água para umidificar o ambiente. Sempre retiro a poeira e passo constantemente um pano molhado no chão”, explica.

A médica Lorena fala ainda da importância da prevenção dos adultos, pois eles geralmente são responsáveis por transmitirem infecções respiratórias para crianças e idosos. Eles são denominados de portadores saudáveis, pois transmitem as infecções sem apresentarem sintomas. “Por esta razão é importante a vacinação de adultos. Eles também podem se prevenir com as vacinas, que não são indicadas apenas para crianças”, orienta a imunologista.

Letícia previne essas doenças com o auxílio de medicamentos e vitaminas. Além disso, mantêm as vacinas em dia. “Tanto eu quanto meus filhos somos vacinados regularmente, de acordo com o calendário nacional de vacinação do Ministério da Saúde. Recentemente, eu tomei a da hepatite B e do sarampo”, diz.

Outras formas de prevenção

A Secretaria de Estado de Saúde de Goiás (SES-GO) recomenda algumas dicas para evitar problemas respiratórios: substituir alimentos fritos pelos assados, que facilitam o processo de digestão, e consumir frutas e verduras ricas em vitamina C; ingestão frequente de líquidos; evitar o acúmulo de poeira. Se a pessoa tiver alergia, é recomendável evitar tapetes e cortinas; evitar vassouras, pois é melhor usar aspirador e pano úmido; evitar banhos muito quentes. Eles ressecam a pele. Os cremes auxiliam na hidratação; soro fisiológico nas narinas evita o ressecamento e não fumar. Os alérgicos devem evitar locais com fumaça de cigarro. (Daniell Alves é estagiário do Jornal O Hoje sob orientação do editor de Cidades Rhudy Crysthian) 

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